Rémy Cointreau reduz projeções para o ano fiscal de 2026 após queda nas vendas do segundo trimestre maior do que o esperado

A Rémy Cointreau (EU:RCO) reduziu sua previsão para o ano de 2026 após registrar uma queda mais acentuada do que o esperado nas vendas do segundo trimestre, citando condições de mercado desfavoráveis ​​nos Estados Unidos e na China.

A fabricante francesa de bebidas premium afirmou que as vendas orgânicas caíram 11% no segundo trimestre, ficando abaixo da previsão da empresa de uma queda de 9,5%. Analistas do Morgan Stanley observaram que a “magnitude dos cortes de hoje é significativamente maior do que o esperado”, já que a Rémy Cointreau reduziu suas projeções de receita e lucro.

A empresa agora prevê que o crescimento orgânico das vendas para o ano fiscal de 2026 ficará entre estável e um dígito baixo, abaixo da previsão anterior de crescimento na faixa de um dígito médio. Também projeta uma queda no EBIT orgânico entre dois dígitos baixos e dois dígitos médios, em comparação com a expectativa anterior de queda na faixa de um dígito médio. Segundo o Morgan Stanley, a previsão atualizada “implica em cortes de dois dígitos médios no EBIT do ano fiscal de 2026 no ponto médio”.

Espera-se que os efeitos cambiais pressionem ainda mais os resultados, com a administração prevendo um impacto negativo de € 50 a € 60 milhões nas vendas e de € 25 a € 30 milhões no EBIT, ampliando a previsão anterior de € 15 a € 20 milhões. Os custos relacionados a tarifas foram revisados ​​para baixo, de € 30 milhões para € 25 milhões, incluindo € 5 milhões na China e € 20 milhões nos EUA.

No principal segmento da empresa, o de conhaque nos EUA, as vendas cresceram em cerca de 15%, enquanto o volume de vendas caiu 3,5% nos últimos três meses — uma melhora em relação à queda de 8,5% observada no trimestre anterior. Os estoques totais no mercado americano permaneceram estáveis, próximos a 4 milhões de meses de suprimento.

Na China continental, as vendas de conhaque caíram 25%, impactadas por “medidas de disciplina e austeridade mais rigorosas que afetam a confiança do consumidor”, segundo o Morgan Stanley. Na Europa, Oriente Médio e África, as vendas caíram em cerca de 15%, pressionadas por “forte concorrência e pressões promocionais na maioria dos mercados, além da fraca demanda”.

A divisão de licores e bebidas espirituosas da empresa registrou uma queda orgânica de 5,3% nas vendas durante o trimestre, com declínio de um dígito médio tanto nos EUA quanto na região EMEA — em parte devido a uma “faseamento desfavorável após um primeiro trimestre mais forte”. As vendas em valor nos EUA para Cointreau e The Botanist permaneceram estáveis ​​no trimestre, enquanto as vendas em valor na região EMEA apresentaram um leve crescimento no primeiro semestre.

No primeiro semestre do ano fiscal de 2026, as vendas líquidas totalizaram € 490 milhões, uma queda de 8,3% em relação ao ano anterior, enquanto o EBIT atingiu € 117 milhões, representando um declínio orgânico de 14,3%. A margem EBIT caiu para 23,7%, uma redução de 390 pontos-base em relação ao ano anterior. O lucro líquido ajustado foi de € 67 milhões, uma queda de 27,2% em relação ao ano anterior.

O Morgan Stanley afirmou que a revisão para baixo das perspectivas reflete “a deterioração das condições de mercado na China e a recuperação mais fraca do que o esperado nas vendas nos EUA”, acrescentando que a perspectiva cambial também piorou.

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