Petrobras: Ibama rejeita licença para perfuração na Foz do Amazonas
18 Maio 2023 - 9:23AM
ADVFN News
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, indeferiu pedido da
Petrobras para perfuração de poço na Bacia da Foz do Rio Amazonas,
no litoral do Amapá.
A decisão segue parecer técnico do Ibama do final de abril que
recomendava o indeferimento.
A Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) não comentou imediatamente a
decisão.
“Não restam dúvidas de que foram oferecidas todas as
oportunidades à Petrobras para sanar pontos críticos de seu
projeto, mas que este ainda apresenta inconsistências preocupantes
para a operação segura em nova fronteira exploratória de alta
vulnerabilidade socioambiental”, disse Agostinho no despacho.
O parecer técnico apontava inconsistências no estudo ambiental
que subsidia a avaliação da atividade de perfuração no bloco
FZA-M-59, dentre elas, a não revisão de um item que trata de
identificação e avaliação dos impactos ambientais.
Com a perfuração, a petroleira visava verificar a existência ou
não de jazida petrolífera na bacia, a uma distância de 175
quilômetros da costa do Amapá e a mais de 500 quilômetros de
distância da foz do rio Amazonas.
A Petrobras assumiu o compromisso de explorar o bloco FZA-M-59
em 2020, depois que a BP desistiu do ativo, diante de dificuldades
para avançar com o licenciamento ambiental deste bloco e de outros
na Bacia da Foz do Rio Amazonas, que tem grande potencial para
petróleo, mas também enormes desafios do ponto de vista
socioambiental.
A Bacia da Foz do Rio Amazonas é parte da Margem Equatorial
brasileira, uma ampla área do litoral que vai do Rio Grande do
Norte ao Amapá e inclui ainda as bacias Pará-Maranhão,
Barreirinhas, Ceará e Potiguar, cada região com características
distintas.
A última perfuração de poço exploratório na Margem Equatorial
brasileira ocorreu em 2015. Nesse meio tempo, representantes da
indústria e do meio ambiente vêm discutindo o tratamento que será
dado à área.
A Petrobras vem reiterando acreditar que a Margem Equatorial é a
nova fronteira para um grande plano energético do Brasil,
envolvendo a atividade de E&P e recursos eólicos offshore.
A empresa disse no final de abril que “tem como valor o respeito
à vida, às pessoas e ao meio ambiente e continuará executando todas
as suas operações seguindo rigorosamente as normas de segurança
operacional e as melhores práticas referentes a responsabilidade
social e ambiental”.
A coordenação do Observatório do Clima afirmou, em nota, que a
decisão “protege um ecossistema virtualmente desconhecido e mantém
a coerência do governo Lula, que tem prometido no discurso se
pautar pelo combate à crise climática”.
Informações Infomoney
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