Goldman Sachs rebaixa recomendação da Santos Brasil e cita três razões para o corte
20 Maio 2024 - 10:44AM
ADVFN News
Com alta de 36% em 2024 e de 41,5% no acumulado dos últimos doze
meses, as ações da Santos Brasil foram alvo de revisões no início
desta semana pelo Goldman Sachs e pelo Bradesco BBI.
O Goldman Sachs rebaixou a recomendação de compra para neutra,
com preço-alvo de R$ 14 por ação (potencial de alta de 11% frente o
fechamento de sexta-feira). Com isso, às 10h12 (horário de
Brasília), STBP3 caía 5,23%, a R$ 11,97, nesta segunda-feira
(20).
O banco cita três razões para o corte. Em primeiro lugar, o
banco vê espaço limitado para expansão do lucro antes de juros,
impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês)
em 2025 para a companhia após vários anos de forte crescimento.
O Goldman observa que os volumes esperados para 2024 podem ser
impactados positivamente pelas restrições de capacidade de um
concorrente no Porto de Santos após um acidente no início do ano,
com um navio da MSC colidindo com o cais de um terminal da BTP. No
entanto, a administração observou que as obras de construção nas
instalações do concorrente poderiam ser concluídas no início do
segundo semestre de 2024 (resolvendo assim o problema de capacidade
pendente).
“Como tal, reconhecemos a visibilidade limitada sobre se os
volumes relacionados poderiam ser retidos pela Santos Brasil”,
apontam. Neste contexto, o banco projeta que o Ebitda cresça apenas
cerca de 10% em 2025 (versus 60% em 2024 frente 2023 e a média
ponderada de 33% ano a ano entre 2021 e 2023), devido à queda geral
dos volumes em relação ao ano anterior, juntamente com a
desaceleração dos aumentos de preços.
O banco, em segundo lugar, também vê redução da probabilidade de
revisões positivas significativas para o consenso e que o potencial
aumento dos volumes extraordinários de contêineres este ano
provavelmente está precificado. “Como referência, estamos apenas 5%
acima do consenso no nível de Ebitda para 2024 e em linha para
2025”, avalia.
Assim, o Goldman também vê, como um terceiro ponto, um espaço
limitado para uma reclassificação de múltiplos.
“Olhando para o múltiplo implícito da Santos Brasil com base em
sua correlação histórica com as taxas livres de risco de 10 anos no
Brasil, vemos espaço para um potencial de alta entre 5% e 10%
apenas”, avalia.
O Bradesco BBI, por sua vez, manteve recomendação neutra para
Santos Brasil, com preço-alvo para 2024 de R$ 15,00, ou potencial
de alta de 19% em relação ao fechamento da véspera. O banco vê que:
1) a expansão da capacidade no Porto de Santos pode reduzir a TIR
(Taxa Interna de Retorno) alavancada de 10,7% para 7,3% e 2)
potencial de valorização limitado em relação ao preço-alvo.
O banco revisitou sua tese na Santos Brasil (BOV:STBP3) após se
reunir com Triunfo e Evolve para discutir os respectivos planos das
companhias para o Porto de Santos. A Triunfo possui dois projetos
de terminais greenfield para granéis sólidos e líquidos, enquanto a
Evolve tem planos para um novo terminal de contêineres com
flexibilidade para adicionar 1,5 milhão a 4,5 milhões de TEUs
(medida equivalente a um contêiner de 20 pés), além de granéis
sólidos e líquidos.
No cenário base do BBI, a capacidade utilizada no Porto de
Santos deverá variar entre 83% e 91% até 2031 com as expansões de
capacidade já anunciadas. No entanto, no pior cenário, a combinação
da Evolve e do novo STS10 pode fazer com que a capacidade utilizada
caia para 52% até 2031, de volta aos níveis de 2013-2014.
“Em um cenário hipotético de excesso de capacidade no Porto de
Santos, o que pode reduzir as box rates [tarifa cobrada pelo
serviço de movimentação de carga entre o portão de um terminal
portuário e o porão da embarcação] médias no longo prazo, se
cortarmos a margem Ebitda de 2031 de 63% para 52%, a TIR alavancada
se contrairia de 10,7% para 7,3%”, aponta o BBI.
Informações infomoney
SANTOS BRASIL ON (BOV:STBP3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Out 2024 até Nov 2024
SANTOS BRASIL ON (BOV:STBP3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Nov 2023 até Nov 2024