A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig)
registrou lucro líquido de R$ 422 milhões no
primeiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 68,7 milhões
apurado no mesmo intervalo do ano passado, impulsionada
pelo aumento das receitas no primeiro trimestre de 2021 e pelo
reconhecimento, em 2020, da redução ao valor recuperável de ativos
mantidos para venda no valor líquido de tributos de R$ 402
milhões.
O ebtida – lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização – cresceu 133,25%, para R$ 1,8
bilhão, no mesmo intervalo de comparação. A margem do indicador
passou de 13,09%, no primeiro trimestre de 2020, para 25,97% este
ano.
Já o Ebitda ajustado pela exclusão dos itens não recorrentes
aumentou 22,92% entre janeiro e março, para R$ 1,65 bilhões,
enquanto a margem do indicador subiu de 22,32% para 23,33%.
O Ebitda foi afetado negativamente em cerca de R$ 609
milhões pela desvalorização da participação detida na elétrica
fluminense Light.
Neste ano, a companhia mineira decidiu se desfazer inteiramente
da fatia na Light, o que foi efetivado em janeiro por meio da venda
de ações em uma oferta pública que levantou R$ 1,37 bilhão.
A Cemig disse que, como resultado da operação, reconheceu um
ganho antes de tributos de R$ 108,55 milhões, ao considerar como
custo o valor registrado do ativo, que vinha sendo classificado
como “mantido para venda” em seu balanço.
A receita líquida da companhia cresceu 17,7% na
comparação anual, para R$ 7,11 bilhões.
A receita com fornecimento bruto de energia elétrica foi de R$
6, 9 bilhões no primeiro trimestre, acréscimo de 2,72% ante o mesmo
intervalo do ano passado.
A receita com energia vendida a consumidores finais somou R$ 6,3
bilhões, alta de 7,16%.
A companhia apurou redução de 1,73% na quantidade de energia
vendida, queda ocasionada, dentre outros fatores, pela redução de
13,82% na quantidade de energia vendida aos consumidores da classe
comercial, associada aos impactos da pandemia sobre a atividade
econômica, com reflexo no consumo de energia.
No mercado cativo, a redução reflete a expressiva migração dos
consumidores para a geração distribuída e para o mercado livre.
Os custos e despesas operacionais, por sua vez, totalizaram R$
5,7 bilhões, acima dos R$ 5 bilhões no ano anterior. A
companhia registrou ganhos com participações societárias em
empresas, medidos por equivalência patrimonial, de R$ 118,68
milhões, acima dos R$ 82 milhões há um ano atrás.
Em relação ao mercado elétrico, a Cemig registrou redução de
1,73% na quantidade de energia vendida no trimestre, com diminuição
de 13,82% na energia comercializada com consumidores comerciais, em
meio a impactos da pandemia, e no mercado cativo. Houve ainda queda
de 15,77% no suprimento a outras concessionárias de energia.
As vendas para o segmento industrial, por outro lado, aumentaram
13,69%, principalmente em função de novos contratos assinados com
clientes livres prevendo início de fornecimento em janeiro de
2021.
Os resultados da Cemig (BOV:CMIG3)
(BPV:CMIG4) referente suas operações do primeiro trimestre de 2021
foram divulgados no dia 14/05/2021. Confira o Press Release completo!
Teleconferência
A Cemig tem cerca de R$ 1,3 bilhão referentes ao acordo do risco
hidrológico (GSF, no jargão setorial) para registrar em balanço em
2021, o que terá impacto importante no resultado da companhia e na
proposta de pagamento de dividendos para o ano, disse Leonardo
George de Magalhães, diretor de finanças e relações com
investidores da estatal mineira, nesta segunda-feira.
Em teleconferência de resultados, o executivo observou ainda que a
adesão da companhia ao acordo do GSF resultará numa extensão
relevante das concessões de duas hidrelétricas da Cemig, Emborcação
e Nova Ponte. Nessas duas concessionárias, os prazos contratuais,
que venceriam em 2025, serão estendidos em cerca de dois anos.
Com isso, a Cemig tem uma perspectiva de geração “adicional” de
caixa que pode ajudar na proposta de pagamento de bonificação de
outorga para futura prorrogação das concessões por mais 30 anos,
completou Magalhães.
A Cemig também está confiante de que conseguirá atingir, em
2022, os limites regulatórios para as perdas de energia na
distribuidora, afirmou Magalhães. “Hoje estamos com um ‘gap’ de
1,2%, estamos confiantes de que vamos ter sucesso e chegar ao fim
de 2021 com um ‘gap’ muito menor, e que atingiremos as perdas
regulatórias cobertas pela tarifa em 2022”, disse.
No primeiro trimestre, as perdas totais da companhia atingiram
6.606 gigawatts-hora (GWh). As perdas não técnicas ficaram em
12,53% desse total, ante o patamar regulatório de 11,38%.
A Cemig também reafirmou sua meta de atingir um Ebitda de R$
2,54 bilhões a R$ 2,82 bilhões na subsidiária de distribuição de
energia em 2021.
“No primeiro trimestre, tivemos [um Ebitda] líquido de não
recorrentes próximo de R$ 670 milhões. Mantemos o guidance do ano,
em função da expectativa de mercado e de atingimento das nossas
medidas de eficiência operacional, como redução de perdas não
técnicas e melhoria do processo de arrecadação”, disse
Magalhães.
Ainda na teleconferência, os executivos disseram que a
restituição de créditos de PIS/Pasep e Cofins aos consumidores não
tem efeito no resultado da distribuição.
VISÃO DO MERCADO
Goldman Sachs
Os resultados operacionais da Companhia Energética de Minas
Gerais (Cemig) no primeiro trimestre de 2021, e divulgados na
última sexta-feira (14), superaram as previsões do Goldman
Sachs.
O resultado melhor, de acordo com os analistas Pedro Manfredini,
Flavia Sounis e Eric Ito, é explicado pelo melhor desempenho em
todas as áreas de atuação da empresa.
O segmento de geração registrou Ebitda ajustado de R$ 683
milhões, fatia 6% superior aos R$ 642 milhões calculados pelo
Goldman Sachs, impactado, principalmente, por menores despesas e
provisões.
Enquanto isso, o braço de distribuição teve lucro ajustado de R$
585 milhões (5% acima dos R$ 556 milhões estimados pelo Goldman),
beneficiado por menores provisões e inadimplência.
Já o lucro líquido de R$ 422 milhões ficou 38% abaixo dos R$ 685
milhões projetados pelos analistas.
A Cemig reportou ainda um lucro por ação de R$ 0,28, contra
estimativas de R$ 0,45 do banco de investimento, valor menor
atribuído às perdas financeiras significativas de R$ 1,3 bilhão,
ante previsão de R$ 119 milhões do banco de investimento.
A equipe do banco ponderou que olhar a última linha do balanço
pode ser “enganoso” por captura efeitos não monetários e
pontuais.
“Além de contar com um portfólio diversificado de ativos de
distribuição, transmissão e geração, acreditamos que a gestão está
focada em conduzir a empresa para uma nova era de eficiência que
possa desbloquear mais valor para seus acionistas”, avaliou a
equipe do banco ao falar que a Cemig está atuando em iniciativas
que visam redução de custos e foco em seu negócio principal.
Goldman Sachs mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$
13,72.
CEMIG ON (BOV:CMIG3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
CEMIG ON (BOV:CMIG3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024