Itaú eleva expectativa de crescimento do 1º tri de 0,5% para 1,4% e espera reformas
24 Abril 2017 - 3:27PM
ADVFN News
O Departamento Econômico do Banco Itaú (BOV:ITUB4) elevou a
projeção para o Produto Interno Bruto (PIB, soma de riquezas
produzidas pelo país) de crescimento de 0,5% para 1,4%. Apesar da
alta, o banco manteve a projeção de 1% para o ano todo de
2017, por enquanto. “O ritmo e a consistência da retomada dependem
do avanço das reformas”, alerta o banco, referindo-se
especialmente à da Previdência, que será essencial para o governo
cumprir a meta de ajuste fiscal e o teto de gastos. Hoje, no
Boletim Focus do Banco Central (BC), o mercado já reviu para cima
sua estimativa para o PIB deste ano, de 0,40% para 0,43%. O Itaú é
um dos mais otimistas para 2018, com uma projeção de crescimento do
PIB acima de 4%.
Agricultura puxa o crescimento
O crescimento maior que o esperado tem por base a forte
contribuição da produção agropecuária, o efeito estatístico
mais favorável da produção industrial e a estabilização dos
serviços. A mudança metodológica das séries de vendas do
varejo e da receita real de serviços feita pelo IBGE, segundo o
Itaú, é pouco relevante para o trimestre.
Segundo o banco, como a alta é influenciada por fatores pontuais
e concentrados no primeiro trimestre, o banco achou por bem
manter a projeção de 1,0% para 2017. “O ritmo e a consistência
da retomada dependem do avanço das reformas”, diz o relatório do
Itaú. O banco espera também que o PIB do quarto trimestre de 2016
seja revisado para melhor, de -0,9% para -0,6%.
A melhora do resultado, segundo o banco, decorre principalmente
da contribuição positiva do PIB agropecuário, beneficiado por altas
projetadas de 16% da safra de soja e de 46% da safra de milho em
relação a 2016. “Estimamos que a maior parte da contribuição
positiva seja no primeiro trimestre, dada a metodologia usada pelo
IBGE para distribuir a produção de cada safra entre os trimestres”,
diz o banco.
O PIB da indústria também deve contribuir positivamente no
primeiro trimestre, acredita o Itaú. Apesar da estagnação observada
nos dois primeiros meses do ano (queda de 0,2% e alta de 0,1%,
respectivamente, após ajustes sazonais) e da projeção para março
(queda de 0,7%), a forte alta observada em dezembro de 2016 garante
um efeito estatístico positivo que afeta o primeiro semestre
deste ano.
O Itaú projeta ainda contribuição próxima de zero do setor
de serviços, com estabilização da receita real de serviços.
Mudanças metodológicas são pouco relevantes
O IBGE atualizou a metodologia das séries das pesquisas mensais
do comércio (PMC) e de serviços (PMS) a partir de 2017. A
estratégia adotada envolveu o encadeamento da série anterior na
nova série, definindo o nível de ambas a partir de comparações com
o ano de 2014.
A primeira divulgação com a nova metodologia, referente ao mês
de janeiro de 2017, levou a resultados abaixo das expectativas,
tanto nas vendas do varejo quanto na receita real de serviços. As
vendas no varejo (conceito restrito) recuaram 7% na comparação
anual, ao passo que a mediana das expectativas era um recuo de
4,3%. Já a receita real de serviços recuou 7,3% na comparação
anual, muito abaixo da mediana das expectativas (queda de
4,5%).
Com os dados de fevereiro, o IBGE verificou a necessidade de
recalcular o ano-base da pesquisa (2014), o que levou a revisões
para cima nos resultados de janeiro. O resultado bruto das vendas
do varejo (conceito restrito) foi elevado em 6,2 pp e o da receita
real de serviços foi elevado em 4,1 pp (ver tabela).
O resultado aproximou as séries das expectativas para a primeira
divulgação. De qualquer modo, a mudança da base mantém alguma
incerteza sobre o quanto do resultado é causado pelo encadeamento e
quanto representa a dinâmica efetiva do mês de janeiro.
Cenário para 2017 mantido em 1,0%
O Itaú espera que o efeito estatístico do PIB para 2017 vai
pular de -1,1% para 0,5%. Além do crescimento positivo no primeiro
trimestre, a divulgação deve levar a uma revisão do ajuste sazonal
do trimestre anterior, de -0,9% para aproximadamente -0,6%.
Por isso, o banco manteve o cenário para 2017 em 1,0%. A
justificativa é que as condições que levam a um pico de crescimento
no primeiro trimestre não voltam a ocorrer no trimestre seguinte.
Primeiro, a contribuição do PIB agropecuário vai ser menor.
Segundo, ao contrário do primeiro trimestre, o efeito estatístico
da produção industrial deve ser desfavorável – as projeções
preliminares da produção industrial de março e abril são -0,7% e
-0,8%, respectivamente.
“Em suma, aguardamos sinais de uma recuperação mais disseminada
para que o PIB do segundo trimestre também seja positivo e que o
crescimento projetado para o ano fique acima de nosso cenário
atual”, diz o Itaú. “O avanço das reformas será fundamental para
levar a esse cenário”.
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0,5% para 1,4% e espera reformas apareceu primeiro em Arena do
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