Preços do petróleo despencam com os mercados avaliando a apreensão de petroleiro nos EUA e novas perspectivas da AIE

Os preços do petróleo bruto recuaram na quinta-feira, 11 de dezembro de 2025, devolvendo parte da alta de quarta-feira, enquanto os investidores avaliavam as implicações da apreensão, pelos EUA, de um petroleiro venezuelano sujeito a sanções e analisavam as últimas projeções da Agência Internacional de Energia.

Às 11h21 (horário de Brasília), os contratos futuros de Brent para fevereiro estavam em queda de 1,88%, ou -US$ 1,17, cotados a US$ 61,04 o barril, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate para janeiro recuava 1,98%, ou -US$ 1,16, para US$ 57,30.

EUA apreendem petroleiro perto da Venezuela

As autoridades marítimas disseram que a embarcação interceptada — identificada como Skipper — foi parada perto das águas venezuelanas em uma operação conjunta envolvendo a Guarda Costeira dos EUA, o Departamento de Segurança Interna e o FBI.

A ação representa a primeira apreensão de carga de petróleo venezuelana sob as sanções dos EUA, em vigor desde 2019, e é a primeira medida publicamente conhecida do governo Trump contra um petroleiro ligado à Venezuela desde que ordenou uma presença militar significativa na região.

O incidente aumentou as preocupações com a instabilidade no fluxo de petróleo venezuelano e introduziu um novo prêmio de risco de oferta nos mercados globais de petróleo.

A Reuters, citando dados de transporte marítimo, informou que mais de 30 petroleiros sancionados e ligados à Venezuela podem agora enfrentar sanções após a apreensão do superpetroleiro que transportava o petróleo bruto.

A AIE eleva a previsão de demanda e reduz a previsão de oferta

O relatório mensal da Agência Internacional de Energia contribuiu para aumentar ainda mais a tensão no mercado. A agência elevou sua previsão de demanda global de petróleo para 2025, citando sinais de melhora nas condições macroeconômicas e um comércio mais robusto. Agora, a expectativa é de que o consumo aumente em 830.000 barris por dia no próximo ano, e a agência adicionou outros 90.000 barris por dia à sua estimativa para 2026, projetando um crescimento anual de 860.000 barris por dia.

No lado da oferta, porém, a AIE (Agência Internacional de Energia) reduziu suas expectativas. Agora, prevê um crescimento da oferta global em 3 milhões de barris por dia em 2025 — 100 mil barris por dia a menos do que o previsto anteriormente — e em 2,4 milhões de barris por dia em 2026, uma redução de 20 mil barris por dia em relação às projeções anteriores. Isso eleva a produção total para 106,2 milhões de barris por dia em 2025 e 108,6 milhões de barris por dia em 2026.

Apesar dos cortes, a agência ainda prevê que a oferta superará a demanda em 3,815 milhões de barris por dia em 2026, embora esse excedente seja agora menor do que a estimativa do mês passado.

Os estoques de petróleo bruto dos EUA caem

Dados semanais da Administração de Informação Energética dos EUA mostraram que os estoques comerciais de petróleo bruto caíram 1,812 milhão de barris — uma redução maior do que a esperada, comparada à previsão de queda de 1,1 milhão de barris. Os dados sugerem que a oferta permanece um pouco mais restrita do que o previsto.

Os estoques de gasolina aumentaram em linha com a desaceleração sazonal após o período de maior circulação de veículos no outono. Os estoques de destilados, incluindo diesel e óleo para aquecimento, também aumentaram.

Corte na taxa de juros do Fed intensifica a dinâmica do mercado

Adicionando mais uma camada ao sentimento em relação às commodities, o Federal Reserve anunciou na quarta-feira seu terceiro corte de juros do ciclo atual, reduzindo a meta para a taxa básica de juros para a faixa de 3,5% a 3,75%. A decisão foi acompanhada por diversas discordâncias, evidenciando as divisões internas do banco central.

A medida pressionou o dólar americano para baixo e reduziu os custos de empréstimo, fatores que normalmente sustentam a demanda por commodities cotadas em dólar, como o petróleo.

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