Preços do Brent e WTI registram queda, refletindo tensões geopolíticas e comerciais; ações da Petrobras acompanham movimento do mercado internacional.
A semana entre segunda-feira (06/10) e sexta-feira (10/10) foi marcada por forte volatilidade nos preços do petróleo, com ambos os contratos futuros do tipo Brent (CCOM:OILBRENT) e WTI (CCOM:OILCRUDE) registrando queda consistente. O Brent para dezembro fechou a sexta-feira em US$ 62,73, após máxima de US$ 65,36, registrando uma variação semanal de -4,19%, enquanto o WTI recuou para US$ 58,90, com máxima de US$ 61,67, acumulando baixa de -4,38% no período. O movimento foi pressionado principalmente por temores sobre o impacto de novas tarifas dos Estados Unidos contra a China e pela expectativa de aumento dos estoques globais de petróleo.
A retração dos preços internacionais refletiu diretamente na performance das principais empresas de petróleo do Brasil e do mundo. As ações da Petrobras ON (BOV:PETR3) caíram 4,67% e a Petrobras PN (BOV:PETR4) fechou em -3,92% na bolsa de valores, acompanhando a tendência global, enquanto companhias como Shell (LSE:SHEL) registraram ligeira alta de 0,99%, mostrando resistência às pressões externas. Outras empresas internacionais, como ConocoPhillips (COP), tiveram desempenho negativo de 6,04%, alinhando-se ao recuo do WTI e do Brent.
Entre as maiores empresas de petróleo do mundo, a Shell (NYSE:SHEL) se destacou como uma das poucas com desempenho positivo na semana (+0,99%), enquanto ConocoPhillips (NYSE:COP) e Equinor ASA (NYSE:EQNR) registraram os piores resultados, com quedas de 6,04% e 5,88%, respectivamente. O desempenho reflete não apenas a volatilidade dos preços do petróleo, mas também fatores operacionais e notícias corporativas específicas, como ajustes de portfólio e interrupções em refinarias.
No cenário brasileiro, as ações da Petrobras (BOV:PETR3 | BOV:PETR4) tiveram desempenho melhor do que algumas companhias menores do setor, como Brava Energia ON (BOV:BRAV3) e PET Manguinh ON (BOV:RPMG3), que caíram 12,44% e 11,43%, respectivamente. Petroreconcavo ON (BOV:RECV3) e PetroRio ON (BOV:PRIO3) também registraram quedas, de 4,75% e 6,04%, mostrando como a volatilidade do mercado internacional impacta toda a cadeia de exploração e produção do petróleo no Brasil.
As ADRs da Petrobras negociadas na NYSE (NYSE:PBR) | (NYSE:PBR.A) acompanharam o movimento global, registrando quedas de 7,35% e 7,18%, respectivamente. O desempenho das ADRs ficou em linha com empresas internacionais como TotalEnergies (TTE), que caiu 3,90%, e Exxon Mobil (XOM), que recuou 0,71%, reforçando que o sentimento negativo dos mercados globais de petróleo afetou tanto os ativos brasileiros quanto os norte-americanos e europeus.
No Brasil, o setor de energia segue concentrado na Petrobras, líder na produção de petróleo e gás natural, com destaque para o pré-sal. As ações Petrobras ON (BOV:PETR3) e PN (BOV:PETR4) refletem a produção robusta, investimentos em refino e logística, além da retomada da produção de fertilizantes. Entre outras empresas listadas, Brava Energia ON (BOV:BRAV3) atua na exploração de campos terrestres e offshore de menor porte; Petroreconcavo ON (BOV:RECV3) foca na produção de óleo leve no Recôncavo Baiano; Pétrorio ON (BOV:PRIO3) opera em áreas onshore e offshore com perfil integrado de produção; e PET Manguinh ON (BOV:RPMG3) possui operações mais restritas, principalmente em campos terrestres.
As notícias corporativas da semana reforçaram a volatilidade. A Petrobras confirmou investimentos de R$ 42 bilhões em aumento da capacidade de refino, além do leilão de áreas em produção no pré-sal, com valor mínimo de R$ 10 bilhões. A mobilização da Federação Nacional dos Petroleiros também gerou expectativa sobre negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) para 2025-2026.
Internacionalmente, a Shell anunciou prejuízo estimado de US$ 600 milhões no terceiro trimestre devido à desistência de projeto de biocombustíveis, mas projetou lucro maior na divisão de gás integrado. A Chevron destacou ajustes operacionais após incêndio em refinaria na Califórnia e a aquisição da Hess, enquanto a BP venceu arbitragem sobre cargas de GNL e busca parceiros para projetos estratégicos.
No contexto geopolítico, a semana foi marcada pela diminuição de riscos em Gaza, mas também por ataques de drones ucranianos a refinaria da russa Bashneft, controlada pela Rosneft. Esses eventos impactaram os preços do petróleo, aumentando a cautela dos investidores globais.
Os contratos futuros do Brent e do WTI mostraram resistência às altas iniciais no início da semana, mas caíram progressivamente diante de incertezas comerciais e geopolíticas. A ameaça de tarifas adicionais dos EUA contra a China foi o gatilho principal para a pressão vendedora, enquanto dados de estoques e expectativa de oferta da Opep+ reforçaram o sentimento negativo.
No balanço geral, a semana encerrou com queda para a maioria das empresas do setor, tanto no Brasil quanto no exterior. Apesar da volatilidade, empresas como Petrobras seguem com perspectivas positivas de produção e investimentos, enquanto a atenção do mercado permanece voltada às tensões comerciais e ao cenário geopolítico internacional.
O comportamento da bolsa de valores brasileira reflete o impacto global do petróleo: os investidores ajustaram posições em Petrobras ON (BOV:PETR3) e PN (BOV:PETR4), enquanto pequenas e médias empresas do setor sofreram mais com a volatilidade, reforçando a liderança da estatal em termos de liquidez e relevância estratégica.
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