Juros futuros recuam nesta sexta-feira e curva de juros perde inclinação com alívio no risco doméstico

Curva de juros fecha o dia em movimento amplo de queda, com vértices curtos e longos recuando após melhora no humor político e expectativa pela ata do Copom.

Os juros futuros encerraram esta sexta-feira (12/12) em queda ao longo de praticamente todos os vértices da curva de juros, em um pregão dominado pelo sentimento de alívio após dias de forte estresse. O ambiente político mais silencioso, a percepção de menor pressão inflacionária e a expectativa pela divulgação da ata do Copom, prevista para a próxima semana, incentivaram a retirada de prêmios de risco ao longo da curva do DI Futuro.

O movimento foi consistente e refletiu um dia de recuperação do apetite a risco local. Os vencimentos mais longos, tradicionalmente mais sensíveis a incertezas fiscais e políticas, lideraram as baixas; enquanto os curtos acompanharam o ajuste, ainda que em menor intensidade. O sentimento predominante no mercado foi de “respirar aliviado”, após a sequência de altas observadas no início de dezembro.

Os destaques do pregão ficaram com as maiores quedas. Os contratos com vencimento em janeiro de 2028 (BMF:DI1F28) recuaram 0,95%, encerrando a sessão com taxa de 12,975%. Logo atrás, os contratos com vencimento em janeiro de 2029 (BMF:DI1F29) também registraram baixa de 0,95%, terminando o dia em 13,015%. Entre os vencimentos intermediários, os contratos com vencimento em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) cederam 0,73%, fechando a taxa em 13,635%. No lado oposto, nenhum vértice apresentou alta — o pregão foi amplamente negativo em toda a extensão da curva, reforçando o caráter de correção técnica.

Os vértices mais líquidos do DI Futuro, concentrados no curto e médio prazo, também mostraram forte giro financeiro. O contrato com vencimento em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) foi novamente o destaque absoluto em volume, com 476.983 negócios, seguido de perto pelos contratos com vencimento em janeiro de 2028 (BMF:DI1F28), que somaram 460.872 negociações. Esses vencimentos continuam como referência para a precificação das expectativas de política monetária e são os principais termômetros da parte curta e intermediária da curva de juros.

Na ponta longa, onde se concentram os vencimentos mais atrelados ao risco fiscal e ao ambiente político, o fluxo também foi expressivo. O contrato com vencimento em janeiro de 2029 (BMF:DI1F29) totalizou 342.725 negociações, enquanto o contrato com vencimento em janeiro de 2031 (BMF:DI1F31) movimentou 179.114 contratos ao longo da sessão. A queda nesses vértices indica uma percepção de menor necessidade de prêmio adicional, alinhada ao alívio observado no câmbio e na temperatura política do dia.

Fatores que influenciaram o pregão

A sessão foi marcada por três elementos centrais que moldaram o comportamento dos juros:

1. Clima político mais calmo
Após semanas agitadas, a redução das tensões internas gerou um ambiente de menor aversão ao risco. Com um noticiário mais leve, investidores aproveitaram para desmontar posições defensivas, contribuindo para o recuo dos prêmios na curva de juros.

2. Expectativa pela ata do Copom
A divulgação, prevista para a próxima semana, deve detalhar os motivos que levaram o Comitê de Política Monetária a manter a Selic em 15%. Há expectativa de que o documento traga pistas sobre a perspectiva de política monetária para 2026, especialmente sobre o potencial início de um ciclo de cortes.

3. Recuo do dólar futuro e fortalecimento do real
O comportamento mais favorável do câmbio ajudou a reduzir as projeções inflacionárias e reforçou o movimento de queda dos juros futuros, já que a valorização da moeda doméstica tradicionalmente diminui a percepção de risco embutida nos vértices mais longos.

A análise acima foi realizada pela ferramenta AI – ADVFN Intelligence. A AI é a principal fornecedora de análise financeira e pesquisa impulsionada por Inteligência Artificial disponível no mercado. TESTE GRATUITAMENTE a Inteligência Artificial da ADVFN.