Preços do ouro se estabilizam com a desvalorização do dólar; paralisação do governo nos EUA mantém investidores cautelosos

Os preços do ouro mantiveram-se estáveis ​​nas negociações asiáticas de quinta-feira, 6 de novembro de 2025, sustentados pela fraqueza do dólar americano e pelas preocupações persistentes com a paralisação prolongada do governo dos EUA. O metal consolidou os ganhos após uma alta de mais de 1% na sessão anterior, em meio a uma busca generalizada por ativos seguros.

O preço do ouro à vista subiu 0,2%, para US$ 3.988,79 por onça às 02h37 (horário de Brasília), enquanto os contratos futuros de ouro nos EUA avançaram 0,1%, para US$ 3.995,70 por onça.

O ouro subiu 1,3% na quarta-feira, à medida que as crescentes preocupações com as avaliações inflacionadas das ações e uma potencial bolha de mercado levaram os investidores a buscar ativos de refúgio.

Dólar cai; paralisação prolonga incerteza no mercado

O índice do dólar americano recuou 0,2% na sessão asiática de quinta-feira, refletindo um apetite renovado por risco após a recuperação de Wall Street da queda acentuada das ações de tecnologia no início da semana. A recuperação ajudou a aliviar algumas preocupações com a avaliação das ações, mas pouco contribuiu para compensar a incerteza decorrente do impasse orçamentário em curso em Washington.

Com a paralisação do governo atingindo níveis recordes, os investidores enfrentam a falta de dados econômicos oficiais, o que os força a depender mais de indicadores privados para avaliar o desempenho econômico dos EUA.

Dados recentes apontam para a continuidade da força do mercado de trabalho. Os dados da ADP mostraram que o número de empregos no setor privado cresceu em 42.000 em outubro — quase o dobro da previsão — sugerindo que a economia permanece resiliente apesar do impasse fiscal.

Os dados sólidos reduziram as expectativas de um corte na taxa de juros em dezembro pelo Federal Reserve. Como o ouro não gera renda, taxas elevadas sustentadas geralmente limitam sua atratividade.

Enquanto isso, os investidores acompanham de perto a Suprema Corte dos EUA, que iniciou as audiências sobre as tarifas impostas durante o governo do ex-presidente Donald Trump. O caso poderá moldar a dinâmica futura do comércio e da inflação nos próximos anos.

“Mantemos uma visão positiva sobre o ouro, apesar da recente queda nos preços, com importantes fatores de suporte, incluindo a demanda de bancos centrais e de ativos considerados seguros, ainda em vigor”, afirmaram analistas do ING.

“Embora as tensões comerciais tenham diminuído recentemente, persiste uma significativa incerteza geopolítica, impulsionando a demanda por ativos seguros”, acrescentaram.

Metais básicos permanecem em níveis baixos

Outros metais preciosos e industriais sofreram poucas variações. Os contratos futuros de prata subiram 0,2%, para US$ 48,12 por onça, enquanto os contratos futuros de platina permaneceram estáveis ​​em US$ 1.564,60 por onça.

Na Bolsa de Metais de Londres, o cobre subiu 0,4%, para US$ 10.771,20 por tonelada, e os contratos futuros de cobre nos EUA avançaram 0,6%, para US$ 5,02 por libra.

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