CCR investe R$ 75 milhões para a inauguração de oficina de revisão geral de truques
28 Março 2024 - 10:24AM
ADVFN News
Administradora de duas linhas de trens e duas linhas do metrô em
São Paulo, a CCR investiu R$ 75 milhões para a inauguração de uma
oficina de revisão geral de truques, localizada em Osasco, região
metropolitana de São Paulo. O projeto teve sua primeira fase
inaugurada na terça-feira (26) e, com ele, a empresa pretende
reduzir custos de operação e internalizar o processo de manutenção
dos 1,7 mil truques ferroviários de sua frota no Estado. O retorno
do investimento é estimado em seis anos.
“Com essa internalização, eu garanto a qualidade e a segurança
desse equipamento. E também consigo uma redução de custo, já que
esse serviço hoje é terceirizado e prestado por três empresas
parceiras”, diz Márcio Hannas, presidente da divisão de mobilidade
da CCR (BOV:CCRO3).
Composto por elementos de rolamento, suspensão, tração e
frenagem, o truque é um dos responsáveis por garantir que as
composições se movam pelos trilhos e parem com segurança.
Localizada no Pátio Presidente Altino, a oficina fica próxima à
estação Presidente Altino das linhas de trens 8 e 9 e abrigará os
processos de limpeza, inspeção, reparos, trocas de peças e ensaios
de qualidade dos truques. A tendência é que, no futuro, a empresa
preste serviço para concorrentes no espaço. “Eventualmente, no
futuro, vamos oferecer esse serviço para terceiros”, complementa
Hannas.
A ViaMobilidade, empresa subsidiária da CCR, assumiu as
operações das linhas 8 e 9 de São Paulo em 2021. Desde então, já
investiu R$ 2,9 bilhões em obras e melhorias, como a aquisição de
novos trens, a modernização do sistema e da rede de energia, e a
reforma de estações. O contrato de concessão firmado com o estado
de São Paulo prevê um volume de investimentos de R$ 4,1 bilhões nos
três primeiros anos de operação. A empresa estima já ter
transportado mais de 450 milhões de passageiros nos dois primeiros
anos de operação e realizou a compra de 36 novos trens da empresa
Alstom, que reativou sua fábrica brasileira, localizada em Taubaté,
diante da demanda.
Mesmo assim, a companhia já foi alvo de críticas da população
por falhas no sistema. Hannas reconhece que a empresa talvez tenha
“subestimado” a operação, mas diz que hoje as melhorias nos
serviços prestados já são perceptíveis.
“Nós tivemos muitos problemas no início da operação que vão
desde a gente talvez ter subestimado um pouco o desafio e as
condições da linha quando nós a recebemos. Mas também porque nós
assumimos essa linha num período pós-pandemia onde toda a cadeia de
suprimentos internacional estava desorganizada. Quando nós fomos ao
mercado alugar ou comprar os equipamentos necessários, o tempo de
entrega dos fornecedores estava mais alto. A gente passou
praticamente um ano dando manutenção nas linhas 8 e 9 sem ter os
equipamentos necessários”, reconhece o executivo.
A empresa também tem sofrido com recorrentes furtos de cabos na
rede de energia dos trens metropolitanos, o que acaba afetando o
funcionamento das linhas.
“Com toda essa questão da eletrificação, o cobre virou um metal
muito valioso, o que se tornou um problema para nós. E o que
acontece é que muitas vezes as pessoas roubam os nossos cabos, mas
cortam cabos que não são de cobre, que são fibras óticas usadas
para a sinalização. Para soldar isso é um trabalho demorado e
cuidadoso que precisa ser feito e que acaba paralisando a nossa
operação”, aponta ele.
A CCR diz estar atenta ao processo de concessão de novas linhas
do transporte metropolitano em São Paulo. Em 2023, o governo de
Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) deu vazão a estudos para a
privatização da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, a
CPTM.
“A gente vai sempre buscar as oportunidades que gerem valor para
o nosso acionista, que sejam sustentáveis, importantes para a
sociedade e que tenham segurança jurídica”, diz Hannas. Fora o
estado paulista, também há operações de mobilidade urbana da CCR na
Bahia e no Rio de Janeiro.
“Nós temos quase 3 milhões de passageiros por dia útil, somando
esses três estados. São 128 estações operadas seja de trilhos ou de
barcas”, conclui.
informações Infomoney
CCR ON (BOV:CCRO3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
CCR ON (BOV:CCRO3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024