Ouro ultrapassa US$ 4.200 com investidores buscando segurança — Yardeni prevê que preços podem chegar a US$ 10.000

A recuperação histórica do ouro não mostra sinais de desaceleração, e analistas acreditam que o metal precioso pode eventualmente subir para US$ 10.000 a onça antes do fim da década — ou até antes — se os atuais impulsionadores do mercado persistirem.

Na quarta-feira, 15 de outubro de 2025, o ouro ultrapassou US$ 4.200 a onça pela primeira vez na história, impulsionado pelas crescentes expectativas de cortes iminentes nas taxas de juros dos EUA e pelas tensões comerciais renovadas entre Washington e Pequim. Ambos os fatores reacenderam o apetite dos investidores por ativos considerados portos seguros.

Às 07h09 (horário de Brasília), o ouro à vista subia 1,3%, para US$ 4.197,04 a onça, após atingir brevemente um novo recorde de US$ 4.200,11. Os contratos futuros de ouro para dezembro nos EUA subiram 1,2%, para US$ 4.213,54 a onça.

O metal já avança há oito semanas consecutivas e continua a caminho de mais uma semana de ganhos. Analistas da Yardeni afirmam que, se o impulso continuar, o ouro pode facilmente atingir US$ 5.000 a onça no próximo ano — e potencialmente dobrar esse valor até 2030.

A alta ganhou força após declarações de terça-feira que os investidores interpretaram como moderadas. Powell disse que a economia americana “pode ​​estar em uma trajetória mais firme do que alguns esperavam”, mas alertou que “um mercado de trabalho notavelmente mais fraco está surgindo”. Ele também observou que “não há caminho livre de riscos” para a política monetária e reafirmou que as decisões serão tomadas “reunião por reunião”.

Os comentários aumentaram as expectativas do mercado para cortes nas taxas nas reuniões de outubro e dezembro do Fed, fazendo com que os rendimentos dos títulos do Tesouro caíssem e enfraquecessem o dólar — ambas condições favoráveis ​​para o ouro.

Novas tensões comerciais entre os EUA e a China também impulsionaram a demanda. sugeriram o corte de certos laços comerciais com a China, especialmente nas importações de óleo de cozinha, após Pequim reduzir as compras de soja dos EUA. Os dois países também impuseram taxas portuárias recíprocas às empresas de transporte marítimo, intensificando a disputa tarifária.

“Investidores que buscam proteção contra os crescentes riscos geopolíticos estão indo para as montanhas em busca de ouro”, disseram estrategistas da Yardeni em uma nota.

Eles acrescentaram que a confiabilidade do ouro como hedge se destaca em meio à incerteza global. “Investidores com aversão ao risco podem estar cada vez mais concluindo que o ouro oferece uma proteção melhor para riscos geopolíticos do que o Bitcoin. O primeiro existe desde o início da história e é amplamente visto como um hedge contra riscos, enquanto o segundo tem um histórico curto e se comportou principalmente como um veículo especulativo de risco”, escreveram.

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