Proposta da Azul para comprar Latam Brasil pode ser feita em até 90 dias
08 Junho 2021 - 10:25AM
ADVFN News
Uma proposta da Azul (BOV:AZUL4) para comprar a operação
brasileira da Latam pode ser feita em até 90 dias.
A Azul vem tentando negociar a aquisição da concorrente desde o
começo da pandemia e, neste ano, adotou uma estratégia mais
agressiva. No fim de maio, a empresa publicou uma nota em que
afirmou acreditar que “um movimento de consolidação é uma tendência
do setor no pós-pandemia” e que “está em uma posição forte para
conduzir um processo nesse sentido”, sinalizando estar interessada
em comprar a Latam no Brasil.
Como a Latam está em recuperação judicial nos Estados Unidos, os
credores da empresa podem solicitar que a proposta de venda da
operação brasileira da companhia seja incorporada ao plano de
reestruturação. O cronograma prevê que esse plano seja apresentado
até o fim deste mês e votado até 23 de agosto.
A Latam vem se posicionando contra a venda de sua operação
brasileira, com o presidente da empresa no País, Jerome Cadier,
negando qualquer negociação. A Azul, porém, pode articular a compra
diretamente com os credores da concorrente.
Além das negociações para ficar com a Latam Brasil, a Azul está
trabalhando para levantar no mercado entre US$ 300 milhões e US$
400 milhões na próxima quinta-feira, apurou o Estadão.
A companhia pretende emitir títulos de dívida no exterior com prazo
de cinco anos. O recurso deve ser usado para fortalecer o caixa da
empresa, e não tem relação com o projeto de aquisição da
concorrente, segundo fontes.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
Em relatório distribuído a clientes, os analistas Victor
Mizusaki e Pedro Fontanta afirmaram que uma fusão entre as duas
empresas é “muito provável”.
O Bradesco BBI destacou que dois grandes credores da Latam
podem ter interesse na venda, dado que eles também detêm
participação na Azul e teriam um bom retorno se o negócio saísse. O
Oaktree Capital Management (empresa americana especializada em
investimento de risco), é acionista da Azul, e o Knighthead Capital
(também americano) detém títulos convertíveis.
Ainda segundo o documento do Bradesco BBI, para evitar que o
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) barre o negócio,
a Azul pode não incluir a operação internacional da Latam no acordo
e abrir mão de alguns horários de pouso e decolagem (slots, no
jargão do setor) nos aeroportos de Congonhas (São Paulo) e Santos
Dumont (Rio de Janeiro).
Apostando na fusão das companhias, o Bradesco BBI elevou a
recomendação das ações da Azul e da Latam. Os papéis da Azul
passaram a ser considerados com uma performance superior à da média
do mercado e os da Latam com uma neutra (antes, estavam abaixo da
média). O banco afirmou ainda que as ações da Azul devem chegar a
R$ 75 no ano que vem – uma alta de 59% na comparação com o preço
atual – e os da Latam a US$ 3 (alta de 4,9%).
Prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões no primeiro trimestre
A Azul registrou prejuízo líquido de R$ 2,65
bilhões entre janeiro de março deste ano, valor 56,8%
menor do que os R$ 6,13 bilhões (também de prejuízo) apurados no
mesmo intervalo do ano passado.
No trimestre, a companhia aérea transportou 5,25 milhões de
passageiros pagantes, 20,2% menos do que nos três primeiros meses
do ano passado.
A receita operacional
líquida totalizou R$ 1,8 bilhão
no primeiro trimestre, queda de 34,9% em relação ao mesmo período
de 2020, representando uma redução de 34,9% ano contra ano
devida à redução de 23,0% na capacidade e 15,4% no RASK causados
pela pandemia do COVID-19.
Informações Broadcast
AZUL PN (BOV:AZUL4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2024 até Mai 2024
AZUL PN (BOV:AZUL4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mai 2023 até Mai 2024