O lucro líquido recorrente da Porto Seguro teve
alta de 49% na comparação anual, para R$ 296,6 milhões no primeiro
trimestre de 2021.
O resultado financeiro atingiu 193,7 milhões no
trimestre, através de um retorno sobre as aplicações financeiras
(ex-previdência) de 2,36% no período (equivalente a 488% do CDI no
período). Com isso, reverteu o prejuízo de R$ 1,5 milhão visto
no primeiro trimestre de 2020.
O retorno sobre patrimônio médio no primeiro
trimestre de 2021 ficou em 14,7%, com elevação de 4 pontos
percentuais frente ao mesmo período de 2020.
As receitas totais do grupo atingiram R$ 4,847
bilhões, com crescimento anual de 6,8%. Em termos de faturamento,
todas as áreas de atuação do grupo apresentaram crescimento na
comparação com o mesmo período de 2020.
A vertical seguros teve crescimento anual de receitas de 6,6%
para R$ 3,392 bilhões. A área de negócios financeiros, que inclui
cartões de crédito e financiamentos, subiu 7,8% para R$ 774 milhões
na mesma base. O braço de saúde apresentou faturamento de R$ 524
milhões, com avanço de 5,1%. E o braço de serviços suiu 11% para
uma arrecadação de R$ 156 milhões.
No consolidado de todos os negócios de seguros, o índice
combinado recorrente atingiu 92,3% no trimestre, com queda de 1,8
ponto percentual ante o primeiro trimestre de 2020. O recuo,
segundo a Porto, foi decorrente principalmente da redução da
sinistralidade do seguro auto, com queda de 6,1 pontos na mesma
base de comparação, “beneficiado pela melhoria nos modelos de
subscrição e precificação de risco, e pela redução nas frequências
de sinistros em função da pandemia”.
O índice de despesas administrativas e operacionais melhorou 0,3
ponto no trimestre, no melhor nível para um primeiro trimestre dos
últimos dez anos, diz a companhia.
Na vertical Seguros, o crescimento dos prêmios foi alavancado
pelo aumento dos ramos auto e patrimoniais. A carteira de seguro
auto teve um aumento de 6,7% nos prêmios emitidos e incremento de
124 mil veículos na carteira em relação ao intervalo de janeiro a
março de 2020.
Os prêmios dos seguros patrimoniais avançaram 8,5%, enquanto os
prêmios do seguro de vida, incluindo vida individual e em grupo,
cresceram 2,6% frente ao primeiro trimestre do ano passado. A Porto
destacou que o produto vida individual teve avanço anual de
15,4%.
Na vertical Saúde, os prêmios do seguro empresarial evoluíram
4,7% ante o primeiro trimestre de 2020, com crescimento de 34,3% no
número de empresas seguradas.
Nos negócios financeiros a carteira de crédito atingiu R$ 10,395
bilhões ao final do primeiro trimestre deste ano, com crescimento
anual de 29% e aumento de 16,2% nas receitas recorrentes.
Os cartões de crédito da empresa alcançaram 2,6 milhões de
unidades, sobre 2,4 milhões de um ano antes.
A inadimplência total ficou em 4,0%, queda de 0,8 p.p.
A carteira de financiamento teve expansão de 39,1%, enquanto as
receitas de consórcios aumentaram 29,7% frente os três primeiros
meses de 2020.
Em serviços, as receitas recorrentes cresceram 21,9% no primeiro
trimestre comparadas ao mesmo período de 2020. O serviço de carro
por assinatura, o Carro Fácil, cresceu 25,2% na mesma base,
alcançando 7,4 mil contratos ativos. O benefício voltado aos
animais de estimação, o Porto.Pet, avançou 53,9% em receitas.
Os resultados da Porto
Seguro (BOV:PSSA3) referentes suas operações do
primeiro trimestre de 2021 foram divulgados no dia
03/05/2021. Confira o Press Release completo!
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A Porto pretende expandir todas as frentes de negócios,
desde seguros gerais e produtos financeiros a até serviços para
residências e veículos, segundo disse o presidente da companhia,
Roberto Santos, em entrevista ao Valor.
No total, a empresa tem, atualmente, uma base com 8,5 milhões de
usuários e até 2025 almeja chegar a 17 milhões. “A Porto quer ser
conhecida como muito mais do que apenas uma seguradora de auto”,
diz o executivo. A afirmação do CEO faz referência ao fato de o
mercado de proteção para veículos passar por incertezas ligadas às
mudanças de hábitos e até mesmo de um certo desprendimento das
novas gerações em relação à posse do bem.
