
Os contratos futuros atrelados aos principais índices de ações dos EUA apontavam para baixo, sinalizando um início cauteloso para a semana de negociações, enquanto os investidores aguardavam uma série de divulgações econômicas importantes, principalmente o relatório do mercado de trabalho, há muito aguardado.
A atenção também se volta para possíveis mudanças na estrutura do mercado americano, com relatos sugerindo que a Nasdaq está buscando aprovação para estender o horário de negociação, enquanto a construtora Lennar deve divulgar seus resultados ainda hoje.
Os futuros apontam para uma abertura fraca
Os futuros das ações americanas recuaram no início do pregão, refletindo a cautela dos investidores antes da divulgação de dados importantes, principalmente sobre o emprego.
Às 07h55 (horário de Brasília), os futuros do Dow Jones estavam em queda de 81 pontos, ou 0,17%, os futuros do S&P 500 haviam recuado 18,25 pontos, ou 0,27%, e os futuros do Nasdaq 100 estavam em baixa de 104,25 pontos, ou 0,41%.
As quedas seguem uma sessão anterior fraca em Wall Street, que marcou um início moderado para a última semana completa de negociações de 2025. Embora as ações tenham tentado uma recuperação durante a sessão de segunda-feira, o movimento perdeu força, já que analistas apontaram dúvidas persistentes sobre a sustentabilidade da alta impulsionada pela inteligência artificial. Essas preocupações foram reforçadas por resultados e perspectivas decepcionantes de empresas ligadas à IA, como a Broadcom (NASDAQ:AVGO) e a Oracle (NYSE:ORCL).
Os investidores também analisaram notícias de que Kevin Hassett, um importante assessor econômico da Casa Branca, pode estar enfrentando resistência em sua possível candidatura para se tornar o próximo presidente do Federal Reserve.
Hassett tem sido visto como favorável à pressão do presidente norte-americano Donald Trump por cortes rápidos e agressivos nas taxas de juros, embora a CNBC tenha relatado que alguns funcionários próximos ao presidente estão desconfortáveis com sua proximidade com a Casa Branca.
Ao final do pregão de segunda-feira, tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq Composite, com forte presença de empresas de tecnologia, registraram suas maiores quedas em um único dia em mais de três semanas.
Relatório de empregos ganha destaque
Os mercados agora voltam sua atenção para uma série de dados econômicos dos EUA que serão divulgados ainda nesta terça-feira, os quais poderão oferecer novas perspectivas sobre a saúde da economia e moldar as expectativas para a futura política do Federal Reserve.
No topo da agenda está o relatório de novembro sobre o número de empregos não agrícolas (non-farm payrolls) do Departamento de Estatísticas do Trabalho (Bureau of Labor Statistics). Segundo estimativas da Reuters, economistas esperam um crescimento modesto de 35.000 vagas. O relatório também incluirá os dados de outubro, que não foram divulgados devido a um apagão de dados causado pela paralisação recorde do governo federal.
Uma nova taxa de desemprego também será divulgada. Como a paralisação do governo durou 43 dias, os dados de desemprego de outubro não foram coletados, criando uma lacuna sem precedentes na série histórica.
Outros dados previstos para hoje incluem números de vendas no varejo e uma estimativa preliminar da atividade empresarial. Olhando para o futuro, o Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS) deve publicar os dados de inflação ao consumidor de novembro ainda esta semana, em meio à incerteza sobre quanta informação do relatório cancelado de outubro será refletida.
Os dados surgem pouco depois de o Federal Reserve ter reduzido as taxas de juros em 25 pontos base na última quarta-feira, alegando a necessidade de apoiar o emprego, enquanto as pressões inflacionárias parecem estáveis, embora ainda elevadas. É importante ressaltar que os formuladores de políticas não tinham acesso aos indicadores econômicos mais recentes na ocasião, o que significa que os números desta semana podem influenciar a trajetória da política monetária do Fed nos próximos meses.
Nasdaq busca ampliar o horário de negociação – segundo reportagem
Segundo informações da Bloomberg News, a Nasdaq estaria pressionando por aprovação regulatória para estender o horário de negociação em suas bolsas de valores, permitindo potencialmente negociações por até 23 horas por dia durante a semana de trabalho.
Em um documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) na segunda-feira, a Nasdaq solicitou permissão para adicionar uma sessão de negociação noturna, das 21h às 4h (horário do leste dos EUA), ou seja, pelo horário de Brasília das 23h às 06h, além de suas sessões pré-mercado, regulares e pós-mercado já existentes.
A medida reflete a crescente demanda global por ações americanas, levando os reguladores a examinar propostas que estenderiam o horário de negociação para além dos horários tradicionais. As ações americanas representam cerca de dois terços do valor do mercado acionário global, e a participação estrangeira em ações americanas atingiu US$ 17 trilhões no ano passado, segundo dados da Nasdaq citados pela Reuters.
Segundo relatos, a Nasdaq tem explorado a possibilidade de operar praticamente 24 horas por dia, cinco dias por semana. No início deste ano, o presidente da Nasdaq, Tal Cohen, afirmou que as discussões com os órgãos reguladores estavam em andamento e que quaisquer mudanças poderiam entrar em vigor no segundo semestre de 2026.
Lucros da Lennar
Os balanços corporativos são relativamente escassos nesta terça-feira, com o foco principal nos resultados da construtora Lennar Corporation (NYSE:LEN) (BOV:L1EN34), que serão divulgados após o fechamento do mercado americano.
Em nota aos clientes, analistas da Vital Knowledge afirmaram que o sentimento em relação às ações permanece “cauteloso”, “já que a recessão no setor imobiliário parece destinada a persistir por mais alguns trimestres, devido à demanda fraca e às margens de lucro reduzidas”.
As previsões consensuais da Bloomberg apontam para um lucro ajustado de US$ 2,24 por ação e uma receita de US$ 9,1 bilhões para o quarto trimestre fiscal da Lennar, com uma estimativa de 20.288 novos pedidos líquidos.
A empresa reportou uma queda de 46% no lucro do terceiro trimestre, pressionada pela inflação persistente que tem afetado a acessibilidade à habitação. Apesar do novo ciclo de cortes nas taxas de juros do Fed, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano permaneceram relativamente altos, mantendo as taxas de hipoteca elevadas. A Lennar respondeu com incentivos como a redução das taxas de hipoteca e ajustes de preços, embora essas medidas corram o risco de comprimir as margens de lucro.
Preços do petróleo caem com esperanças de paz na Ucrânia
Os preços do petróleo caíram acentuadamente, à medida que o crescente otimismo em relação a um possível acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia aumentou a perspectiva de um alívio das sanções.
Às 08h00 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo Brent para fevereiro caíram 1,60%, ou 97 centavos, para US$ 59,59 o barril, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA para janeiro recuou 1,72%, ou 98 centavos, para US$ 55,84 o barril.
Autoridades americanas apontaram para progressos incipientes nas negociações de paz, com a Ucrânia supostamente disposta a abandonar sua candidatura à OTAN — uma exigência fundamental da Rússia — enquanto Washington ofereceu garantias de segurança a Kiev. No entanto, as negociações sobre concessões territoriais permanecem sem solução.
Qualquer avanço poderia eventualmente levar ao levantamento das sanções americanas contra os produtores de petróleo russos, aumentando potencialmente a oferta em um mercado global já bem abastecido.
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