Aeris: prejuízo avança no 3º trimestre e companhia reforça estratégia de diversificação

Fabricante de pás eólicas registrou prejuízo de R$ 144,36 milhões no 3T, refletindo queda na demanda doméstica; empresa aposta em serviços e internacionalização para reduzir impactos.

A Aeris (BOV:AERI3) divulgou seu balanço financeiro referente ao terceiro trimestre de 2025, reportando prejuízo líquido de R$ 144,36 milhões, alta de 154,7% em relação ao mesmo período de 2024. Embora o número ainda seja elevado, representa uma redução de 17% ante o prejuízo do segundo trimestre de 2025.

O resultado reflete o cenário desafiador no mercado de energia eólica no Brasil. Segundo a companhia, o aumento dos cortes de geração por motivos sistêmicos — fenômeno conhecido como curtailment — reduziu a demanda por novas turbinas, afetando diretamente a procura por pás e exigindo desativação de linhas produtivas já instaladas.

No trimestre, o Ebitda ficou negativo em R$ 48,44 milhões, revertendo um resultado positivo de R$ 27,39 milhões um ano antes. A receita líquida recuou 51,3% na base anual, para R$ 179,07 milhões.

Apesar da retração no mercado interno, a companhia registrou crescimento expressivo nas exportações, que somaram R$ 92,30 milhões, avanço de 1.736,9% na comparação com o ano anterior. Já as vendas domésticas de pás despencaram 94,9%.

O segmento de serviços, que inclui manutenção e suporte, faturou R$ 52,39 milhões, queda anual de 9,2%, porém alta de 21,6% ante o segundo trimestre. Segundo o CEO Alexandre Negrão, essa linha é estratégica:

“O segmento de serviços tem maior estabilidade e é um pilar da nossa diversificação, especialmente com o foco em internacionalização.”

No mercado, as ações AERI3 encerraram o dia estáveis, cotadas a R$ 4,13. Investidores devem observar a reação no próximo pregão, diante da sinalização de que a companhia pretende acelerar a realocação estratégica para serviços no exterior.

A Aeris é uma das principais fabricantes de pás eólicas do Brasil, atuando na cadeia de energia renovável. Além da produção industrial, vem ampliando sua presença no segmento de serviços e suporte técnico, sobretudo no mercado norte-americano.