EUA: Dados da inflação de outubro não serão divulgados

O Departamento de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos (BLS) anunciou oficialmente o cancelamento da divulgação do aguardado relatório da inflação anual referente ao mês de outubro. A informação, considerada essencial para orientar as expectativas sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed), simplesmente não estará disponível. A justificativa do órgão oficial foi direta e está ligada aos efeitos residuais da recente paralisação governamental. “O BLS não conseguiu coletar os dados da pesquisa referentes ao período de referência de outubro de 2025 devido a uma falha na liberação de verbas. O BLS não tem condições de coletar esses dados retroativamente”, afirmou o órgão em comunicado. O BLS ainda tentou trazer um pouco de perspectiva, acrescentando que “as informações que conseguiu coletar a partir de dados não provenientes de pesquisas serão incluídas no relatório de novembro”. Este é o segundo dado macroeconômico de altíssimo impacto cancelado em sequência, após o anúncio de que o relatório de empregos para outubro também não seria divulgado.

A ausência simultânea do relatório de empregos e do dado de inflação cria um vácuo de informação sem precedentes para o Fed e para o mercado. Sem esses dois pilares para avaliar a saúde da economia norte-americana, as decisões de política monetária passarão a depender ainda mais de indicadores secundários e de declarações de autoridades. Essa incerteza tende a aumentar a volatilidade nos mercados globais. Para a bolsa de valores norte-americana, representada por índices como o S&P 500 (SPI:SP500) e o Nasdaq Composite (NASDAQI:COMPX), a falta de um norte claro pode limitar movimentos de alta mais consistentes e ampliar correções. No mercado de câmbio, o dólar norte-americano, observado através da paridade Dólar Americano e Real Brasileiro (FX:USDBRL), pode experimentar flutuações mais bruscas, enquanto os títulos do Tesouro dos EUA também devem operar com maior instabilidade, refletindo a dúvida sobre a trajetória futura dos juros.

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