Grendene registra queda de 38% no lucro no 3T25, apesar de avanço nas exportações

Redução no lucro e aumento de despesas operacionais pressionam margens, enquanto vendas externas avançam mais de 80%; GRND3 recua no pregão desta sexta-feira (07/11).

A Grendene (BOV:GRND3), uma das maiores fabricantes de calçados do país, reportou lucro líquido de R$ 138,5 milhões no terceiro trimestre de 2025, queda de 38% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado de nove meses, o lucro somou R$ 395,4 milhões, recuo de 2,3% na comparação anual.

A companhia apresentou receita bruta de R$ 1,02 bilhão no trimestre, alta de 10,6% ante o 3T24, impulsionada pelo forte desempenho das exportações, que cresceram 86,1% em reais e 89,4% em dólares. Por outro lado, o mercado interno ficou mais fraco, com recuo de 2,4%, totalizando R$ 771,3 milhões em receita doméstica.

O crescimento das despesas operacionais foi o principal ponto de pressão. Essas despesas somaram R$ 277,8 milhões, alta de 30,2% em um ano, o que contribuiu para a retração de 47,9% no Ebit, que caiu para R$ 75,7 milhões. O Ebitda recorrente também registrou queda, indo para R$ 142,5 milhões, retração de 20,7% na comparação anual.

Apesar disso, o resultado financeiro líquido recorrente da companhia teve desempenho favorável, somando R$ 95,5 milhões no trimestre — e acumulando R$ 324,9 milhões no ano, avanço de 49,8% frente aos nove primeiros meses de 2024.

No pregão desta sexta-feira (07/11), as ações GRND3 operam em queda. Às 11h10, o papel era negociado a R$ 4,97, baixa de -4,79%, após abrir o dia a R$ 5,20, registrar máxima também em R$ 5,20 e mínima de R$ 4,82. A reação indica cautela dos investidores diante da compressão das margens e aumento das despesas.

A Grendene é uma fabricante brasileira de calçados dona de marcas como Melissa, Rider, Grendha e Ipanema, com forte presença tanto no mercado interno quanto internacional. A empresa atua no segmento de consumo cíclico e disputa mercado com fabricantes nacionais e estrangeiros, além de operar com forte presença no varejo e exportação.

Para o investidor, o momento pede atenção ao ritmo de recuperação do consumo no Brasil, à eficiência operacional da companhia e ao comportamento do dólar frente ao real — fator que pode continuar sustentando as exportações.