Dasa volta ao lucro no 3º trimestre e surpreende a B3 com forte recuperação operacional

Com lucro de R$ 97 milhões, avanço de 12% na receita líquida e redução de 34% na dívida, a Dasa (DASA3) reacende o otimismo dos investidores na bolsa de valores, impulsionada por eficiência operacional e reorganização do portfólio.

A Dasa (BOV:DASA3), uma das maiores redes de medicina diagnóstica do país, entregou um terceiro trimestre de 2025 marcante: voltou ao lucro e mostrou sinais claros de recuperação operacional. A companhia registrou lucro líquido de R$ 97 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 87 milhões do mesmo período de 2024 e trazendo novo fôlego aos investidores da B3.

O resultado positivo foi fruto de três pilares estratégicos: reorganização do portfólio, ganhos expressivos de eficiência e redução consistente do endividamento. Esse conjunto sustentou a retomada da rentabilidade mesmo com a leve queda de 8% no Ebitda, que ficou em R$ 691 milhões.

A receita líquida cresceu 12%, alcançando R$ 2,115 bilhões, impulsionada pelo uso mais eficiente dos ativos físicos e tecnológicos. As despesas comerciais, gerais e administrativas despencaram 43,9%, somando R$ 348 milhões — um dos destaques do trimestre.

No 3T25, as despesas comerciais, gerais e administrativas totalizaram R$348 milhões, redução de 43,9% em relação ao 3T24 (R$621 milhões). A maior parte dessa variação decorre da desconsolidação da operação da Ímpar após a formação da Rede Américas, que no 3T24 representava R$240 milhões da base de comparação.

O resultado financeiro líquido foi uma despesa de R$368 milhões no 3T25, redução de 27,8% em relação ao 3T24, refletindo o menor nível de endividamento e, consequentemente, a queda nas despesas financeiras.

Os investimentos consolidados totalizaram R$61 milhões no 3T25, uma redução de 55,4% em relação aos R$137 milhões do 3T24. No acumulado dos nove meses, os investimentos somaram R$184 milhões, queda de 33,0% frente ao mesmo período do ano anterior.

A geração operacional de caixa atingiu R$481 milhões no 3T25, mais que dobrando em relação ao 3T24 (+112,8%), impulsionada pelo crescimento e qualidade do resultado operacional e pela melhor gestão do capital de giro, que resultou na redução de 31 dias (-17 dias ex-efeitos de desconsolidação da Ímpar)no ciclo de conversão de caixa.

A dívida líquida financeira, após aquisições a pagar e antecipação de recebíveis, encerrou o 3T25 em R$6,7 bilhões, uma redução de R$685 milhões em relação ao trimestre anterior, impulsionada principalmente pela venda de ativos e pela geração de caixa operacional. Em termos de alavancagem, o indicador recuou para 2,62x EBITDA LTM, ante 2,82x no 2T25 e 4,07x no 3T24, refletindo a trajetória consistente de desalavancagem.

A dívida líquida caiu 34%, totalizando R$ 6,657 bilhões, puxando a alavancagem para 2,62 vezes o Ebitda, contra 4,07 vezes um ano antes.

O diretor-presidente, Rafael Lucchesi, destacou a produtividade crescente das unidades: “Essa receita vem mais forte com boa utilização dos nossos ativos, tanto o metro quadrado das unidades quanto nossos equipamentos de margem, que cada vez são mais produtivos.”

Na bolsa de valores, as ações DASA3 reagiram de forma explosiva. Às 12h26, DASA3 era negociada a R$ 2,34, alta de 21,87% no pregão. O papel abriu o dia a R$ 2,02, marcou mínima de R$ 2,02 e testou a máxima de R$ 2,35, sinalizando forte apetite comprador após a divulgação do balanço.

A Dasa atua no setor de saúde, com ênfase em medicina diagnóstica, hospitais e soluções integradas de cuidado. É dona de marcas como Delboni, Lavoisier e Sérgio Franco, concorrendo diretamente com Fleury (BOV:FLRY3) e Pardini, em um dos setores mais estratégicos da economia brasileira.