Apesar das distribuições no final do ano, a Petrobras encerra 2023 perdendo o posto de maior pagadora de proventos da Bolsa, mostram dados da plataforma Economatica. Até o dia 15 de dezembro, a petrolífera estatal entregava retorno com dividendos de menos de 21%, atrás de 22,71% registrados pela Auren e 31,13% da líder Metal Leve.

Juntas, Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) e Vale (BOV:VALE3) devem fechar o ano reduzindo proventos em 48%, puxando provável queda no volume total do ano. Até o fim do terceiro trimestre, o volume total distribuído pelas empresas listadas na B3 era de R$ 189 bilhões, contra R$ 391 bilhões registrados em 2022, aponta levantamento do consultor independente Einar Rivero.

“A queda [dos proventos pagos por Vale e Petrobras] está ligada ao menor preço das commodities que elas vendem. Como consequência, houve menores faturamento, margem, lucro e geração de caixa, em um efeito cascata”, disse Gabriel Bassotto, analista chefe de ações do Simpla Club. No caso da Petrobras, a alta do dólar e a mudança na política de investimentos também pesaram, disse o especialista.

A ação preferencial da petrolífera caiu da 1ª posição para a 3ª, enquanto e a mineradora saiu da lista das top 10, ficando em 16º lugar.

As 10 empresas que mais pagaram dividendos em 2023 por dividend yield:

Empresa Dividendo yeld (%) Dividendos e JCP por ação
Metal Leve 31,13% R$ 10,54
Auren 22,71% R$ 3,00
Petrobras (PETR4) 20,97% R$ 7,21
Grendene 20,28% R$ 1,38
Petrobras (PETR3) 19,87% R$ 7,24
Gerdau Metalúrgica 15,17% R$ 1,59
CSN 14,53% R$ 2,54
BrasilAgro 12,94% R$ 3,21
Bradespar (BRAP4) 12,40% R$ 3,02
BB Seguridade 11,20% R$ 3,47

Metal Leve (BOV:LEVE3)

A Metal Leve pagou 31,13% em 12 meses, quase três vezes acima da Selic, que está no patamar de 11,75% ao ano. Nesta semana, a fabricante de autopeças de São Paulo depositou R$ 88 milhões em juros sobre o capital próprio (JCP).

O desempenho positivo está ligado à política da empresa de distribuição de 100% do lucro líquido, aos investimentos da controladora (Mahle) em descarbonização e novos produtos, e sobretudo ao caixa represado desde 2019, avalia o diretor de investimentos da Trígono Capital, Werner Roger.

“Havia uma reserva especial de dividendos daquele ano, que a companhia acabou postergando porque não sabia os efeitos da pandemia do novo coronavírus, e mais lucros acumulados de outros períodos, de 2020 a 2022. Então ela juntou todos esses lucros disponíveis em reservas e fez a distribuição”.

Auren (BOV:AURE3)

A segundo lugar Auren entregou um dividend yield de 22,71% em 2023. Na terça-feira (19), a empresa do segmento de geração e comercialização de energia renovável pagou um total de R$ 1,5 bilhão em proventos extraordinários aos acionistas.

O volume de US$ 3 bilhões no ano se deve em parte a uma indenização bilionária das usinas que tem em seu portfólio. “O investidor tem que tomar muito cuidado com isso. Geralmente quando uma empresa distribui dividendo muito acima do comum – a gente poderia até colocar uma régua de 15% ao ano – poucas vezes serão dividendos recorrentes, o que é um sinal de alerta”, destaca Bassotto, do Simpla Club.

A recomendação ao investidor é nunca considerar apenas o que foi distribuído nos últimos 12 meses na tentativa de projetar ganhos para 2024, pois as boas distribuições não devem continuar no mesmo nível. “Isso não vai acontecer”.

BB Seguridade (BOV:BBSE3)

Apesar de estar no final da lista, BB Seguridade teve desempenho positivo, avalia Bassotto, por causa dos juros altos, que fizeram com que seu flow (dinheiro em caixa) tivesse uma rentabilidade e um resultado financeiro positivo.

“Também teve um operacional muito aquecido e a venda de seguros teve muita força, seja na carteira do agro ou em outras, privilegiando bastante” a companhia.

Informações Infomoney
BB SEGURIDADE ON (BOV:BBSE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024 Click aqui para mais gráficos BB SEGURIDADE ON.
BB SEGURIDADE ON (BOV:BBSE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024 Click aqui para mais gráficos BB SEGURIDADE ON.