Petrobras: novo plano estratégico deve reduzir investimentos e reforçar política de dividendos, projeta Bradesco BBI

Analistas esperam cortes de custos e revisão para baixo dos preços do petróleo no plano 2025–2029; dividendos quinquenais podem somar US$ 37 bilhões, com rendimento médio de 10%

A Petrobras (BOV:PETR4) se prepara para divulgar seu novo plano estratégico em 27 de novembro, e o Bradesco BBI antecipou as principais expectativas do mercado. O banco projeta um cenário mais conservador para os próximos cinco anos, com redução dos investimentos, ajuste de produção para cima e dividendos mais sustentáveis no longo prazo.

Segundo o relatório, o investimento total (capacidade de investimento) deve cair de US$ 98 bilhões para cerca de US$ 95 bilhões, enquanto o corte de custos pode chegar a US$ 2 bilhões. A produção de petróleo, por outro lado, deve subir aproximadamente 100 mil barris por dia, refletindo um cenário operacional mais eficiente.

O preço do barril de petróleo deve ser revisado para baixo — de US$ 83 em 2025 para cerca de US$ 60 em 2026, com média entre US$ 60 e US$ 65 no longo prazo. Essa mudança tende a reduzir a geração de caixa e o retorno total ao acionista, mas deve aumentar a previsibilidade da política de dividendos.

Os analistas do BBI estimam que os dividendos quinquenais alcancem US$ 37 bilhões, com rendimento médio de 10%. O pagamento projetado para 2026 seria de US$ 5,8 bilhões, o equivalente a 7,9% sobre o preço atual da ação. Embora o valor total seja inferior ao do plano anterior, a nova estratégia deve prolongar a duração da política de dividendos de dois para cinco anos.

O relatório também destaca que os pagamentos de arrendamento tendem a diminuir, especialmente após o fim do desenvolvimento do campo de Búzios, em 2027. Essa redução deve aliviar a pressão sobre o caixa e liberar recursos para novos projetos de refino e exploração.

O BTG Pactual (BPAC11) também vê espaço para ajustes positivos, com redução de despesas operacionais e revisão das premissas de produção para cima, apesar do petróleo mais barato. Para o banco, a Petrobras (PETR4) deve continuar gerando fluxo de caixa livre robusto e dividendos saudáveis em 2026.

No pregão desta quinta-feira (23/10), as ações PETR4 avançavam 1,68%, cotadas a R$30,35, após abrirem a R$30,52 e oscilarem entre R$30,72 e R$28,86. O movimento reflete o otimismo do mercado com as projeções de maior eficiência e estabilidade nos dividendos.

A Petrobras é a maior empresa do setor de energia do Brasil, com foco em exploração, produção e refino de petróleo e gás natural. Atua também em biocombustíveis e energia renovável, com presença em mais de 15 países.