Cteep (TRPL4) confina equipes em SP para garantir fornecimento de energia
11 Maio 2020 - 3:16PM
ADVFN News
A transmissora de energia Isa Cteep (BOV:TRPL4)
começou a manter técnicos em confinamento em centros de operação da
rede e em subestações em São Paulo para reduzir riscos de
contaminação dos funcionários por coronavírus e garantir a
continuidade dos serviços de eletricidade em meio ao agravamento da
pandemia.
A medida da companhia, maior agente privado do setor de
transmissão do Brasil, atrás apenas de empresas da estatal
Eletrobras, vem em momento em que o país vê um rápido crescimento
nos números de mortos pela doença, que já ultrapassavam 9,1 mil até
a quinta-feira.
O Estado de São Paulo, onde está a maior parte das linhas de
transmissão e subestações da Cteep, é o epicentro de contaminação
no Brasil até o momento, com o governo paulista projetando que as
mortes em seu território podem chegar a até 11 mil ainda neste
mês.
Em meio a esse cenário, a Cteep, controlada pelo grupo
colombiano ISA, passou a adotar nesta semana um regime de
confinamento para profissionais de seus centros de operação da rede
de transmissão elétrica, enquanto oito subestações entram nesse
modelo de trabalho a partir do sábado.
“As equipes irão atuar em acampamentos estruturados em suas
unidades. Todos os profissionais destacados para esta atuação
passarão por avaliação médica e testagem antes de iniciar o turno”,
disse a empresa em nota, após questionamentos da Reuters.
A medida vem após a Cteep ter assinado um termo aditivo
emergencial ao acordo coletivo de trabalho com o Sindicato dos
Trabalhadores nas Indústrias de Energia Elétrica de São Paulo no
mês passado, segundo o qual turnos de confinamento como esses
poderão ser adotados por períodos de até 14 dias, de acordo com
documento visto pela Reuters.
O acordo estabelece que a empresa deverá providenciar aos
funcionários infraestrutura incluindo “alojamento, refeições,
entretenimento e acompanhamento psicosocial”.
A Cteep disse que os funcionários em oito subestações no Estado
de São Paulo vão se revezar em turnos de 9 dias, com 12 horas de
trabalho e 12 horas de “folga” nos acampamentos montados para as
equipes. Nos centros de operação, haverá três escalas de oito
horas, com 15 dias de confinamento no trabalho e 15 de
descanso.
Os técnicos ainda serão testados para coronavírus após sete dias
da entrada nos acampamentos, acrescentou a Cteep.
“A empresa reitera que está tomando todas as medidas para cuidar
da saúde de suas equipes, as quais têm se dedicado para que a
população continue a ter acesso à energia com qualidade e
segurança, especialmente neste momento desafiador que vivemos”,
afirmou a companhia.
A Cteep opera 18,6 mil quilômetros em linhas de transmissão e
mais de 100 subestações, sendo responsável por estruturas que
carregam cerca de 60% da energia consumida na região Sudeste e 94%
da energia transmitida para São Paulo, segundo informações do site
da companhia.
Medidas como as adotadas pela Cteep também estão no radar do
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que tem um plano de
contingência que prevê confinar profissionais responsável por salas
de controle da rede em caso de agravamento da pandemia no Brasil,
conforme publicado pela Reuters em meados de abril.
Outros países atingidos gravemente pelo vírus já viram empresas
de energia adotarem regimes de trabalho que envolvem confinamento
para garantir o suprimento— é o caso da Itália e de Nova York,
epicentro da epidemia nos Estados Unidos.
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