Mercados europeus caem levemente com investidores à espera da decisão do Banco da Inglaterra e atentos a balanços corporativos

Os mercados europeus abriram em leve baixa na quinta-feira, enquanto os investidores avaliavam mais uma onda de resultados corporativos e aguardavam a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra, que é acompanhada de perto.

Às 07h25 (horário de Brasília), o índice DAX da Alemanha caiu 0,11%, o CAC 40 da França recuou 0,45% e o FTSE 100 do Reino Unido teve queda de 0,28%. O índice pan-europeu STOXX 600 recuou 0,12%.

Os resultados financeiros continuam em foco

A confiança retornou cautelosamente aos mercados de ações globais após um início de semana fraco, impulsionada por dados econômicos dos EUA mais fortes do que o esperado, que aliviaram as preocupações com avaliações sobrevalorizadas.

Na Europa, o sentimento tem sido sustentado pela percepção de que as perspectivas corporativas estão melhorando, com muitas empresas apresentando resultados que desafiaram os piores temores dos investidores. Ainda assim, com os principais índices da região próximos de suas máximas históricas, os investidores continuam realizando lucros em meio a um calendário repleto de balanços corporativos.

O Commerzbank (TG:CBK) anunciou uma recompra de ações de até € 1 bilhão após registrar seu maior lucro operacional em nove meses, refletindo o forte desempenho de seus principais negócios.

O BT Group (LSE:BT.A) registrou uma queda de 3% na receita do segundo trimestre, com sua divisão Openreach — responsável pela rede de telefonia fixa do Reino Unido — perdendo 242.000 clientes de banda larga durante o trimestre, uma queda mais acentuada do que os 205.000 esperados. A empresa atribuiu as perdas à “forte concorrência e a um mercado de banda larga mais fraco”.

A AstraZeneca (LSE:AZN) divulgou resultados do terceiro trimestre melhores do que o esperado, impulsionados pelo sólido crescimento em seus tratamentos oncológicos, cardiovasculares e renais, mantendo inalteradas suas projeções para o ano todo.

A Volvo Car (BIT:1VOLVB) afirmou que pretende atingir uma margem operacional de longo prazo acima de 8% como parte de uma reformulação estratégica, ampliando a cooperação com a acionista majoritária Geely para reduzir custos e fortalecer a geração de caixa.

A Skanska (TG:SKNB) registrou lucros maiores no terceiro trimestre, apesar de significativas baixas contábeis em seus imóveis nos EUA, já que suas principais operações de construção apresentaram margens melhores do que o esperado.

Decisão de política monetária do Banco da Inglaterra à vista

As atenções se voltam agora para o Banco da Inglaterra, que deve anunciar sua mais recente decisão sobre a taxa de juros ainda nesta sessão. Economistas esperam, em geral, que o banco central mantenha as taxas inalteradas em 4,0%, visto que o Reino Unido continua a registrar a maior taxa de inflação entre as economias do G7.

No entanto, a decisão não é vista como garantida. Sinais recentes de desaceleração da inflação e expectativas de que a Ministra da Fazenda, Rachel Reeves, aumentará os impostos no próximo orçamento criaram incertezas adicionais. No início desta semana, Reeves reconheceu que teria que fazer “escolhas difíceis” para salvaguardar os serviços públicos e, ao mesmo tempo, reduzir a dívida nacional — comentários vistos como um prenúncio de aperto fiscal.

Em outros lugares, a produção industrial alemã subiu 1,3% em setembro, ficando abaixo das previsões de um aumento de 3% e evidenciando a persistente fragilidade da maior economia da Europa.

Preços do petróleo se mantêm estáveis ​​após recentes quedas

Os preços do petróleo bruto se estabilizaram na quinta-feira após fortes perdas, com os temores de excesso de oferta e demanda mais fraca continuando a pesar sobre o sentimento do mercado.

Às 07h32 (horário de Brasília), os contratos futuros do Brent para janeiro subiram 0,44%, ou US$ 0,28 centavos, para US$ 63,80 por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) para dezembro ganhou 0,54%, ou US$ 0,32 centavos, para US$ 59,92.

Ambos os índices de referência caíram cerca de 1% na quarta-feira e registraram seu terceiro declínio mensal consecutivo em outubro. Persistem as preocupações do mercado com a menor demanda por combustíveis nos EUA, em meio à paralisação prolongada do governo e às expectativas de excesso de oferta no próximo ano.

De acordo com a Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA), os estoques de petróleo bruto dos EUA aumentaram em 5,2 milhões de barris na semana passada, chegando a 421,2 milhões, superando em muito as expectativas de um aumento de apenas 603 mil barris.

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