Ainda que tenha perspectivas de crescimento, os executivos da
Porto têm falado há alguns anos sobre os planos da companhia de
depender cada vez menos do seguro auto. Conforme Santos, “o produto
auto por si só representou em torno de 55% do lucro da companhia em
2020”.
O próprio colegiado, de acordo com Santos, foi reformulado
diante da necessidade de conduzir a Porto a um novo rumo. “Até a
chegada do Bruno Garfinkel [como presidente do conselho] tínhamos
nesse grupo, basicamente, pessoas que entendem muito de seguros.
Então o Bruno percebeu que, como a companhia tem outros negócios, é
importante ter gente de outras indústrias, como o Paulo Kakinoff
[presidente da Gol ] e também a Patrícia Calfat, que é head do
Youtube, do Google, no Brasil.”
Santos explica que a Porto foi dividida em quatro “verticais”,
como foram chamados os núcleos de negócios nessa reorganização.
Dentro dessa nova segmentação, cada área terá maior autonomia de
decisões ainda que as estratégias gerais sejam discutidas e
implementadas no âmbito do colegiado e da diretora executiva. “A
Porto tem tudo para ser uma plataforma de serviços de proteção para
as pessoas. Nós somos um ecossistema de proteção”, considera o
CEO.
A vertical vai englobar o seguro saúde e benefícios agregados.
Um quarto grupo será o de serviços, que inclui o carro por
assinatura, assistências para residências e veículos e até planos
de saúde para pets. “Cada vertical terá mais autonomia, inclusive
com estruturas próprias de tecnologia e produtos. Recortamos as
áreas de desenvolvimento de produtos e manutenção de sistemas e
transferimos para dentro das unidades de negócios.”
A futura “nova” Porto Seguro terá uma participação muito maior
do segmento de saúde, área que apresenta potencial de demanda
crescente e sustentável no longo prazo.
O CEO da Porto afirma que a meta é quase quadruplicar o número
de clientes da área de saúde no prazo de cinco anos. “Hoje temos
270 mil vidas no ramo saúde e queremos alcançar 1 milhão”, reforça.
“Temos uma ambição grande no saúde”, complementa.
Conforme Santos, a área de seguro saúde vem sendo reformulada
completamente. “É um processo de construção de nova plataforma,
fazendo uma analogia com edifícios, o que optamos por fazer não foi
um retrofit, mas construir o prédio do zero”, diz.
O CEO da Porto não confirma a intenção, mas também não desmente.
Santos afirma ainda que, embora o plano de expansão do grupo não
inclua spin offs, “naturalmente com o avanço [das áreas] e cada vez
mais autonomia é uma possibilidade, mas não temos um plano nesse
sentido”.
A pandemia também impulsionou alguns ramos nos quais a Porto tem
participação relevante, como o seguro de vida. “Principalmente o
vida individual vem crescendo a dois dígitos em toda a indústria”,
pondera. O principal impulso veio das preocupações trazidas pela
pandemia. De acordo com o CEO da Porto, “o mercado brasileiro como
um todo já indenizou mais de R$ 1 bilhão para vítimas da covid-19
desde o início da pandemia nos produtos vida”.
VISÃO DO MERCADO
BTG Pactual
Segundo o BTG Pactual, em relatório assinado pelos analistas
Eduardo Rosman e Thomas Peredo, “a Porto já teve intenção de vender
sua área de saúde no passado, mas agora são ‘compradores’”.
Conforme o banco, a companhia enxerga “a importância cada vez maior
da telemedicina na pandemia, que pode ser o gatilho de um novo e
disruptivo movimento no setor”.
Para Rosman e Peredo, do BTG, a referência da nova operação da
Porto na área de seguro saúde é a insurtech americana Oscar Health,
que se apoia em telemedicina e interfaces tecnológicas para ganhar
participação, aumentar a satisfação e eficiência no atendimento. O
BTG acredita que a ideia da seguradora é, no futuro, realizar uma
“spin off”, ou seja, separar o negócio em uma operação
independente.
PORTO SEGURO ON (BOV:PSSA3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
PORTO SEGURO ON (BOV:PSSA3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024