Neoenergia fecha acordo bilionário com a EDF Brasil e vende usina Dardanelos por R$ 2,5 bilhões

Transação inclui aporte de capital, manutenção de 25% de participação indireta e possibilidade de saída futura; negócio reforça estratégia da companhia na bolsa de valores e chama atenção dos investidores de energia elétrica.

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A Neoenergia (BOV:NEOE3) comunicou um dos movimentos societários mais relevantes do setor elétrico em 2025: a venda da totalidade das ações da Energética Águas da Pedra (EAPSA) — operadora da usina hidrelétrica Dardanelos, com 261 MW de capacidade — para a EDF Brasil Hidro Participações, por R$ 2,5 bilhões. O anúncio foi feito por meio de Fato Relevante e rapidamente entrou no radar dos investidores da B3, especialmente pelo potencial impacto sobre fluxo de caixa, alocação de capital e estratégia de longo prazo da companhia.

No acordo, a Neoenergia celebrou um investimento conjunto com a EDF Brasil Holding, por meio do qual fará um aporte de R$ 93,5 milhões na Hidro Participações, ficando com 25% do capital da empresa, enquanto a EDF deterá 75%, após investir R$ 280,5 milhões. Com isso, a Neoenergia mantém uma participação indireta de 25% na EAPSA — único ativo da holding — deixando margem para continuar capturando valor da operação.

A transação prevê ainda que os demais recursos necessários para a aquisição da EAPSA serão levantados via financiamentos estruturados. Além disso, o contrato estabelece que, em até 2,5 anos após a conclusão da operação, a EDF Brasil Holding poderá adquirir a totalidade da participação da Neoenergia na Hidro Participações — e a própria Neoenergia também poderá optar por vender sua fatia.

Como em toda operação desse porte, o negócio depende da aprovação do Cade, da Aneel, de autoridades concorrenciais estrangeiras e dos agentes financiadores da usina. O mercado já monitora de perto o cronograma regulatório e a expectativa de desembolso.

A companhia destacou, no Fato Relevante, que a transação está alinhada à sua estratégia de reciclagem de portfólio, disciplinada alocação de capital e geração de valor aos acionistas. O movimento reforça a tendência do setor de busca por operações mais enxutas e financeiramente eficientes.

Como o anúncio foi publicado após o fechamento do pregão de sexta-feira (21/11), quando as ações NEOE3 encerraram estáveis a R$ 30,10 — dentro da faixa das últimas 52 semanas (R$ 17,90 a R$ 30,63) — a expectativa é de que o mercado reaja positivamente na reabertura da segunda-feira (24/11). Investidores devem avaliar o efeito do preço da venda, a manutenção de participação minoritária e o potencial impacto sobre dívida e estrutura de capital.

A Neoenergia (BOV:NEOE3) é uma das maiores empresas de energia elétrica do Brasil, atuando em geração, transmissão, distribuição e comercialização. Controlada pelo grupo Iberdrola, está presente em diversos estados, com mais de 16 milhões de clientes e forte presença em energias renováveis. Disputa espaço com players como EDP, AES Brasil, Enel e Engie.

O acordo com a EDF Brasil coloca a Neoenergia em destaque na bolsa de valores e abre um novo capítulo na estratégia de portfólio da companhia.