China detectou coronavírus em frango importado do Brasil
13 Agosto 2020 - 1:35PM
ADVFN News
A prefeitura de Shenzhen, cidade da China próxima de Hong Kong,
anunciou nesta quinta-feira (13) que detectou o
novo coronavírus em um controle de rotina
de frango importado do Brasil, o maior produtor
mundial (BOV:BRFS3) (BOV:JBSS3).
“O vírus Sars-CoV-2, responsável pela doença Covid-19, foi
encontrado recentemente em uma amostra coletada da superfície de um
lote de asas de frango congeladas importadas”, informou um
comunicado divulgado pela Sede de Prevenção e Controle de Epidemias
de Shenzhen.
De acordo com o número de registro informado no comunicado da
prefeitura de Shenzhen, o lote pertence ao frigorífico
Aurora, de Santa Catarina. Em nota, a Associação
Catarinense de Avicultura (Acav) disse o processo produtivo é
seguro e que o setor está em contato com a China.
Atualmente, o Brasil tem 6 frigoríficos com exportações
suspensas para a China por conta de preocupações com a
Covid-19. Nenhum deles é da Aurora.
“Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a
Alimentação (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há
comprovação científica de transmissão do vírus da COVID-19 a partir
de alimentos ou embalagens de alimentos congelados”, diz o
ministério (leia a íntegra da nota no final da
reportagem).
O comunicado da prefeitura de Shenzhen também diz que, pela
segunda vez, traços do coronavírus foram encontrados em camarões
procedentes do Equador (leia mais abaixo).
As autoridades chinesas informaram que submeteram imediatamente
a exames de diagnóstico as pessoas que tiveram contato com os
produtos contaminados, assim como seus parentes. Todos os testes
apresentaram resultado negativo, segundo o comunicado.
O comunicado de Shenzhen também pede para que consumidores sejam
cautelosos ao comprar carne congelada e frutos do mar importados, e
a continuar tomando medidas de proteção para minimizar o risco de
infecção pelo novo coronavírus.
A contaminação de frango brasileiro pode provocar uma
nova queda das exportações brasileiras para a China. Em
fevereiro de 2019, Pequim passou a aplicar, por cinco anos, tarifas
antidumping ao frango brasileiro, que vão de 17,8% a 32,4%.
Em julho, os embarques de carne de frango do Brasil,
por sua vez, terminaram julho com queda de 5,7% em
relação a mesmo mês do ano passado, totalizando 364,6 mil
toneladas, segundo a ABPA.
As receitas atingiram US$ 498,2 milhões, recuo de 25%
no ano a ano.
Apesar disso, a ABPA ainda acredita que as exportações da
proteína devam manter a alta no acumulado do ano – entre
janeiro e julho, foram embarcadas 2,471 milhões de toneladas, leve
avanço de 0,5% ante os sete primeiros meses de
2019.
O Brasil, maior produtor mundial de carne de
frango, era até 2017 o principal fornecedor de frango
congelado para a China, por um valor que se aproximava
de US$ 1 bilhão por ano e um volume que representava quase 85% das
importações do gigante asiático.
Nos últimos anos o país perdeu parte do mercado para Tailândia,
Argentina e Chile, de acordo com a consultoria especializada
Zhiyan.
Veja a nota do Ministério da Agricultura na íntegra:
“Esclarecimento sobre suposta detecção de coronavírus na
China em asa de frango importada do Brasil
Na manhã de hoje, foi publicada nota no site do município de
Shenzhen, província de Guangdong, com informações da autoridade
sanitária local sobre uma suposta detecção de ácido nucleico do
coronavírus na superfície de uma amostra de asa de frango
congelada, oriunda de um lote importado do Brasil.
Segundo a nota, outras amostras do mesmo lote foram
coletadas, analisadas e os resultados foram negativos.
O Escritório de Prevenção e Controle de Epidemiologia de
Shenzhen informou que todas as pessoas que manusearam ou entraram
em contato com o material testaram negativo para a
COVID-19.
Ainda na noite de ontem, após notícia veiculada na imprensa
da província chinesa, o MAPA acionou imediatamente a Adidância
Agrícola em Pequim, que consultou a Administração Geral de Aduanas
da China – GACC buscando as informações oficiais que esclareçam as
circunstâncias da suposta contaminação.
Até o momento, o MAPA não foi notificado oficialmente pelas
autoridades chinesas sobre a ocorrência.
O MAPA ressalta que, segundo a Organização das Nações Unidas
para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e a Organização Mundial da
Saúde (OMS), não há comprovação científica de transmissão do vírus
da COVID-19 a partir de alimentos ou embalagens de alimentos
congelados.
O MAPA reitera a inocuidade dos produtos produzidos nos
estabelecimentos sob SIF, visto que obedecem protocolos rígidos
para garantir a saúde pública.”
Veja a nota da ABPA na íntegra:
“A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informa
que o setor produtivo está analisando as informações de possível
detecção de TRAÇOS DE VÍRUS em EMBALAGEM de produto de origem
brasileira, feita por autoridades municipais de Shenzen, na
China.
Ainda não está claro em que momento houve a eventual
contaminação da embalagem, e se ocorreu durante o processo de
transporte de exportação. O Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento do Brasil está em contato para esclarecimentos com o
GACC (autoridade sanitária oficial da China), que fará a análise
final da situação.
A ABPA reitera que não há evidências científicas de que a
carne seja transmissora do vírus, conforme ressaltam a Organização
Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para a
Agricultura e a Alimentação (FAO), a Organização Mundial de Saúde
Animal (OIE) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA).
Ao mesmo tempo, o setor exportador brasileiro reafirma que
todas as medidas para proteção dos trabalhadores e a garantia da
inocuidade dos produtos foram adotadas e aprimoradas ao longo dos
últimos meses, desde o início da pandemia global.”
BRF S/A ON (BOV:BRFS3)
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