CVM acusa ex-CEO e ex-diretor da Vale no caso Brumadinho
06 Abril 2021 - 8:44AM
ADVFN News
O ex-presidente da Vale (BOV:VALE3), Fabio Schvartsman, e o
ex-diretor de ferrosos da companhia, Peter Poppinga, são alvo
de um processo administrativo sancionador aberto pela Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) no caso Brumadinho.
Em agosto de 2019, a autarquia instaurou um inquérito para
aprofundar a investigação sobre a responsabilidade de
administradores da companhia pelos fatos relacionados ao rompimento
da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em 25 de janeiro daquele
ano.
Informações públicas mostram que a CVM abriu prazo para a
apresentação de defesas pelos dois executivos na última segunda. A
apuração trata de “eventuais irregularidades relativas à possível
inobservância de deveres fiduciários” ligados à tragédia que matou
272 pessoas. Não há maiores detalhes. Entre os deveres previstos na
Lei das S.A. estão os de lealdade – em relação à empresa e seus
acionistas – e de diligência, pelo qual o administrador da
companhia deve atuar com o mesmo cuidado que empregaria em seus
próprios negócios.
Ao comunicar a abertura de inquérito, em 2019, a CVM destacou
que a apuração não incluía a atuação sobre questões relativas à
legislação ambiental. À época, o órgão regulador não mencionava o
nome de executivos.
O Ministério Público Federal decidiu pelo arquivamento de um
requerimento do empresário Benjamin Steinmetz que acusava
executivos da Vale de práticas ilícitas, informou nesta
segunda-feira a companhia, que agora avalia denunciar o israelense
por calúnia e difamação. Ao fim de 2020, o empresário apresentou ao
MPF supostas evidências de que a mineradora teria praticado crime
de corrupção e tráfico de influencia em atividades relacionadas ao
projeto minerário de Simandou, na República da Guiné.
“A Vale entende que a decisão do Ministério Público Federal
corrobora a lisura e probidade de sua atuação no mercado”, disse a
companhia em comunicado nesta segunda-feira.
A Vale pretende divulgar os resultados do 1T21 no dia 26
de abril.
⇒ Confira
a agenda completa da divulgação dos resultados do
1T21
Lucro líquido de R$ 24,9 bilhões, revertendo prejuízo de
2019
A mineradora Vale teve
lucro líquido de R$ 24,9 bilhões em 2020, revertendo
prejuízo de 2019. A receita líquida anual subiu 40,2% em
2020, para R$ 208,5 bilhões.
A mineradora Vale teve lucro líquido de US$ 739 milhões no
quarto trimestre do ano passado, ante prejuízo líquido de US$ 1,56
bilhão no mesmo período de 2019, informou a companhia na
quinta.
Segundo a empresa, o resultado foi impactado principalmente por
maiores despesas relacionadas ao rompimento de barragem em
Brumadinho (MG), seguindo o Acordo Global para reparação, em meio a
ganhos fortes no segmento de minério de ferro. O Ebitda de minerais
ferrosos somou US$ 8,8 bilhões, o segundo maior da história.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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