Dados mistos nos EUA, sinais de desaceleração na Europa e ajustes monetários na Ásia movimentam os mercados (12 a 17 de outubro de 2025).
A semana que terminou em 17 de outubro de 2025 foi marcada por uma enxurrada de indicadores econômicos relevantes em todo o mundo, revelando nuances distintas no ritmo de crescimento, inflação e política monetária entre as principais economias. Os investidores acompanharam atentamente os dados dos Estados Unidos, do Brasil, da Europa e da Ásia, em meio a expectativas sobre os próximos passos de bancos centrais e à volatilidade nos mercados de títulos, câmbio e ações.
🇺🇸 Estados Unidos: atividade industrial e construção mostram recuperação parcial
Nos EUA, os dados regionais do Federal Reserve mostraram melhora após meses de fraqueza. O Empire State Manufacturing Index saltou para 10,7 pontos em outubro, muito acima da projeção de -1,8 e do resultado anterior de -8,7, sugerindo uma retomada na atividade manufatureira em Nova York. Já o Índice de Atividade Industrial da Filadélfia decepcionou, despencando para -12,8 pontos, ante previsão de 8,6, o que mostra uma desaceleração mais acentuada no setor.
O mercado imobiliário também deu sinais mistos: o Índice NAHB subiu de 32 para 37 pontos, indicando melhora moderada na confiança dos construtores, enquanto os pedidos de hipotecas recuaram -1,8% na semana, reflexo das taxas médias de 30 anos em 6,42%, praticamente estáveis. Esses dados reforçam a expectativa de que o Federal Reserve deve manter uma postura cautelosa, evitando novos aumentos de juros, mas também sem cortes agressivos.
No mercado de títulos, os rendimentos dos Treasuries de 10 anos oscilaram próximo de 4,10%, refletindo o equilíbrio entre a recuperação industrial e o arrefecimento no setor imobiliário. O dólar, por sua vez, manteve força moderada frente às principais moedas, enquanto o S&P 500 teve leve ganho semanal de 0,4%, impulsionado por dados corporativos positivos.
🇧🇷 Brasil: IBC-Br e vendas no varejo mostram recuperação moderada
No Brasil, o IBC-Br de agosto, considerado uma prévia do PIB, surpreendeu positivamente ao avançar 0,40%, revertendo a queda de -0,50% do mês anterior. O resultado, embora discreto, foi bem recebido pelo mercado, reforçando a visão de que a economia segue em trajetória de recuperação gradual, especialmente impulsionada pelo setor de serviços.
Por outro lado, as vendas no varejo cresceram 0,2% em agosto, em linha com as projeções, mas com desaceleração em relação ao desempenho do início do segundo semestre. Na comparação anual, o avanço foi de apenas 0,4%, o que indica um consumidor ainda cauteloso diante dos juros elevados e do endividamento das famílias.
Esses dados contribuíram para a valorização do real, com o dólar recuando para R$ 5,08 no fechamento da semana, e para uma queda leve nos juros futuros, especialmente nos vencimentos intermediários. O Ibovespa subiu 1,2% no acumulado semanal, impulsionado por papéis ligados ao consumo e às exportadoras, em meio ao otimismo com a retomada gradual da atividade.
🇪🇺 Europa: inflação controlada e desaceleração industrial pressionam BCE
Na zona do euro, os números confirmaram um cenário de inflação controlada, mas crescimento fraco. Na Alemanha, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de setembro subiu 0,2% no mês e 2,4% em 12 meses, exatamente dentro das projeções, mostrando estabilidade no processo desinflacionário. No entanto, o índice ZEW de confiança econômica caiu para 39,3 pontos, abaixo das expectativas (41,2), refletindo a deterioração do sentimento empresarial.
A produção industrial da zona do euro caiu 1,2% em agosto, após avanço de 0,5% em julho, reforçando o risco de estagnação na economia. Nos leilões de títulos, a Alemanha registrou rendimentos menores nos papéis de 2 e 30 anos, sinalizando demanda firme por ativos seguros. Já o euro perdeu fôlego, recuando para US$ 1,08, diante da percepção de que o Banco Central Europeu (BCE) pode adiar cortes de juros até que a atividade mostre sinais mais claros de retomada.
As ações europeias tiveram desempenho misto: o DAX alemão subiu 0,6%, enquanto o CAC 40 francês recuou 0,3%, com destaque negativo para o setor industrial.
🇨🇳 China: exportações e crédito surpreendem positivamente
Na China, o comércio exterior deu sinais de força. As exportações subiram 8,3% em setembro, superando a expectativa de 6%, enquanto as importações cresceram 7,4%, mais que o quádruplo da projeção. Apesar disso, a balança comercial em dólares recuou para US$ 90,45 bilhões, abaixo do esperado (US$ 98,5 bi), reflexo do aumento nas compras externas.
O crédito também mostrou recuperação: o financiamento social total atingiu 3,53 trilhões de yuans, acima da projeção de 3,32 trilhões, sinalizando que os estímulos do governo estão surtindo efeito. O PIB de Singapura e outros dados regionais da Ásia vieram acima do previsto, sugerindo uma melhora no ambiente econômico da região.
Esses resultados impulsionaram as ações chinesas e ajudaram o índice MSCI Ásia-Pacífico a fechar a semana em alta de 1,1%, enquanto o yuan se valorizou levemente frente ao dólar. No mercado de commodities, o minério de ferro e o cobre registraram ganhos, refletindo o otimismo com a recuperação industrial.
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🏁 Panorama geral e impactos nos mercados
Em síntese, os indicadores da semana reforçam a visão de crescimento global desigual: enquanto os EUA e a China mostram resiliência, Europa e Reino Unido seguem enfrentando fragilidades. O dólar manteve-se firme como porto seguro, os rendimentos dos títulos globais oscilaram em margens estreitas e as bolsas mostraram desempenho misto, com leve viés positivo.
Para os investidores, a mensagem é clara: a política monetária segue em foco, mas a coordenação entre estímulo fiscal, inflação controlada e estabilidade cambial definirá o rumo dos ativos nas próximas semanas.
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