Citi vê potencial de valorização de 38% e reforça recomendação de compra para os ativos da Vale
05 Março 2024 - 9:15AM
ADVFN News
O Citi foi mais um banco a reforçar a recomendação de compra
para os ativos da Vale, com o preço-alvo do ADR (American
Depositary Receipt), ou papel negociado na Bolsa americana, em US$
18,50, um potencial de valorização de 38% em relação ao fechamento
de segunda-feira (4).
Esse preço alvo considera o preço do minério de ferro em US$ 120
a tonelada e o desempenho reportado pela mineradora referente ao
quarto trimestre de 2023.
“Nós vemos alguns investimentos positivos. O guidance (projeção)
parece realista e o preço do níquel parece perto de um piso”,
segundo nota divulgada pela área de análise do banco.
Para 2024, a produção de minério de ferro estimada pela Vale
(BOV:VALE3) é de 310 milhões de toneladas métricas a 320 milhões de
toneladas métricas.
Segundo o banco, a grande dúvida é em relação ao momento da
empresa em meio às notícias sobre o CEO, concessões ferroviárias e
as negociações sobre a Samarco, apontando que os comentários
recentes do presidente Lula sobre a Vale “não parecem
encorajadores.”
Na semana passada, o presidente Lula afirmou que a Vale, e todas
as empresas brasileiras, deveriam seguir um pensamento alinhado com
o governo para o desenvolvimento do país.
As estimativas do Citi consideram que as vendas totalizem US$
42,65 bilhões em 2024, acima do valor ajustdao de US$ 41,78 bilhões
do ano passado. Já a expectativa de Ebitda ajustado é de US$ 19,246
bilhões, 1% superior ao ano passado. Nesse caso, a margem Ebitda
passaria por uma redução, indo de 45,6% para 45,1%.
Nesta terça-feira, por sua vez, os analistas do BTG Pactual
cortaram a recomendação das ações da Vale para “neutra” e reduziram
o preço-alvo do ADR de US$ 19 para US$ 16 dólares, em um “mea
culpa” no qual afirmam que estiveram errados sobre a visão positiva
da casa para a mineradora por mais de um ano.
Em relatório a clientes, o banco destacou que uma postura
construtiva em relação à companhia valeu a pena durante vários
anos, desde 2017, “mas tem sido muito dolorosa há mais de um
ano”.
“Há algumas semanas, admitimos que o cenário para a tese de
investimentos na Vale havia se deteriorado acentuadamente
ultimamente. Agora, com o ruído recorrente e o contínuo
descolamento das ações dos fundamentos, não temos certeza do que
faria esta tese funcionar.”
“Com tantas pendências iminentes e a nossa capacidade limitada
de prever os resultados, a nossa confiança na tese de investimento
diminuiu materialmente.”
Os analistas do banco elencam que a Vale tem enfrentado um ruído
intenso nas últimas semanas, que se intensificou recentemente em
meio às discussões do conselho de administração sobre quem será o
próximo CEO. Também apontam que o fluxo de notícias em torno da
Samarco/Renova piorou, com a empresa reconhecendo provisões
adicionais, que ainda podem ser materialmente mais elevadas, uma
vez que uma resolução final ainda pode levar meses.
A empresa, de acordo com a equipe do BTG, ainda passou por uma
série de interrupções operacionais no Estado do Pará, indicando
animosidade das autoridades locais em relação à companhia.
“Para ser justo, a Vale tem estado sujeita a um alto grau de
ruído e pressão política ultimamente, o que acreditamos ser injusto
e claramente excessivo”, avaliam, ressaltando ainda que existe uma
clara divisão entre os membros do conselho sobre a direção futura
da empresa, o que veem como “preocupante para uma empresa com
tantos desafios pela frente”.
Os riscos, de acordo com a equipe do BTG, aumentaram
recentemente, pressionando a geração de fluxo de caixa livre e o
potencial de dividendos da empresa — e ainda não foram totalmente
precificados pelo mercado. E embora considerem as ações
subvalorizadas, avaliam que agora parecem mais uma “value trap”
(armadilha de valor) do que uma oportunidade atraente.
“Preferimos adotar uma postura cautelosa e aguardar a resolução
de pendências e incertezas políticas antes de restabelecer nosso
viés historicamente positivo”, afirmaram.
Às 12h05 (horário de Brasília) desta terça, os ativos VALE3
caíam 0,71%, a R$ 66,25, com queda acumulada de 14,20% em 2024.
Informações Infomoney
VALE ON (BOV:VALE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2024 até Mai 2024
VALE ON (BOV:VALE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mai 2023 até Mai 2024