A petroleira Prio reportou lucro líquido de US$ 348,049 milhões
no terceiro trimestre de 2023, alta de 126% na comparação com igual
período de 2022, informou nesta terça-feira, 31, a companhia.
O Ebitda ajustado, isto é, lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização, de julho a setembro deste ano alcançou
US$ 632,879 milhões, aumento de 121% na comparação com um ano
atrás. A margem Ebitda ajustada ficou em 80% nesse terceiro
trimestre, alta de quatro pontos porcentuais em igual base de
comparação.
Já a receita líquida no período atingiu US$ 835,253 milhões,
121% maior do que a registrada no terceiro trimestre de 2022.
O resultado, segundo a Prio, “é reflexo do aumento na produção e
nas vendas, que cresceram 118% e 154%, respectivamente em
comparação ao mesmo trimestre de 2022”.
O resultado financeiro do terceiro trimestre ficou negativo em
US$ 17,21 milhões versus US$ 1,72 milhão negativo registrado no
mesmo período de 2023, sendo impactado negativamente por juros de
empréstimos e financiamentos; redução da receita financeira em
razão da menor posição de caixa comparado com o mesmo trimestre de
2022; e pagamentos de prêmio devido à contratação de hedges de
Brent.
Já a dívida líquida da companhia fechou em US$ 1,237 bilhão ao
fim de setembro, US$ 275 milhões menor do que a registrada no
segundo trimestre do ano. A alavancagem da Prio, por sua vez,
encerrou o período em 0,9 vez a dívida líquida em relação ao Ebitda
ajustado, ante uma alavancagem de 1,1 vez registrada ao fim do
segundo trimestre deste ano.
Operacional
No terceiro trimestre, a Prio vendeu 9,7 milhões de barris,
sendo 5,3 milhões de Frade (55,3%), 1,4 milhões no cluster Polvo e
Tubarão Martelo (14,5%), e 3 milhões em Albacora Leste (30,2%),
todos da Bacia de Campos. O preço médio bruto de venda foi de US$
86,48 por barril, um aumento de 11% na margem, graças ao aumento da
cotação internacional do petróleo.
O volume produzido no campo de Frade, informa a Prio em
relatório, aumentou 102% na comparação com o mesmo período do ano
passado e 11% ante o trimestre imediatamente anterior. O aumento
com relação ao período entre abril e junho se deve ao início do
poço ODP5, que entrou em operação em julho, dentro do Plano de
Revitalização de Frade.
No Cluster Polvo e Tubarão Martelo, o volume produzido no
trimestre veio em linha com um ano atrás, mas 8% inferior ao
registrado entre abril e junho devido à interrupção da produção de
um poço (POL-W) em Polvo. Já em Albacora Leste, comunicou a Prio, o
volume do terceiro trimestre deste ano subiu 20% na comparação com
os três meses imediatamente anteriores.
Os resultados da PRIO (BOV:PRIO3)
referentes às suas operações do terceiro trimestre de 2023 foram
divulgados no dia 31/10/2023.
Teleconferência
Com foco na aquisição de ativos, o CEO da PRIO, Roberto
Monteiro, foi enfático durante a teleconferência de resultado do 3º
trimestre, realizada nesta quarta (1), em relação às prioridades da
companhia. “A gente não vai fazer nenhuma política de
dividendos.”
O executivo ressaltou que quase todo o seu tempo tem sido gasto
em buscar M&A (fusão e aquisição). “Não estou dizendo que tem
algum processo a caminho, mas esse tem sido grande parte de nossos
esforços: originação de M&A dentro dos parâmetros de retorno e
localização”, comentou.
Segundo ele, há ainda alguns meses pela frente para amadurecer
esse trabalho. Roberto Monteiro disse também que tem conversado com
empresas para possível aquisição de ativos. “Mas essas coisas não
acontecem do dia para noite”, pontuou.
“Até que tenhamos uma visibilidade clara dos esforços que
estamos fazendo, dos frutos, dos esforços de originação de M&A,
não faz sentido (dividendos)”, ressaltou. “Originação de aquisição
não é cartesiana. Cada empresa recebe de uma forma (o interesse)”,
citou.
De julho a setembro, a empresa destacou ainda o preço médio do
brent, de US$ 86/barril, que possibilitou a PRIO a atingir receita
recorde, de acordo com Milton Rangel, CFO da companhia.
“Trimestre após trimestre a empresa vem apresentando ritmo de
desalavancagem e balanço bastante leve para eventual investimento.
Temos espaço para novas captações”, disse a analistas.
O executivo explicou que a redução do endividamento do 2º
trimestre para o 3º trimestre é fruto “da forte geração de caixa,
apesar do aumento de capex”.
Com sobra de caixa, o CEO insistiu que “não faz sentido” agora
distribuição de dividendos. “A gente precisa de flexibilidade para
comprar ativo. Então, está fora de pauta”, disse.
Ações da PRIO3 sobem após balanço
Após a divulgação do resultados do 3º trimestre, quando lucrou
US$ 348 milhões, representando uma alta de 126%, as ações da
petroleiras júnior terminaram com alta de 0,77%, cotadas a R$
48,07.
