Via Varejo (VVAR3) 2T20: Lucro líquido de R$ 65 milhões
13 Agosto 2020 - 10:25AM
ADVFN News
A Via Varejo registrou lucro líquido contábil
de R$ 65 milhões no segundo trimestre de 2020, revertendo
parcialmente o prejuízo de R$ 162 milhões registrados no mesmo
trimestre do ano passado. A empresa teve forte desempenho do
comércio eletrônico, uma vez que medidas de isolamento por causa da
pandemia de Covid-19 elevaram as vendas online.
Os
resultados
da Via Varejo (BOV:VVAR3) referente a suas
operações do segundo trimestre de 2020, foram divulgados no dia
12/08/2020.
O Ebitda ajustado operacional – lucro
antes de antes de juros, impostos, depreciação e amortização –
teve acréscimo de 76%, a R$ 314 milhões, com alta de 2,9
pontos percentuais na margem Ebitda operacional ajustada, a
5,9%.
A receita líquida caiu 12,4%, para R$ 5,28 bilhões, enquanto a
receita bruta recuou 7,8%, a R$ 6,46 bilhões, mas com alta na
margem bruta de 27,9% para 35,3%. A receita bruta nas lojas físicas
caiu 63%, a R$ 2,18 bilhões, enquanto do online saltou quase 300%,
a R$ 4,28 bilhões.
As vendas totais do ecommerce, incluindo marketplace, e lojas
(GMV – Gross Merchandise Volume) ficaram quase estáveis (+0,5%) no
segundo trimestre, a R$ 7,26 bilhões, enquanto o GMV apenas do
comércio online, incluindo marketplace, saltou para R$ 5 bilhões,
de R$ 1,3 bilhão um ano antes.
No segundo trimestre, as despesas com vendas, gerais e
administrativas cresceram 0,7%, para R$ 1,365 bilhão, com aumento
também do percentual em relação à receita para 25,9%, de 22,5% um
ano antes. Excluindo fatores não recorrentes, essas despesas caíram
9,7%.
A inadimplência acima de 90 dias alcançou 13,5% no final do
trimestre, mas a companhia disse que observou forte melhora dos
recebimentos durante maio e junho, e que julho e agosto continuam
fortes. “Esperamos durante o terceiro trimestre recuperar o atraso
gerado pelo fechamento das lojas.” Em julho, essa taxa ficou em
9%.
A empresa incluiu cerca de R$ 241 milhões como
ajuste não recorrente no trimestre. Sem considerar esse valor,
a empresa teria registrado prejuízo de R$ 176 milhões no
período, que na prática é chamado de prejuízo operacional. Ou
seja, teve lucro contábil, mas prejuízo operacional de abril a
junho. Essa perda, porém, diminuiu no intervalo.
Em ambos, para efeito de comparação, não se considera os ajustes
não recorrentes de R$ 134 milhões incluídos no balanço de abril a
junho de 2019 e de R$ 241 milhões incluídos neste ano.
As projeções de analistas para o trimestre não computavam um
eventual cálculo de valores não recorrentes.
Em suas notas explicativas, a empresa informa que, em maio de
2020, conforme fato relevante publicado, a companhia obteve decisão
favorável em um processo de discussão do direito à exclusão do ICMS
na base de cálculo do PIS e da Cofins.
O montante informado desta parcela dos créditos totalizava R$
374 milhões (em valores atualizados), que após uma revisão dos
cálculos identificou-se que este montante representa R$ 364 milhões
registrados nas rúbricas de “PIS e Cofins a recuperar”.
Os R$ 241 milhões referem-se a “créditos tributários
extemporâneos”.
Ainda há também uma atualização monetária de R$ 123 milhões
incluída no resultado financeiro líquido. Considerando esse valor,
o resultado financeiro foi de R$ 323 milhões, versus R$ 274 milhões
um ano antes.
A companhia diz que ainda aguarda o julgamento dos embargos de
declaração apresentados pela Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional, por conta desses créditos. No entanto, os assessores
jurídicos da companhia estimam que um eventual ajuste (como a
Justiça restringir os efeitos da decisão, o que se chama de
“modulação”) não limitará o direito da ação.
A Via Varejo disse que encerrou o segundo trimestre com uma
posição de caixa total de R$ 7,4 bilhões e caixa líquido ajustado
de R$ 2,9 bilhões, incluindo a carteira de recebíveis não
descontados e alongamento via instrumento financeiro de
dívida.
Teleconferência
As vendas no
braço on-line compensaram as lojas
fechadas durante a pandemia de covid-19, disse Roberto
Fulcherberguer, presidente da Via Varejo. Segundo a
direção, a loja física voltou a fazer as vendas mais
fortes após a reabertura dos pontos. “O on-line compensou 100% o
lockdown”, disse ele a analistas, em teleconferência nesta
tarde.
O material de resultados do segundo trimestre mostra que a
receita líquida da empresa atingiu R$ 5,2 bilhões no período, queda
de 12,4% sobre os R$ 6 bilhões registrados um ano antes, reflexo do
fechamento de lojas em boa parte do trimestre.
O comando foi perguntando como se explica a recuperação das
lojas, se a alta poderia refletir o benefício do governo de R$ 600,
que termina ao fim deste ano.
“É difícil chegar a essa conclusão. Estamos aqui muito focados
no que estamos fazendo”, diz o executivo. Fulcherberguer afirma
que, mesmo com lojas abertas, o on-line ainda cresce de forma
acelerada, “mas obviamente com algum equilíbrio”.
“A venda de julho veio bem, físico e on-line em boa trajetória”,
disse Fulcherberguer. O executivo ressaltou que a empresa cresceu
sem perder margem. Essa taxa bruta sobe de 26% em abril para 33,5%
em junho — no segundo trimestre ficou em 30,7%.
“A grande dúvida do mercado é se tinha destruição de margem, se
teve ‘cash back’, e não teve isso, teve migração de consumidores
para nós, para nossas lojas depois de todo o processo de virada, de
‘turnaround’ que tem sido feito nessa empresa desde o ano passado”,
disse o presidente da Via Varejo.
Fonte Valor
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