A liquidação de ações de tecnologia destaca a dependência do mercado em inteligência artificial, afirma a Capital Economics

Uma queda acentuada nas ações de tecnologia dos EUA ressaltou o quanto os mercados dependem do otimismo em relação à inteligência artificial, de acordo com uma nota divulgada na segunda-feira (10) pela Capital Economics, que afirmou que a queda ofuscou em grande parte o progresso em direção ao fim da paralisação do governo americano.

A empresa observou que, apesar da recente turbulência, há poucas evidências de que o boom da IA ​​esteja perdendo força, classificando a queda nas ações como uma correção impulsionada pelo sentimento do mercado, em vez de um sinal de fraqueza mais profunda.

“No entanto, vemos poucos indícios, nos fundamentos, de que a bolha da IA ​​esteja prestes a estourar”, escreveu Jonas Goltermann, vice-economista-chefe de mercados da Capital Economics.

Goltermann afirmou que a recessão não teve um catalisador claro, embora tenha afetado desproporcionalmente empresas de tecnologia de alta avaliação, mesmo aquelas que apresentaram resultados financeiros sólidos. A retração, explicou ele, reflete a preocupação dos investidores com a sustentabilidade do crescimento impulsionado pela IA e os custos crescentes associados à corrida pela expansão de data centers.

“O sentimento do mercado é sempre algo volátil, especialmente em tempos de euforia”, disse ele, acrescentando que a correção demonstra o quão sensíveis as ações de tecnologia se tornaram aos desenvolvimentos relacionados à IA.

Goltermann comparou a queda à recente fraqueza do ouro e das criptomoedas, classificando-a como parte de uma correção mais ampla em ativos especulativos. Ainda assim, ele enfatizou que “o núcleo da tese da IA ​​permanece intacto” e provavelmente resistirá a mais volatilidade nos segmentos mais arriscados do mercado.

No âmbito político, o economista minimizou a relevância mais ampla da paralisação, descrevendo-a como “um espetáculo secundário” para os investidores. Ele observou que as paralisações governamentais raramente causam danos econômicos duradouros e que esta, apesar de ser a mais longa já registrada, parece ter tido um impacto mínimo no sentimento do mercado.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro e o dólar até se fortaleceram ligeiramente desde meados de setembro, sugerindo que os investidores se tornaram “um pouco mais otimistas” em relação à economia, observou Goltermann.

“Com um acordo aparentemente fechado no Senado, [a paralisação do governo] parece estar chegando ao fim”, disse ele. “Se, como agora parece provável, a paralisação terminar em breve, não esperamos que isso tenha um grande impacto no mercado de ações.”

Concluindo sua nota, Goltermann escreveu: “Acreditamos que o setor de tecnologia continuará sendo o principal foco: o fim aparentemente iminente da paralisação é, em grande parte, um efeito colateral para os mercados.”

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