Dólar recua com aposta de corte de juros nos EUA e foco na Selic de 15%

O dólar à vista voltou a perder força nesta terça-feira (25/11), fechando em baixa de 0,35%, negociado a R$5,3761 na venda, em um dia em que o mercado de câmbio brasileiro surfou o mesmo humor externo que derrubou a moeda norte-americana (FX:USDBRL) frente a praticamente todas as divisas globais. Foi um pregão de ritmo mais leve, mas com aquele clima de “espera tensa” por novos sinais sobre o corte de juros nos Estados Unidos em dezembro — tema que segue ditando o vaivém do câmbio nos últimos dias.

O dia no câmbio doméstico foi marcado por um combo de fatores locais e externos. Por aqui, investidores acompanharam cada palavra da participação de Galípolo na CAE do Senado, buscando pistas sobre até quando a Selic continuará em 15% ao ano — patamar que mantém o diferencial de juros favorável ao Brasil e ajuda a segurar o dólar em níveis mais baixos. Do lado dos dados econômicos, o déficit em transações correntes de US$5,121 bilhões veio pior do que a Projeção do mercado, enquanto o investimento direto (IDP) surpreendeu positivamente ao atingir US$10,937 bilhões. Tudo isso em um ambiente em que o presidente do BC reforçou a insatisfação com a inflação — sinalizando que o juro alto permanece por mais tempo.

No exterior, o clima também foi favorável às moedas emergentes, já que o dólar enfraqueceu frente aos principais pares globais acompanhados pelo índice DXY (CCOM:DXY). A aposta de 80,7% de corte de 25 pontos-base na taxa norte-americana em dezembro ganhou tração, reforçada por dados que apontam desaceleração do mercado de trabalho — como as demissões semanais medidas pela ADP — e vendas no varejo crescendo só 0,2%, abaixo da Projeção de 0,4%. Com parte dos dados oficiais ainda prejudicados pela paralisação parcial do governo norte-americano, as leituras alternativas seguem moldando o sentimento do mercado.

No mercado da B3, o contrato futuro de dólar para dezembro (BMF:DOLFUT), o mais líquido do dia, recuava 0,28% por volta das 17h03, cotado a R$5,3790. A movimentação ficou praticamente alinhada ao dólar à vista, mas ainda com aquele leve “prêmio” típico dos vencimentos futuros — reflexo das expectativas de curto prazo misturando apostas de juros, fluxo cambial e humor global. Já o dólar comercial seguiu estável entre compra a R$5,379 e venda a R$5,380, enquanto o dólar turismo mostrou variações tradicionais do segmento.

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