Gol vende mais bilhetes e negocia com governo
25 Junho 2020 - 12:28PM
ADVFN News
De acordo com o Valor Econômico, a Gol
(BOV:GOLL4) viu um aumento nas suas vendas de passagens
aéreas ao longo de junho. A recuperação na demanda dos consumidores
acontece no momento em que a companhia negocia com o governo
federal a venda de R$ 100 milhões em passagens – uma medida em
estudo para ajudar a empresa a enfrentar os impactos da pandemia de
covid-19.
De acordo com a companhia, na semana passada, as vendas de
passagens aumentaram 27% em relação à semana anterior. Considerando
a semana de 22 de março, quando teve início a quarentena no Brasil,
as vendas da Gol na última semana aumentaram 196%. Já em comparação
com o mesmo intervalo de 2019, as vendas ainda estão 81%
menores.
No fim de março, a Gol reduziu a oferta de aproximadamente 900
voos por dia para 50 voos. Em maio, ampliou a oferta para 70 voos
diários e, neste mês, para cem voos. Para julho, a Gol prevê dobrar
a oferta e retomar voos para o Nordeste. Até dezembro, a Gol estima
chegar a 80% da oferta de voos que oferecia no fim de 2019. No
começo do mês, a companhia estimava fechar o ano com 65% a 75% da
oferta registrada um ano antes.
“Os números que vemos em junho são muito positivos. Julho mostra
tendência de aumento nas vendas de 60% em relação a junho”, afirmou
Eduardo Bernardes, vice-presidente da Gol. O executivo disse que há
um aumento da demanda de passageiros que pretendem voar para
visitar parentes e amigos. Até junho, a demanda era concentrada em
passageiros que viajavam a negócios ou para algum compromisso
inadiável, como cirurgias.
Celso Ferrer, vice-presidente de operações da Gol, disse que a
pandemia de covid-19 oferece uma “oportunidade única” para as
companhias reconstruírem a malha aérea, passando a oferecer novas
rotas. “Vemos muitas oportunidades de oferta de voos na região
central do Brasil e no Norte”, disse. O foco da Gol tem sido
oferecer voos em cidades de grande densidade populacional.
Paulo Kakinoff, presidente da Gol, disse em um evento on-line
para investidores de Nova York, que considera a companhia preparada
para superar a pandemia de covid-19. O executivo citou diversos
ajustes realizados pela empresa nos últimos meses, incluindo
acordos de redução de salário e jornada, renegociação de contratos
para reduzir a frota em até 20% até 2022 e extensão da amortização
das debêntures em março de 2020 para março de 2022.
A Gol obteve mais de R$ 3 bilhões em fontes de liquidez
adicionais (ativos não onerados, caixa restrito, depósitos). “A
companhia está preparada para superar a pandemia. Temos liderança
em aeroportos de grande densidade, como Guarulhos, Congonhas,
Galeão, Santos Dumont e Salvador. Isso nos dá vantagem competitiva
na fase de recuperação do mercado”, disse Kakinoff.
O executivo disse que espera concluir até o fim da semana que
vem o acordo para um empréstimo de R$ 2 bilhões com recursos do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) e de
bancos privados. “A execução do empréstimo deve se dar em julho,
caso a empresa decida tomar o recurso”, afirmou Kakinoff.
Questionada sobre a recuperação judicial da Latam e da Avianca
Holdings, afetadas pela pandemia, a Gol informou que não espera
chegar a esse ponto. “A Gol é hoje a empresa melhor preparada para
enfrentar a pandemia e se beneficiar da fase de recuperação do
mercado”, afirmou Constantino de Oliveira Júnior, presidente do
conselho de administração da Gol. A aérea também disse ver como
positivo o compartilhamento de voos entre Latam e Azul, por
promover uma “oferta racional” de voos.
GOL PN (BOV:GOLL4)
Gráfico Histórico do Ativo
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