
A próxima semana (26 de outubro a 1º de novembro) será intensa para os mercados globais, com a divulgação de indicadores decisivos que podem redefinir expectativas de juros e influenciar o humor dos investidores em ações, títulos e câmbio. O foco inicial estará nos Estados Unidos, com leituras cruciais sobre o PIB do 3º trimestre, inflação via PCE e confiança do consumidor, seguidos por dados de inflação na Europa, IGP-M e confiança no Brasil e números de preços e atividade na Ásia.
Nos Estados Unidos, o principal destaque será o PIB do 3º trimestre, previsto para crescer 3,0%, abaixo da expansão de 3,8% registrada no período anterior. A expectativa de desaceleração reflete o impacto de taxas de juros ainda elevadas sobre o consumo e o investimento. Caso o dado venha mais fraco, pode reforçar apostas de cortes de juros pelo Federal Reserve no início de 2026 — o que tenderia a enfraquecer o dólar e impulsionar o mercado acionário.
Outro indicador relevante será o núcleo do PCE, métrica de inflação preferida do Fed, projetado em 2,6%, após leitura de 2,5% no trimestre anterior. Um avanço maior do que o esperado pode reacender preocupações inflacionárias e pressionar os rendimentos dos títulos do Tesouro. Já uma leitura estável ou em queda consolidaria a percepção de que o ciclo de aperto monetário chegou ao fim, com reflexos positivos sobre os índices S&P 500, Dow Jones e Nasdaq.
Ainda nos EUA, saem os pedidos de bens duráveis, esperados em leve alta, e os dados imobiliários, que continuam refletindo o peso das hipotecas acima de 6%. O setor de habitação deve continuar em retração, sinalizando desaquecimento econômico gradual, mas sem colapso.
No Brasil, a semana começa com o Boletim Focus e a Confiança do Consumidor da FGV. O mercado observará se as projeções de inflação e PIB continuam em trajetória de melhora após o Banco Central encerrar o ciclo de cortes da Selic. O IGP-M de outubro, previsto em alta de 0,42%, pode indicar alívio no atacado, mas segue sendo monitorado por investidores de renda fixa e fundos imobiliários, já que o índice é usado em reajustes contratuais.
Ainda por aqui, o fluxo cambial estrangeiro na quarta-feira (29) ajudará a medir o humor dos investidores externos com o real, em um momento de maior volatilidade global. Movimentos de entrada ou saída de capital podem impactar diretamente o câmbio e o mercado de títulos públicos prefixados e indexados à inflação.
Na Europa, a agenda será dominada pelo PIB do bloco e pelo índice de preços ao consumidor (IPC) de outubro. O crescimento da Zona do Euro deve ficar em apenas 0,1% no trimestre, reforçando o cenário de estagnação econômica. A inflação, por sua vez, deve cair para 2,3%, ante 2,6% anteriormente. Esses dados devem embasar o Banco Central Europeu (BCE) a manter sua taxa de juros em 2,15%, decisão que será acompanhada de uma coletiva da presidente Christine Lagarde.
Um PIB mais fraco e inflação controlada podem fortalecer os títulos soberanos europeus e pressionar o euro frente ao dólar, enquanto o mercado acionário tende a reagir positivamente à expectativa de estabilidade monetária. Os discursos de dirigentes do BCE, como Elderson, Balz e Tuominen, devem calibrar as apostas do mercado sobre o momento de início dos cortes de juros no continente.
Na Ásia, o destaque será o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Japão e da Austrália. No Japão, a inflação anual deve subir de 2,0% para 2,1%, reforçando a necessidade de cautela do Banco do Japão (BoJ) em qualquer movimento de aperto adicional — especialmente após manter a taxa básica em 0,50%. Já na Austrália, o IPC trimestral deve acelerar para 1,1%, acima dos 0,7% anteriores, reacendendo a discussão sobre novas altas de juros pelo Reserve Bank of Australia (RBA).