Além disso, a PRIO obteve recordes de produção média diária e
receita líquida no 3T23. No último trimestre, a posição de caixa
ficou em US$ 444 milhões, mas Monteiro destacou que hoje ela já
está em US$ 500 milhões.
Já o grau de alavancagem (dívida líquida/Ebitda) é de 0,9 vez –
e caiu em relação aos dois primeiros trimestres do ano, que ficaram
estacionados em 1,1 vez.
“Estamos com o nível de alavancagem em queda… Superconfortável.
Chegar em 0,7 vez (a alavancagem) é tranquilo. Se a gente não fizer
nada, a gente vai zerar a nossa dívida líquida/Ebitda no final do
ano que vem”, comentou a analistas.
Campo de Wahoo é prioridade
Monteiro atribuiu o bom resultado do 3T23 à produção, a
eficiência operacional do Campo Albacora Leste associado a
campanhas “bem-sucedidas” dos campos de Frade e Polvo, e o lifting
cost (custo de extração) de US$ 7 o barril, melhor marca na
história da companhia.
A empresa informou ainda que já perfurou dois poços no prospecto
Maracanã, no Campo de Frade, para definir estratégia de exploração
da área.
No entanto, Francilmar Fernandes, CFO da PRIO, comentou que a
prioridade é colocar em operação o Campo de Wahoo, com expectativa
de extrair o primeiro óleo no 2T24.
VISÃO DO MERCADO
Ativa Investimentos
A Ativa Investimentos afirmou que a Prio entregou números fortes
no terceiro trimestre, impulsionados pelo aumento na produção,
vendas e do preço internacional do petróleo.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações
(Ebitda) superou as expectativas da corretora e as margens ficaram
em linha.
“Apesar de o lucro líquido ter saído abaixo do que esperávamos,
temos uma leitura bem positiva do resultado, com a companhia
conseguindo entregar ainda o menor custo de extração de sua
história. Acreditamos que os investidores recepcionarão
positivamente os resultados de Prio neste trimestre”, avalia o
relatório de Ilan Albertman e equipe.
Ainda segundo a Ativa, os avanços na produção não devem parar
por aí. Na conferência de resultados, os analistas querem observar
se a companhia irá comentar sobre os avanços para extração do
primeiro óleo de Wahoo no segundo semestre de 2024, sobre o avanço
operacional em Albacora Leste e sobre a possibilidade de novas
descobertas em Frade.
A Ativa tem recomendação de compra para a ação, sendo a Prio a
empresa preferida da corretora no setor de óleo e gás, com
preço-alvo de R$ 63.
Citi
Os resultados da Prio no terceiro trimestre foram positivos,
superando estimativas do mercado, apoiados na melhor produção e
preços do petróleo durante o período, diz o Citi.
Os analistas Gabriel Barra e Andrés Cardona escrevem que a
companhia teve recorde de produção e vendas no terceiro trimestre,
elevando seu Ebitda para US$ 633 milhões, acima da projeção de US$
570 milhões.
O banco destaca que a Prio vendeu seus produtos a US$ 86,5 o
barril, queda de 12% no ano, mas um prêmio de US$ 0,60 sobre as
cotações internacionais. O lucro líquido de US$ 348 milhões ficou
dentro das estimativas.
O Citi tem recomendação de compra para Prio, com preço-alvo em
R$ 58.
Goldman Sachs
O banco americano Goldman Sachs afirmou que os resultados da
Prio no terceiro trimestre superaram as projeções do mercado, com
destaque para o lucro antes de juros, impostos, depreciações e
amortizações (Ebitda) ajustado de US$ 643 milhões, que avançou 93%
ante o trimestre anterior e ficou 9% acima do consenso do
mercado.
A produção, conforme reportado anteriormente, aumentou mais de
100% em um ano e mais 10% ante o trimestre anterior, para 100 mil
barris de petróleo por dia, impulsionada pela consolidação de
Albacora Leste e novos poços em Frade.
As receitas unitárias atingiram US$ 85 por barril (queda de 13%
em um ano), o que juntamente com custos unitários de US$ 20 por
barril (queda de 7% em base trimestral) levaram para um Ebitda de
US$ 66 por barril, queda anual de 9%.
Os custos de extração no trimestre foram de US$ 7 por barril,
contra US$ 7,4 no segundo trimestre deste ano.
“Observamos que a geração de caixa da Prio no trimestre de cerca
de US$ 275 milhões já implica um fluxo de caixa anualizado de
aproximadamente 13%, e pode ser impulsionada pelo aumento da
produção esperado por nós em 2024 em 45%”, diz o relatório de Bruno
Amorim e equipe.
O banco segue com a recomendação de compra para a ação de Prio,
com preço-alvo de R$ 67,40, pois enxerga um bom histórico em termos
de aumento da produção e uma avaliação atraente em relação aos
pares, juntamente com um forte crescimento da produção.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão
PETRORIO ON (BOV:PRIO3)
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