A Camil registrou baixa de 50,1% no lucro líquido no segundo trimestre fiscal de 2023, encerrado em agosto, em relação a igual período do ano passado, saindo de R$ 93,9 milhões para R$ 46,9 milhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 212,4 milhões, alta anual de 1,9%. A margem Ebitda caiu 0,4 p.p. (pontos percentuais), para 7,3%.

A receita líquida somou R$ 2,912 bilhões no segundo trimestre deste ano, crescimento de 8% na comparação com igual etapa de 2022, devido ao efeito de crescimento de preços no período, parcialmente compensado pela redução decorrente do efeito do volume consolidado.

O lucro bruto atingiu a cifra de R$ 573,7 milhões no segundo trimestre de 2023, um aumento de 0,4% na comparação com igual etapa de 2022. A margem bruta foi de 19,7% no 2T23, queda de 1,5 p.p. frente a margem do 2T22.

As despesas com vendas, gerais e administrativas somaram R$ 431,8 milhões no 2T23, um crescimento de 2,8% em relação ao mesmo período de 2022.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 107,9 milhões no segundo trimestre de 2023, uma elevação de 109,4% sobre as perdas financeiras da mesma etapa de 2022.

Dívida e alavancagem

Em 30 de junho de 2023, a dívida líquida da companhia era de R$ 2,983 bilhões, um crescimento de 27,1% na comparação com a mesma etapa de 2022.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 3,4 vez em agosto/23, queda de 0,8 vez em relação ao mesmo período de 2022.

A liquidez total (caixa e equivalentes de caixa e aplicações financeiras de curto e longo prazo) atingiu R$ 2,1 bilhões (+41,0% na base anual).

A Camil investiu R$ 28,9 milhões no segundo trimestre de 2023, uma redução de 31,7% na comparação ano a ano, principalmente, em função dos novos maquinários e obras para expansão da capacidade de massas, assim como para expansão da capacidade de café, com início da produção de café em embalagem à vácuo no ano.

Os resultados da Camil (BOV:CAML3) referentes às suas operações do segundo trimestre fiscal do exercício 2023 foram divulgados no dia 10/10/2023.

VISÃO DO MERCADO

As ações da Camil despencam nesta quarta-feira na B3, após o lucro líquido da companhia apresentar retração de 50% no segundo trimestre, a R$46,9 milhões, de acordo com os resultados divulgados ontem por uma das maiores empresas de alimentos da América Latina.

Por volta das 13h38, os papéis ordinários da Camil caíam 4,6%, a R$ 7,50. Nos últimos 12 meses, os papéis acumulam queda de 15,17% e, no ano, recuo de 7,61%.

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Os dados do segundo trimestre foram vistos como “neutros” e “em linha com as expectativas” pelo Itaú BBA e pelo Santander Corporate & Investment, respectivamente. Já o Bank of America considerou o desempenho ligeiramente melhor do que o esperado.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização — EBITDA, na sigla em inglês — foi de R$212,4 milhões nos três meses divulgados, aumento de 1,9% na base anual. A receita líquida também cresceu 8% em base anual, a R$2,91 bilhões.

“Atingimos receita recorde, com execução contínua e gradual do crescimento dos novos negócios. Seguimos otimistas ao observar os resultados das novas operações e o potencial de crescimento das categorias de alto valor para nossos negócios”, disse o comunicado da Camil.

De acordo com o Santander, o ambiente competitivo desafiador no segmento de açúcar no Brasil levou a margem EBITDA da Camil a permanecer estável no trimestre, ficando em 7,3%, com queda de 0,4 pontos percentuais.

Para o Itaú BBA, o acordo da Camil com a Raízen para exportar açúcar a granel impulsionou os volumes de açúcar no segmento de Alto Giro, que envolve produtos de rápida rotatividade ou alta liquidez.

No entanto, as condições climáticas na Índia e a demanda mais fraca do que o esperado por peixes enlatados devem exercer pressão nas margens do açúcar à frente, isto é, no setor de Alto Giro, citaram os analistas do BofA.

A expectativa do Itaú BBA é de que a pressão nas margens no setor de Alto Giro continue, mesmo com a Camil repassando preços mais altos do arroz para os consumidores — o que deve impulsionar o EBITDA nos próximos trimestres, prevê o Santander.

O Itaú BBA e o Santander Investment têm recomendação de “compra” para as ações da Camil, a um preço-alvo de R$9 e R$11, respectivamente. Em contrapartida, o BofA recomenda “venda” para os papéis, com alvo de R$7,60.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão
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