Na China, os investidores acompanharão os lucros industriais acumulados até setembro, que devem crescer cerca de 0,9% no ano. Qualquer sinal de recuperação mais consistente da atividade industrial pode melhorar o sentimento global de risco e apoiar moedas emergentes, como o real e o peso mexicano.
Por fim, a semana também traz uma série de leilões de títulos soberanos nos EUA e na Europa, que ajudarão a medir a demanda por dívida pública em meio à reprecificação global das curvas de juros. Oscilações nas taxas dos Treasuries e dos Bunds alemães devem continuar ditando o ritmo dos mercados de câmbio e ações.
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🇺🇸 Estados Unidos: PIB e PCE em destaque
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Terça-feira (28/10): Divulgação da Confiança do Consumidor (Conference Board). Expectativa de leve melhora após estabilidade nos últimos meses.
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Quinta-feira (30/10): Sai o PIB do 3º trimestre, com previsão de crescimento de 3,0%, abaixo dos 3,8% do trimestre anterior, indicando desaceleração moderada da economia americana.
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Sexta-feira (31/10): O núcleo do PCE, indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed), será divulgado e deve vir em 2,6%, levemente acima do trimestre anterior.
Esses dados podem definir o rumo da política monetária norte-americana — leituras mais fracas podem reforçar apostas de corte de juros em 2026, pressionando o dólar (DXY) e impulsionando os índices S&P 500, Nasdaq e Dow Jones.
🇧🇷 Brasil: Foco no IGP-M e confiança do consumidor
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Segunda-feira (27/10): Sai o Boletim Focus com novas projeções de inflação, PIB e juros.
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Terça-feira (28/10): Divulgação da Confiança do Consumidor da FGV, que mostrará se o otimismo vem acompanhando o mercado de trabalho.
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Quarta-feira (29/10): Publicação do fluxo cambial estrangeiro, termômetro do apetite internacional por ativos brasileiros.
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Quinta-feira (30/10): O IGP-M de outubro será divulgado, com previsão de alta de 0,42%, após avanço de 0,37% no mês anterior.
O dado pode influenciar diretamente o mercado de renda fixa e fundos imobiliários, já que o IGP-M é referência para reajustes contratuais e projeções inflacionárias.
🇪🇺 Europa: BCE, PIB e inflação sob os holofotes
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Terça-feira (28/10): A Zona do Euro divulga o PIB do 3º trimestre, projetado em 0,1%, indicando crescimento praticamente estagnado.
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Quinta-feira (30/10): Sai o índice de preços ao consumidor (IPC) preliminar de outubro, com expectativa de 2,3%, contra 2,6% em setembro.
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Quinta-feira (30/10): O Banco Central Europeu (BCE) anuncia sua decisão de política monetária, devendo manter a taxa de juros em 2,15%.
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Sexta-feira (31/10): Coletiva da presidente Christine Lagarde, que deve dar pistas sobre o início do ciclo de cortes em 2025.
Os investidores ficarão atentos aos discursos de dirigentes do BCE — como Elderson, Balz e Tuominen — que podem calibrar as expectativas do mercado sobre o rumo da política monetária.
🌏 Ásia e Oceania: inflação e atividade industrial
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Quarta-feira (29/10): O Japão divulga seu índice de preços ao consumidor (IPC), que deve subir de 2,0% para 2,1%, mantendo pressão sobre o Banco do Japão (BoJ), que mantém taxa básica em 0,50%.
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Quinta-feira (30/10): A Austrália apresenta o IPC trimestral, esperado em 1,1%, acima dos 0,7% anteriores — o que pode reacender apostas de alta de juros pelo RBA (Reserve Bank of Australia).
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Sexta-feira (31/10): A China divulga os lucros industriais acumulados até setembro, com expectativa de crescimento de 0,9% no ano.
O desempenho chinês é particularmente importante para o Brasil, dado o impacto direto sobre commodities como minério de ferro, soja e petróleo.
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