Irani (#RANI3): presidente diz que migração para novo mercado deve ser feita em menos de seis meses
23 Julho 2020 - 3:15PM
ADVFN News
A Irani Papel
e Embalagem(BOV:RANI3), terceira
maior produtora de papéis para embalagens do país, já atende a boa
parte dos requisitos para listagem no Novo Mercado e a migração
para esse segmento da B3 deve ocorrer em prazo inferior a seis
meses, disse o presidente da companhia, Sérgio Ribas, nesta
quinta-feira. “O processo está bastante avançado e os esforços,
voltados a fazer a migração o mais rápido possível”, afirmou.
A companhia definiu ontem à noite em R$ 4,50 o preço por ação em
sua oferta subsequente, com a captação de R$ 405 milhões em
colocação primária (quando os recursos vão para o caixa da
empresa). A operação, restrita a investidores qualificados, teve
participação de 72% de capital local e 28%, de estrangeiros.
Havia a possibilidade de o controlador, o grupo catarinense
Habitasul, vender parte de sua fatia em oferta secundária, mas a
opção foi por não se desfazer dos papéis neste momento, pelo preço
definido, já que a migração para o Novo Mercado e a execução de um
plano de expansão de R$ 1,2 bilhão tendem a trazer valorização aos
papéis. No fechamento de ontem, a ação ON da Irani valia R$
5,80.
Com o follow-on de R$ 405 milhões, a companhia passa a cumprir o
índice de liquidez mínimo para listagem no Novo Mercado — o free
float foi elevado a 42% e o controlador, diluído a uma posição de
58%. O próximo passo será converter as ações preferenciais em
ordinárias, na proporção de um para um.
Segundo Ribas, a companhia buscava há muito tempo realizar uma
nova oferta de ações para financiar parte de seu plano de
crescimento e as condições de mercado finalmente se mostraram
adequadas. “A empresa está em uma posição muito saudável, após a
reestruturação financeira conduzida nos últimos anos, e chega
sólida à operação”, disse.
Em 12 meses até março, o resultado antes de juros, impostos,
depreciação e amortização (Ebitda) da Irani soma R$ 230 milhões,
com margem de 22%. A rentabilidade, conforme o executivo, tende a
subir “de maneira importante” a partir a execução dos projetos com
investimento total de cerca de R$ 1,2 bilhão, com foco em redução
de custos e rentabilidade.
A Irani lutou nos últimos anos contra o endividamento elevado,
contraído com a aquisição da concorrente Indústria de Papel e
Papelão São Roberto, e teve de postegar projetos de modernização e
expansão, que agora serão retomados. Os desembolsos de R$ 1,2
bilhão serão executados até 2025, com maior concentração até
2023.
Em Santa Catarina, a capacidade de produção de caixas de papelão
ondulado será elevada em cerca de 50%. A produção de celulose, por
sua vez, subirá 20% com uma nova caldeira de recuperação. “Com mais
fibra virgem, vamos melhorar o mix de papel”, afirma Ribas. Em
Minas Gerais, a companhia instalará uma nova unidade de papelão
ondulado e fará a modernização da máquina de papel. Além disso, a
Irani investirá na repotenciação de pequenas centrais
hidrelétricas, o que garantirá autossuficiência energética.
De acordo com o diretor financeiro e de relações com
investidores da Irani, Odivan Cargnin, a migração para o Novo
Mercado abre novas possibilidades de captação de recursos, tanto de
dívida quanto via equity. “Ao comprar Irani, o investidor está
buscando exposição ao mercado local, com possibilidade de
exportação. Não há outra empresa puramente de embalagem listada na
bolsa”, afirmou.
Conforme o presidente da Irani, a epidemia de covid-19 teve
algum impacto negativo nas vendas de embalagens de papel, mas os
segmentos de alimentos e higiene e limpeza sustentaram o ritmo de
compras. “Se 2020 repetir o que foi o segundo semestre de 2019, que
foi forte, ou ficar um pouco abaixo, já é bom”, comentou.
Fonte Valor
CELULOSE IRANI ON (BOV:RANI3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
CELULOSE IRANI ON (BOV:RANI3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024