Braskem espera entregar documentos à SEC antes de prazo final de 16 de maio
14 Março 2019 - 1:56PM
ADVFN News
A petroquímica Braskem (BOV:BRKM5) tem até
16 de maio para entregar documentos ao órgão regulador do mercado
norte-americano (SEC) e não ser alvo de processo de deslistagem de
suas ações da bolsa de Nova York (Nyse), afirmou o vice-presidente
financeiro da companhia nesta quinta-feira.
A Braskem tinha até a sexta-feira para entregar à SEC o chamado
formulário 20-F de 2017, um relatório com informações detalhadas e
que deve ser enviado anualmente por todas as empresas com papéis
negociados em bolsas de valores dos EUA. Mas na semana passada a
empresa conseguiu novo adiamento para a entrega dos documentos.
Segundo o vice-presidente financeiro da Braskem, Pedro van
Langendonck de Freitas, a demora na entrega do 20-F decorre de
análises “complexas” sobre a efetividade de medidas de controles
internos da companhia sob as regras norte-americanas. “As análises
mostraram algumas fragilidades em alguns processos de 2016 e isso
se mostrou mais complexo”, disse o executivo durante
teleconferência com jornalistas.
“Mas (o atraso) não tem nenhuma relação com os números da
Braskem. Os números de agora são os resultados da companhia. Não
temos nenhuma indicação de que sejam diferentes. A questão é mais
de controles e processos internos”, afirmou o executivo.
De acordo com ele, se a Braskem não conseguir entregar o 20-F
até 16 de maio, os ADRs da companhia vão ser alvo de processo de
deslistagem da Nyse, mas seguirão sendo negociados em mercado de
balcão. Os papéis voltarão a ser listados em mercado de bolsa
“alguns dias” depois que a empresa entregar os documentos,
acrescentou.
A Braskem divulgou nesta quarta-feira (13),
após o pregão, o seu balanço de 2018. No ano de 2018, o lucro
líquido foi de R$ 2,8 bilhões, 30% inferior ao resultado obtido no
mesmo período do ano anterior.
Já no 4T18, a Braskem reportou prejuízo de R$ 179 milhões,
contra lucro líquido de R$ 313 milhões no 4T17. O resultado,
segundo a empresa, foi afetado pela queda de produção de
suas unidades no México e nos Estados Unidos, enquanto o desempenho
no ano foi afetado por fatores que incluíram seca na Europa, apagão
no Nordeste e greve dos caminhoneiros.
As ações da empresa, no entanto, exibiam alta de cerca de 1,6 às
13h25, em meio à proposta da empresa de distribuir 100 do lucro
líquido do ano passado na forma de dividendos, num total de 2,67
bilhões de reais.
O presidente-executivo da Braskem, Fernando Musa, afirmou que
espera para 2019 um resultado semelhante ao obtido pela companhia
em 2018, apesar de um cenário de “compressão de spreads de
petroquímicos ocorrendo praticamente ao redor do mundo”. Ele se
referiu à diferença entre o custo de matérias-primas, como nafta e
gás, e o preço cobrado pelos produtos finais, como plásticos.
“Muitos projetos (novas capacidade produtivas) entraram em
operação em 2018 ou estão entrando em operação em 2019, além disso,
temos a desaceleração da economia chinesa”, disse Musa. Porém,
diferente de ciclos anteriores, a compressão dos spreads será menos
profunda para a Braskem neste ano diante das perspectivas de
crescimento da economia no Brasil e expansão na demanda por
polipropileno nos Estados Unidos, “onde temos a melhor situação de
margem”, disse Musa.
Sobre as negociações envolvendo a fusão da Braskem com a
LyondellBasell, Musa afirmou apenas que o processo de análise dos
números da companhia pelo grupo europeu já foi concluído e que cabe
agora a “Odebrecht e Lyondell decidirem como prosseguir”. A Braskem
é controlada pela Odebrecht, que possui 50,1 do capital
votante.
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