
Apesar de prejuízo de R$ 7,6 milhões no trimestre, companhia reforça desalavancagem, otimiza capital e prepara expansão via franquias.
A Espaçolaser (BOV:ESPA3) divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2025 mostrando um desempenho que, à primeira vista, pode decepcionar o mercado: o prejuízo líquido ajustado aumentou para R$ 7,6 milhões. No entanto, executivos destacam que o resultado precisa ser visto dentro da trajetória de reorganização financeira e operacional que a companhia vem conduzindo nos últimos trimestres.
Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores, Fabio Itikawa, o trimestre faz parte de um “filme de evolução”, marcado por melhora gradual de margens, fortalecimento de caixa e redução do endividamento. Ele ressalta que os impactos negativos do 3T25 são concentrados no ambiente de juros elevados, que pressionaram despesas financeiras — e não na operação em si.
A receita líquida avançou 10,4%, atingindo R$ 262,2 milhões entre julho e setembro. O Ebitda ajustado ficou em R$ 45,9 milhões, alta de 4,3% na comparação anual, enquanto a margem recuou levemente para 17,5%.
O custo médio por loja totalizou R$ 101,3 mil por mês no 3T25, representando aumento de 8,9% em relação ao 3T24, movimento que reflete ajustes pontuais associados à inflação do período e à expansão do portfólio de lojas próprias, mantendo-se, contudo, em patamar controlado e compatível com a estratégia de eficiência operacional da Companhia.
As despesas operacionais totalizaram R$ 43,7 milhões, correspondendo a 16,7% da receita líquida, um aumento de 2,1 p.p. em relação ao 3T24. Entre os fatores que impactaram o período, destacam-se ajustes relacionados a provisões e investimentos estratégicos em capacitação, incluindo um treinamento que envolveu toda a equipe operacional da Companhia em nível nacional. Essas iniciativas tiveram caráter pontual e visam aperfeiçoar a operação, fortalecer a performance do time de campo e garantir a sustentabilidade e a geração de valor no médio e longo prazo.
No 3T25, o fluxo de caixa operacional ajustado foi de R$ 84,0 milhões, crescimento de 45,5% quando comparado com o 3T24, e com uma conversão de EBITDA em caixa de 183,0% no período. No acumulado do ano, a geração de caixa operacional foi de R$ 196,9 milhões, com crescimento de 20,0% e conversão de EBITDA em caixa de 103,2%.
O system-wide sales atingiu R$ 420,7 milhões, alta de 3,5% frente ao mesmo período do ano anterior, enquanto o acumulado de R$ 1,3 bilhão representa crescimento de 8,8%, demonstrando a força da marca. O same-store sales (SSS) cresceu 2,4% no trimestre e 7,1% no acumulado do ano, crescimento de 7,7 p.p. quando comparado com o mesmo período do ano anterior, evidenciando a consistência da operação e a evolução das principais métricas comerciais.
No terceiro trimestre de 2025, a Companhia alocou R$ 15,4 milhões em investimentos, representando um incremento de 233,2% em relação ao mesmo período de 2024. Com isso, no acumulado do ano, tivemos investimentos no montante de R$ 34,0 milhões, incremento de 119,5% comparado aos R$ 15,5 milhões dos 9M24.
A desalavancagem segue como prioridade. A dívida líquida totalizou R$ 525,8 milhões no 3T25, apresentando redução de 7,0% (R$ 39,6 milhões) em relação ao mesmo período do ano anterior. Em consequência, o índice de alavancagem (dívida líquida/EBITDA contábil, excluindo efeitos não recorrentes) caiu para 1,90x, atingindo o menor patamar em 16 trimestres. A dívida bruta encerrou o período em R$ 766,1 milhões. O atual nível de alavancagem abre espaço para a continuidade de investimentos estratégicos, conduzidos com foco em eficiência de capital, baixo desembolso e retorno acelerado, fortalecendo a capacidade de geração de valor sustentável da Companhia.
Além disso, a companhia reforçou a estratégia de expansão via franquias, buscando um modelo mais leve e com retorno mais rápido. A venda de quatro pontos comerciais próprios e a substituição de máquinas que utilizam consumíveis por equipamentos de resfriamento mais eficientes estão entre as iniciativas que contribuíram para redução de custos.
A Espaçolaser é líder em depilação a laser no Brasil, com 887 unidades ao final do trimestre, sendo 561 próprias e 248 franquias, além de operações internacionais. A companhia busca ampliar a presença entre o público masculino, que hoje representa apenas 13,5% da base, e mira expansão para novos serviços além da depilação.
Com a reestruturação avançando e possíveis cortes de juros no radar, a companhia acredita estar preparando terreno para um ciclo de crescimento mais forte a partir de 2026. Investidores que acompanham o papel devem olhar menos para o resultado pontual do trimestre — e mais para a trajetória de reequilíbrio financeiro e fortalecimento de caixa.
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