A Airbus afirma que a maioria dos 6.000 aviões que estavam em solo já foi liberada após correção de software; ações caem

A Airbus (EU:AIR) informou nesta segunda-feira (1) que as operações aéreas estão retornando gradualmente à normalidade, à medida que as companhias aéreas concluem uma onda de atualizações de software inesperadas mais rapidamente do que o previsto inicialmente, após a descoberta de uma vulnerabilidade à radiação solar que deixou 6.000 aeronaves temporariamente em solo.

Companhias aéreas da Ásia, Europa e Estados Unidos confirmaram ter aplicado a atualização obrigatória emitida após investigadores determinarem que um incidente recente com um Airbus A320 da JetBlue revelou sensibilidade a erupções solares. Os órgãos reguladores instruíram as operadoras a instalar a correção antes de colocarem suas aeronaves de volta em serviço.

Segundo a Airbus, a maioria das cerca de 6.000 aeronaves da família A320 abrangidas pelo alerta já foi atualizada, restando menos de 100 aguardando a correção. Um pequeno grupo de jatos precisará de um processo mais demorado, o que levou a Avianca, da Colômbia, a suspender temporariamente novas reservas até 8 de dezembro.

As ações da Airbus caíram 2,3% no início do pregão europeu desta segunda-feira.

O problema surgiu quando a Airbus identificou que a intensa radiação solar poderia afetar um computador crítico de controle de voo. O recall afetou quase 6.000 jatos da família A320, incluindo os modelos A318, A319, A320 e A321.

A maioria das aeronaves foi liberada para retomar os voos poucas horas após receber a atualização, que normalmente exigia apenas um curto período de manutenção.

A Airbus iniciou sua investigação após um incidente em outubro, no qual um A320 que voava entre os EUA e o México sofreu uma perda repentina de altitude. Engenheiros posteriormente atribuíram o evento a um padrão específico de software de controle de voo que, em casos raros, poderia ser afetado por forte atividade solar.

O fabricante observou que cerca de 5.100 aeronaves podem ser beneficiadas com uma reversão de software, enquanto aproximadamente 900 jatos mais antigos precisarão de substituições completas de hardware. Essas aeronaves precisarão ser levadas para centros de manutenção e ficarão fora de serviço de passageiros até que as atualizações sejam concluídas.

A Airbus reiterou que o problema não afetará seu cronograma de produção — um sinal, escreveu o analista Ken Herbert, da RBC Capital Markets, de que a empresa “não usará esse problema como justificativa para não cumprir sua meta de entrega para 2025”.

Herbert acrescentou que, embora as alterações de hardware acarretem custos mais elevados, o impacto financeiro é “provavelmente menos significativo do que os investidores temiam inicialmente”.

Analistas do Goldman Sachs afirmaram que a atenção agora se volta para a disponibilidade de peças de reposição e seus possíveis impactos no próximo ano. Embora a atualização de software em si seja barata, o banco alertou que o tempo de inatividade das aeronaves e a escassez de peças de reposição podem representar um “risco de interrupção na entrega de aeronaves” em 2026.

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