O Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 4,2 bilhões no primeiro trimestre de 2024, alta de 46,3% na comparação com trimestre anterior, mas queda de 1,6% na base anual, informou o banco. O resultado veio acima das projeções de analistas compiladas pelo LSEG, que apontavam R$ 3,92 bilhões.

De acordo com relatório, o resultado foi impulsionado por menores despesas com Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), controle de despesas operacionais e resultado das operações de seguros, mas ainda pressionado pela margem financeira com clientes.

O lucro líquido contábil foi de R$ 4,211 bilhões no período, um recuo de 1,6% frente ao resultado de um ano antes.

A margem do banco com clientes, que reflete o ganho em operações de crédito, teve baixa de 14,4% em um ano, para R$ 14,522 bilhões. A margem financeira total do Bradesco caiu 9% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 15,152 bilhões.

As receitas do banco com serviços tiveram alta de 1,3% em um ano, para R$ 8,861 bilhões. As despesas de provisão (PDD) caíram 17,9% em um ano, para R$ 7,341 bilhões.

O Bradesco teve retorno anualizado sobre patrimônio líquido (ROAE) de 10,2% no 1T24.

A carteira de crédito do Bradesco encerrou o trimestre em R$ 889,918 bilhões, alta de 1,2% em um ano. Foi sustentada pelas operações para pessoas físicas, que subiram 2,0%, enquanto a carteira de pessoas jurídicas avançou 0,7%.

A inadimplência era de 4,8%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, baixa de 0,3 ponto percentual (p.p.) em um ano.

Os resultados da Bradesco (BOV:BBDC3) (BOV:BBDC4) referentes suas operações do primeiro trimestre de 2024 foram divulgados no dia 02/05/2024.

Teleconferência

O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou nesta quinta-feira, 2, que está otimista com o cenário para a economia brasileira. A despeito da volatilidade vista nos mercados nas últimas semanas, com a expectativa de quedas menores dos juros no País, ele afirma que a percepção é positiva.

“Eu estou otimista, com o pé no chão”, disse ele em coletiva de imprensa sobre os resultados do banco no primeiro trimestre deste ano.

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Um dos pontos, segundo ele, foi a sinalização do Federal Reserve (o banco central norte-americano), que, na quarta-feira, divulgou a decisão de manter os juros nos Estados Unidos, mas que descartou uma alta de juros, temor que entrou no radar do mercado nas últimas semanas.

Ainda que não tenha sido um resultado brilhante, o lucro líquido recorrente ficou acima do esperado a R$ 4,2 bilhões, com provisões para devedores abaixo das projeções

“O mercado mundial recebeu bem o recado do Fed”, disse ele.

O executivo mencionou ainda a alteração da perspectiva da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s, de estável para positiva, também divulgada na quarta-feira.

“Nós temos um crescimento de PIB que vai mais para 2,5% do que para 2% neste ano”, afirmou Noronha.

VISÃO DO MERCADO

Goldman Sachs

O Goldman Sachs apontou que o lucro ficou 1% abaixo do que esperava, mas foi 9% acima da projeção da Bloomberg. O ROE teve melhora ainda beneficiando de uma baixa taxa efetiva de imposto de 14% no 1T24. “Apesar de ter batido o consenso de mercado em relação aos lucros, ainda observamos tendências suaves no crescimento das receitas, particularmente na margem financeira líquida (NII) de clientes e de mercado, o que exigiria uma aceleração nos próximos trimestres para cumprir o guidance. As provisões foram a principal fonte de surpresa positiva, com a qualidade dos ativos mostrando melhora sequencial e o índice de cobertura [que representa a proporção que a provisão para risco de crédito é capaz de cobrir os créditos inadimplentes] ficando relativamente estável em 164%”, avalia o Goldman.

O banco americano destacou antes da abertura do mercado acreditar que as ações reagiriam positivamente aos resultados financeiros acima das projeções, o que não ocorreu, embora ponderasse que as perspectivas de crescimento dos lucros permaneçam um ponto de interrogação.

JPMorgan

O lucro, enquanto foi um pouco abaixo do esperado pelo Goldman, ficou 11% além da projeção do JPMorgan, com uma forte recuperação em relação ao 4T23. “Tanto os otimistas (bullish) quanto os pessimistas (bearish) terão coisas a sinalizar mas, dadas às baixas expectativas, tendemos a ter uma primeira visão positiva”, avaliaram os analistas do JPMorgan.

Do lado positivo, apontam os analistas: (i) o EBT (lucro antes de impostos) superou em 20% com provisões inferiores ao esperado, enquanto (ii) o Bradesco está cumprindo seu plano de eficiência, fechando agências, reduzindo número de funcionários e caixas eletrônicos próprios; (iii) a qualidade dos ativos melhorou, com os índices de inadimplência caindo 30 pontos base em relação ao trimestre anterior, apesar da sazonalidade, diminuindo as renegociações e sem nenhuma venda de carteira ativa; e (iv) a empresa está reacelerando o crescimento (ou seja, especialmente empréstimos pessoais, com aumento de 10% em relação ao trimestre anterior) e com o JPMorgan também saudando o aumento do TPV (Volume Total de Pagamentos) dos cartões no trimestre, apesar da sazonalidade.

No entanto, do lado negativo, o JPMorgan ressalta que o chamado capital de nível 1 (CET1, na sigla em inglês), que é aquele de melhor qualidade, caiu 50 pontos base, enquanto as receitas foram mais fracas.

 

Morgan Stanley

O Morgan Stanley, após os resultados, manteve sua recomendação equivalente à compra (exposição acima da média do mercado, ou overweight) para Bradesco, destacando que o forte crescimento do lucro trimestral e a surpresa positiva em relação às estimativas foram impulsionados por provisões para perdas com empréstimos muito mais baixas – “um importante componente cíclico que argumentamos estar se recuperando no Bradesco”, apontou.

XP

A XP viu os números como fracos e ainda longe do guidance para o ano. O lucro surpreendeu em 11% as suas projeções, mas a margem financeira com clientes permaneceu pressionada devido ao mix de crédito com spreads mais baixos. A carteira de crédito ampliada cresceu tímidos 1,2%, bem abaixo do piso do guidance. A qualidade da carteira de crédito foi o destaque positivo em todos os segmentos. Apesar da baixa sazonalidade no 1T, o índice de inadimplência (NPL) acima de 90 dias caiu 30 pontos-base (bps) no trimestre.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão
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