Braskem avalia em R$ 3 bilhões custos e despesas para encerramento das atividades em Maceió
26 Novembro 2020 - 11:28AM
ADVFN News
A Braskem estimou em R$ 3 bilhões, custos e despesas adicionais
para a implementação de medidas definidas pela Agência Nacional de
Mineração (ANM) para encerramento das atividades de extração de sal
em Maceió (AL). Esse custo é adicional aos R$ 7,9 bilhões já
provisionados pela companhia, o que eleva a conta total para R$
10,9 bilhões.
O fato relevante foi anunciado pela
Braskem (BOV:BRKM3) (BOV:BRKM5) e
(BOV:BRKM6) nesta quinta-feira (26).
A petroquímica anunciou hoje que recebeu um ofício da Agência
Nacional de Mineração (ANM) a respeito das medidas para o
encerramento das atividades na capital de Alagoas. A empresa foi
acionada depois do afundamento do solo e rachaduras em edificações
em bairros na região próxima à da extração de sal.
“Tais custos e despesas adicionais, se confirmados, serão
incorridos no longo prazo em razão da complexidade dos aspectos
técnicos”, acrescenta a empresa controlada pela Odebrecht e pela
Petrobras.
A Braskem pondera que o valor adicional considera as informações
preliminares existentes até o momento e que ainda não houve
esclarecimentos com a ANM. Isso significa que o desembolso efetivo
pode ser “materialmente diferente” dessa estimativa.
Em outubro, a petroquímica anunciou a inclusão de mais 2.000
imóveis no programa de compensação financeira e realocação à
população situada nas áreas de risco. A companhia provisionou R$
5,2 bilhões no balanço para fazer frente ao programa.
Ainda não está claro se a empresa conseguirá reaver ao menos
parte dessas despesas. Na divulgação dos resultados do terceiro
trimestre, a Braskem informou que está em tratativas com as
seguradoras sobre a cobertura das suas apólices de seguro.
O pagamento de eventuais indenizações, porém, dependerá da
avaliação de cobertura dos seguros dessas apólices. “Sendo assim,
nenhuma indenização foi reconhecida nas demonstrações financeiras”,
informou a da Braskem.
No pregão de hoje da B3, as ações da Braskem recuavam 1,84% por
volta das 10h30, enquanto o Ibovespa operava em queda de 0,37% no
mesmo horário. No ano, os papéis acumulam desvalorização de 21%,
contra uma queda de 5% do principal índice da bolsa.
O prejuízo líquido atribuído aos acionistas é de R$ 1,4
bilhão
A
Braskem teve um prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$
1,413 bilhão no terceiro trimestre de 2020, o que
representa uma alta de 59% no comparativo com o mesmo período do
ano passado. O resultado se deu devido à provisão adicional de R$
3,5 bilhões em virtude do problema geológico em Alagoas e do
impacto da variação cambial, dada a depreciação do real frente
ao dólar sobre a exposição líquida, no montante de US$ 2,679
bilhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e
amortização) recorrente somou R$ 3,765 bilhões, uma alta de 129%. A
margem Ebtida ficou em 24%, uma alta de 11 pontos percentuais. A
receita líquida da petroquímica marcou R$ 15,992 bilhões no
período, desempenho 20% superior em relação ao terceiro trimestre
de 2019.
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