Bolsas europeias fecham em queda. Comentários de Lagarde no radar

O mercado europeu encerrou a sessão desta quarta-feira (10/12) majoritariamente em queda, refletindo a pressão nos setores de automóveis, defesa e luxo. Entre os índices, o PSI 20 (EU:PSI20) registrou a maior variação negativa do dia, enquanto o FTSE 100 (LSE:UKX) foi um dos poucos a fechar em alta. Investidores acompanharam atentamente os indicadores econômicos divulgados, especialmente os comentários da presidente do Banco Central Europeu (BCE), que sinalizou possível revisão para cima das projeções de crescimento da Zona do Euro. A volatilidade também foi influenciada pela expectativa da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), prevista para após o encerramento das cotações europeias.

Reino Unido – FTSE 100 (LSE:UKX)

O Reino Unido não divulgou indicadores econômicos relevantes nesta quarta-feira (10/12). Ainda assim, o mercado local reagiu ao cenário global, com os investidores monitorando a volatilidade internacional causada pela expectativa da decisão do Fed e pelas projeções de bancos centrais. Em Londres, a bolsa de valores britânica encerrou com o FTSE 100 em alta de 0,14%, impulsionado pelo desempenho de mineradoras como Antofagasta, que avançou na esteira da recuperação dos preços dos metais. Setores domésticos ligados a transporte e construção também ajudaram a sustentar o movimento positivo.

Zona do Euro – Euronext 100 (EU:N100)

A Zona do Euro teve como destaque os comentários da presidente do BCE, Christine Lagarde, que afirmou que a instituição pode revisar para cima as projeções de crescimento ainda em dezembro. A fala trouxe volatilidade, pois reforça a leitura de que o BCE mantém foco no combate à inflação, mesmo diante do enfraquecimento de parte da atividade econômica. Normalmente, revisões positivas de crescimento tendem a fortalecer a moeda comum e pressionar juros futuros, enquanto revisões negativas favorecem cortes na curva. O Euronext 100 recuou 0,41%, refletindo a cautela dos investidores.

Alemanha – DAX (DBI:DAX)

A Alemanha não trouxe novos indicadores econômicos nesta quarta-feira (10/12). Mesmo assim, o mercado absorveu movimentos corporativos relevantes: as ações da Delivery Hero dispararam mais de 12% após a empresa anunciar avaliação de alternativas estratégicas. Em contrapartida, Thyssenkrupp caiu cerca de 1% apesar da divulgação de lucros trimestrais. O quadro corporativo misto e a pressão dos setores industriais contribuíram para o fechamento negativo. O DAX encerrou o pregão em queda de 0,22%, alinhado ao sentimento de cautela no continente.

França – CAC 40 (EU:PX1)

Sem indicadores locais divulgados nesta quarta-feira (10/12), a França concentrou atenções no setor de luxo. As ações da LVMH (EU:ORA) chegaram a abrir pressionadas pela convocação de greve em unidades de champanhe, mas se recuperaram ao longo do dia e fecharam em alta de 0,3%. Em geral, quando há risco de paralisações em empresas de consumo premium, a volatilidade tende a aumentar, afetando câmbio e juros locais, mas o impacto foi limitado. O CAC 40 recuou 0,37%, pressionado por fraqueza nos setores de defesa e automóveis.

Itália – FTSE MIB (BITI:FTSEMIB)

A Itália acompanhou o humor negativo da Europa nesta quarta-feira (10/12). A ausência de indicadores domésticos manteve o foco nos balanços corporativos e no comportamento dos setores cíclicos europeus. Leonardo e Banca Mediolanum exerceram pressão após devolverem ganhos recentes. Em geral, quedas nesses setores tendem a impulsionar posições defensivas em títulos públicos italianos e alterar expectativas de curto prazo para câmbio local. O FTSE MIB fechou em queda de 0,25%.

Portugal – PSI 20 (EU:PSI20)

Portugal registrou a maior queda do dia entre os principais índices. A falta de indicadores locais direcionou os investidores à aversão ao risco global, amplificada pela espera da decisão do Fed. Em momentos de maior volatilidade, o mercado português costuma ser mais sensível a fluxos internacionais, afetando tanto juros locais quanto a curva de câmbio. O PSI 20 caiu 0,89%, liderando as perdas no continente.

Holanda – AEX (EU:AEX)

A Holanda também não apresentou novos indicadores econômicos nesta quarta-feira (10/12). O destaque ficou por conta da queda de 10% da Aegon após anunciar planos para transferir sua sede para os Estados Unidos, movimento que adicionou incertezas corporativas. Mudanças desse tipo geralmente ampliam a volatilidade das ações e afetam expectativas sobre fluxo cambial. O AEX encerrou em queda de 0,35%.

Reação a indicadores e eventos norte-americanos

Antes do fechamento dos mercados europeus, investidores acompanharam a expectativa para a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), prevista para depois do encerramento da sessão. Analistas do Deutsche Bank destacaram que o comunicado do Fed pode sinalizar dificuldades para novos cortes de juros no início de 2026. Em geral, expectativas sobre juros norte-americanos afetam diretamente as paridades do euro e da libra esterlina, influenciando fluxos de renda fixa e o apetite por risco internacional.

Mercado cambial europeu – últimas 24 horas

No campo das moedas, o euro e a libra esterlina exibiram movimentos mistos contra o dólar. O euro (FX:EURUSD) subiu 0,24%, refletindo maior demanda por moedas europeias diante da expectativa de ajustes nas projeções do BCE. Já a libra esterlina (FX:GBPUSD) avançou 0,31%, sustentada por fluxos em direção a divisas de países desenvolvidos. Na paridade entre euro e libra, o EURGBP caiu 0,07%, evidenciando leve fortalecimento da moeda britânica sobre a moeda comum.

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