Os preços do petróleo bruto subiram pela segunda sessão consecutiva na quarta-feira, com temores sobre a oferta, ligados a sanções e tensões globais, ofuscando a recente fraqueza da demanda. O otimismo em torno de um possível acordo comercial entre EUA e China deu um impulso extra à alta.
Às 07h11 (horário de Brasília), os contratos futuros do Brent para dezembro subiam US$ 0,77, ou 1,26%, para US$ 62,09 o barril, enquanto o petróleo West Texas Intermediate dos EUA para dezembro subia US$ 0,78, ou 1,36%, para US$ 58,02.
No início da semana, o petróleo havia atingido a mínima em cinco meses, pressionado pelo aumento da produção e pelas preocupações de que tensões comerciais prolongadas prejudicariam ainda mais o consumo. Mas o mercado voltou a subir com a intensificação da incerteza geopolítica.
O adiamento de uma cúpula planejada entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin — juntamente com a crescente pressão dos governos ocidentais sobre as refinarias asiáticas para restringir as importações de petróleo bruto russo — reacendeu as preocupações sobre possíveis interrupções no fornecimento global.
“Apesar do sentimento geral de baixa motivado pelo excesso de oferta de petróleo e pela fraca demanda, o risco de interrupção do fornecimento em pontos críticos como Rússia, Venezuela, Colômbia e Oriente Médio permanece e impede que os preços do petróleo fiquem abaixo da marca de US$ 60”, disse Mukesh Sahdev, fundador e CEO da consultoria de energia XAnalysts.
Analistas de mercado disseram que parte da alta refletiu a cobertura de posições vendidas por traders. “Após a liquidação em criptomoedas, bancos regionais e agora em ouro e prata, acredito que estamos vendo reduções de posições em todos os mercados, o que, para o petróleo bruto, significa cobertura de posições vendidas”, disse Tony Sycamore, analista de mercado da IG Austrália.
As crescentes tensões entre os EUA e a Venezuela também permaneceram em foco. Um grupo de especialistas independentes das Nações Unidas condenou os ataques americanos a embarcações venezuelanas em águas internacionais como “execuções extrajudiciais”. Trump ordenou ações semelhantes nos últimos meses contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas, como parte de um esforço para combater o que ele chamou de ameaça “narcoterrorista”.
Do lado da demanda, as esperanças de progresso nas negociações comerciais entre Washington e Pequim deram suporte adicional. Autoridades de ambos os países devem se reunir esta semana na Malásia. Trump disse na segunda-feira que espera “um acordo comercial justo” com o presidente chinês, Xi Jinping, mas moderou as expectativas na terça-feira, dizendo que “talvez isso não aconteça”.
Os dados de estoques dos EUA também contribuíram para o tom otimista. O Instituto Americano de Petróleo (API) relatou quedas nos estoques de petróleo bruto, gasolina e destilados na semana passada, enquanto o Departamento de Energia dos Estados Unidos anunciou planos de comprar um milhão de barris para reabastecer a Reserva Estratégica de Petróleo. Analistas do Australia and New Zealand Banking Group disseram que essa medida deu ainda mais suporte aos preços.
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