Dow Jones, S&P e Nasdaq futuros caem com a pressão das ações de tecnologia; Palantir despenca, resultados da AMD à vista

Os futuros das ações dos Estados Unidos recuaram na manhã da terça-feira, 4 de novembro de 2025, com os investidores avaliando novos comentários de autoridades do Federal Reserve e uma enxurrada de balanços corporativos, enquanto buscavam realizar lucros após um início de novembro volátil.

Futuros em baixa

Às 06h09 (horário de Brasília), os futuros do Dow Jones estavam em queda de 1,00% (475 pontos), os futuros do S&P 500 recuavam 1,30% (89,5 pontos) e os futuros do Nasdaq 100 perdiam 1,64% (428 pontos).

A correção ocorre após uma sessão mista na segunda-feira, na qual o Dow Jones Industrial Average perdeu terreno, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq Composite registraram ganhos modestos.

Os mercados permaneceram cautelosos, enquanto os investidores monitoravam as atividades de fusões e aquisições e os dados econômicos em busca de direção.

Recentemente, a Kimberly-Clark (NASDAQ:KMB) anunciou a aquisição da Kenvue (NYSE:KVUE), fabricante do Band-Aid , em um negócio de US$ 40 bilhões, embora analistas tenham apontado possíveis obstáculos legais para a Kenvue. Enquanto isso, a OpenAI anunciou uma parceria de US$ 38 bilhões com a Amazon (NASDAQ:AMZN) para computação em nuvem, marcando o primeiro grande movimento da desenvolvedora do ChatGPT desde sua recente reestruturação corporativa.

Comentários do Fed aumentam a incerteza

As declarações mais recentes de membros do Federal Reserve aumentaram a indecisão do mercado. A governadora do Fed, Lisa Cook, falando publicamente pela primeira vez desde a tentativa fracassada do presidente norte-americano Donald Trump de destituí-la, afirmou que o debate continua dentro do Fed sobre como equilibrar as metas de emprego e inflação. Cook descreveu a reunião de dezembro como “em andamento”, insinuando que o resultado sobre as taxas de juros permanece indefinido.

A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, classificou o corte de juros da semana passada como uma forma de “seguro” para proteger o mercado de trabalho de maiores fragilidades, mas enfatizou que manterá a “mente aberta” na próxima reunião de política monetária.

As ações da Palantir caem apesar de superarem as estimativas

As ações da Palantir Technologies (NASDAQ:PLTR) caíam quase 8% no pré-mercado, apesar de mais um trimestre de desempenho recorde. A empresa de software de análise de dados e defesa reportou lucro líquido de US$ 475,6 milhões sobre receita de US$ 1,18 bilhão, ambos superando as estimativas de Wall Street.

O CEO Alex Karp afirmou que a empresa “agora está gerando mais lucro em um único trimestre do que gerava em receita há pouco tempo”. A Palantir (BOV:P2LT34) também projetou um aumento nas vendas do quarto trimestre, impulsionado pela crescente demanda por suas ferramentas de dados baseadas em inteligência artificial.

Apesar dos fundamentos sólidos, as ações da Palantir — que subiram 175% no acumulado do ano — sofreram pressão em meio ao ceticismo renovado sobre as avaliações inflacionadas no setor de IA. A fraqueza se espalhou para outras grandes empresas de tecnologia negociadas na Europa.

Resultados da AMD a caminho

A Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD) divulgará seus resultados financeiros após o fechamento do mercado, após um trimestre movimentado em negócios relacionados à inteligência artificial. Segundo a Reuters, o Departamento de Energia dos EUA firmou uma parceria de US$ 1 bilhão com a AMD para construir supercomputadores para pesquisa do câncer e aplicações de segurança nacional.

A AMD (BOV:A1MD34) também assinou recentemente um acordo plurianual de fornecimento de chips com a OpenAI, um negócio que deverá gerar bilhões em receita anual e dar à startup de IA uma participação de 10% na AMD. Executivos da empresa descreveram a parceria como “certamente transformadora” para ambos os negócios e para o ecossistema de IA em geral. As ações da AMD subiram mais de 115% este ano, refletindo o otimismo dos investidores em relação à indústria de semicondutores.

BP supera previsões

A BP (NYSE:BP) divulgou um lucro líquido ajustado de US$ 2,21 bilhões no terceiro trimestre, acima das expectativas de US$ 2,02 bilhões, impulsionado por margens de refino mais fortes que compensaram a queda nos preços do petróleo bruto. A gigante do setor energético manteve seu programa de recompra de ações no valor de US$ 750 milhões e confirmou que ainda espera a venda de US$ 5 bilhões em ativos neste ano.

“Entregamos mais um trimestre de bom desempenho em todos os setores da empresa, com as operações continuando a funcionar bem”, disse o CEO Murray Auchincloss.
“Estamos buscando acelerar a execução de nossos planos, incluindo a realização de uma revisão completa de nosso portfólio para promover a simplificação e buscar melhorias adicionais no desempenho de custos e na eficiência”, acrescentou.

A BP (BOV:B1PP34) encerrou o trimestre com uma dívida líquida de US$ 26,05 bilhões, um ligeiro aumento em relação aos US$ 24,27 bilhões do ano anterior, enquanto a empresa continua a executar uma reestruturação estratégica para simplificar suas operações.

Fundo norueguês se opõe ao pacote salarial de US$ 1 trilhão de Musk

O fundo soberano norueguês, o maior investidor do mundo, anunciou que votará contra o plano de remuneração de US$ 1 trilhão proposto pela Tesla (NASDAQ:TSLA) para o CEO Elon Musk, levantando preocupações sobre sua escala e implicações para a governança.

O fundo afirmou que, embora “aprecie o valor significativo criado sob o papel visionário do Sr. Musk”, permanece “preocupado com o tamanho total da recompensa, a diluição e a falta de mitigação do risco associado à figura central”.

Com uma participação de 1,2% na Tesla, o fundo norueguês ocupa a sexta posição entre os maiores acionistas institucionais da montadora. Outros grandes investidores — incluindo BlackRock, Vanguard e State Street — ainda não divulgaram como pretendem votar.

A Tesla apresentará os resultados em sua assembleia anual de acionistas ainda esta semana, onde o plano de remuneração recorde de Musk será o tema central. A proposta lhe concederia uma participação adicional de 12% na Tesla se ele impulsionar a avaliação da empresa para US$ 8,5 trilhões na próxima década, alinhando-se ao seu objetivo de transformar a Tesla em uma potência em inteligência artificial e robótica.

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