Investidores estrangeiros injetam R$ 25,9 bilhões em 2025 na B3

O cenário de investimentos estrangeiros na bolsa de valores brasileira (BOV:IBOV) deu uma guinada positiva em 2025. Após um 2024 de forte saída de capital — quando investidores internacionais retiraram R$ 24,2 bilhões do país — o fluxo de recursos mudou de direção, refletindo um novo apetite pelos ativos nacionais.

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De janeiro a outubro de 2025, o saldo líquido de entrada de capital estrangeiro somou R$ 25,94 bilhões, segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria. O dado inclui aportes realizados em ofertas públicas iniciais (IPOs) e subsequentes (follow-ons). Mesmo sem considerar essas emissões, o volume líquido continua expressivo, com R$ 25,29 bilhões de ingressos no período.

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A consultoria destacou que, nos últimos dez anos, sete registraram entradas líquidas de capital estrangeiro na B3 (BOV:IBOV), totalizando R$ 267,49 bilhões quando considerados os IPOs e follow-ons. Desconsiderando novas emissões, o saldo acumulado segue positivo, em R$ 64,68 bilhões, evidenciando que o investidor internacional tem sido um pilar fundamental para a liquidez e valorização da bolsa brasileira.

Queda em outubro.
O mês de outubro trouxe um respiro de cautela. O saldo líquido foi negativo em R$ 1,13 bilhão, o segundo maior valor de saída mensal de 2025 — atrás apenas de julho, quando houve retirada de R$ 6,17 bilhões. Ainda assim, o balanço do ano mostra sete meses de entradas e três de saídas, sendo maio o destaque positivo, com R$ 10,66 bilhões de aporte líquido.

Mesmo com o saldo negativo em outubro, o volume de negociações permaneceu elevado: os estrangeiros compraram R$ 299,4 bilhões em ações e venderam R$ 300,6 bilhões, os terceiros maiores volumes mensais do ano. Os picos de movimentação ocorreram em maio, com R$ 327,0 bilhões em compras, e abril, com R$ 323,3 bilhões.

Para a Elos Ayta Consultoria, o comportamento indica que o investidor estrangeiro “não abandonou o mercado brasileiro, mas vem ajustando posições, realizando lucros e calibrando o risco em meio a incertezas fiscais e políticas”.

Historicamente, quando o Ibovespa (BOV:IBOV | BMF:INDFUT | BMF:WINFUT) atinge recordes de pontuação com fluxo líquido positivo de estrangeiros, a tendência costuma ser de valorização sustentada. Já períodos de volume alto com saldo negativo, como o de outubro, sinalizam um mercado aquecido, mas em compasso de espera.

O movimento recente reflete um cenário de transição: o otimismo com os ativos brasileiros ainda está presente, mas a postura dos investidores mostra maior seletividade e sensibilidade ao ambiente político e fiscal. No contexto atual, o saldo acumulado positivo reforça que o capital estrangeiro segue como um dos principais motores da B3, sustentando o fôlego do mercado em meio à volatilidade global.

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