Oncoclínicas vende hospital em Minas Gerais e reestrutura dívida para fortalecer caixa e foco operacional

Transação de R$ 130 milhões, distrato com locadora e reestruturação financeira de R$ 210 milhões marcam nova fase da Oncoclínicas (BOV:ONCO3) em busca de eficiência e liquidez; ação opera a R$ 1,83 nesta sexta-feira (14/11)

A Oncoclínicas Brasil Serviços Médicos confirmou a venda do Instituto Materno Infantil de Minas Gerais pelo valor de R$ 130 milhões para a Fundação Felice Rosso, entidade responsável pela administração do hospital Felício Rocho. O movimento, divulgado em fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), marca mais um passo da companhia na reorganização de seu portfólio de ativos e na otimização de sua estrutura financeira.

Segundo a empresa, a operação prevê que a Oncoclínicas mantenha, por 25 anos, o controle da área de oncologia do hospital como parceira especializada — reforçando sua estratégia de ampliar a presença em serviços de alta complexidade sem carregar estruturas hospitalares extensas.

Além da venda, a companhia anunciou um distrato com a Castelo Byblos Participações que encerra o contrato para construção e locação de um complexo oncológico em Belo Horizonte. Pelo acordo, pagamentos já realizados serão compensados com a multa contratual, evitando saídas adicionais de caixa e encerrando um compromisso de longo prazo que já não fazia sentido estratégico.

Outro ponto relevante é a carência de 12 meses concedida para o câncer center de Goiânia, aliviando pressões sobre o fluxo de caixa operacional no curto prazo. Já os R$ 210 milhões originalmente destinados ao contrato cancelado foram reestruturados como um único instrumento de dívida financeira — e serão integralmente utilizados por um veículo da Cedro para subscrição de novas ações da companhia no aumento de capital em andamento.

Em comunicado, a Oncoclínicas reforçou que o distrato não gera desembolsos adicionais, elimina obrigações futuras e contribui para preservação de caixa, especialmente no contexto de pagamentos de aluguel relacionados ao projeto de Goiânia.

No mercado, as ações ONCO3 exibem leve alta de 0,55%, cotadas a R$ 1,83 às 12h31 desta sexta-feira (14/11). O papel abriu o pregão no mesmo nível (R$ 1,83), tocou a máxima de R$ 1,88 e mínima de R$ 1,79, em um dia de forte monitoramento por parte do investidor que acompanha empresas de saúde e diagnósticos na bolsa de valores brasileira.

A Oncoclínicas é uma das maiores plataformas de tratamento oncológico da América Latina, com foco em terapias de alta complexidade, medicina personalizada e centros integrados. Atua em parceria com médicos especialistas e conta com presença nacional relevante em diversas capitais, competindo com grupos hospitalares e redes privadas de saúde.