Com a mudança das expectativas da taxa Selic terminal de 9,5%
para 10,5% em 2025, desencadeada por fatores externos e locais, o
JPMorgan promoveu uma redução média de 2% nos preços-alvo das
empresas do setor de utilities, que agora são mais dependente de
eventos específicos.
O banco americano reitera sua preferência pela ação da Energisa
(BOV:ENGI11) e recomendação overweight (exposição acima da média do
mercado, equivalente à compra) com preço-alvo de R$ 61,00, pois
acredita que o papel é o mais atraente sob sua cobertura,
negociando com uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 12,8%, contra
12,1% para distribuidoras e 11,8% da média do setor. Por outro
lado, o banco comenta que as ações do segmento de transmissão são
as menos preferidas.
A ação teve desempenho inferior ao setor (IEE) no acumulado do
ano, principalmente devido à maior sensibilidade às taxas de juros,
atraso na resolução da saga de renovação da concessão, a oferta
primária de R$ 2,5 bilhões em janeiro (a única até agora este ano)
e a aquisição não tão bem recebida de uma participação em
distribuidoras de gás estaduais.
No entanto, segundo o banco, a Energisa apresentou um dos
melhores resultados do primeiro trimestre de 2024, provavelmente
repetindo o feito no segundo trimestre de 2024, e não deverá ter
problemas para renovar suas concessões de distribuição graças a
operações de qualidade de referência.
Copel (CPLE6)
O JPMorgan explica que geralmente, empresas que oferecem maiores
rendimentos de dividendos recorrentes negociam com TIRs implícitos
mais baixos, como é o caso das empresas de transmissão, mas também
de algumas empresas de geração.
De acordo com analistas, as distribuições de dividendos e os
rendimentos tendem a ser mais confiáveis do que o TIRs implícito
para o potencial de crescimento composto de qualquer ação em
particular. Sob as condições macro atuais – altas taxas de juros,
preços de energia voláteis, baixos retornos para projetos de
greenfield – as empresas que oferecem maiores rendimentos de
dividendos estão sendo recompensadas pelos investidores com
múltiplos mais altos e, portanto, TIRs mais apertados.
Na opinião do JPMorgan, poucas empresas têm a capacidade de
aumentar a política de payout no curto prazo, o que atrairia mais
atenção e comprimiria os TIRs, por razões que vão desde alta
alavancagem, necessidades elevadas de CAPEX, questões regulatórias,
mentalidade de crescimento inorgânico.
Nesse contexto, analistas acreditam que a Copel (BOV:CPLE6) tem
a capacidade de melhorar sua política de payout, que atualmente
oferece rendimentos de dividendos abaixo da média de 4,3% e 5,6% em
2024 e 2025. “A mudança pode vir com a conclusão da venda de ativos
(Compagas, pequenas usinas hidrelétricas) e a reestruturação do
Conselho prevista para abril de 2025”, explicam.
Com isso, o JPMorgan reitera recomendação overweight e
preço-alvo de R$ 12,00 para ação da Copel, tendo em vista sua
avaliação atrativa, riscos limitados de queda e gatilhos positivos
como descarbonização e vendas de ativos.
AES Brasil (BOV:AESB3)
O JPMorgan reitera recomendação underweight (exposição abaixo da
média do mercado, equivalente à venda) e preço-alvo de R$ 11,60,
uma vez que as ações da companhia precificam perfeitamente (1) o
valor do negócio de geração renovável existente; (2) o valor dos
projetos greenfield, como os clusters Cajuína e Tucano, além dos
projetos recentemente adquiridos; (3) o balanço alavancado e o
poder de fogo apertado de crescimento em um ambiente monetário
muito apertado.
O banco vê ainda a ação oferecendo baixo potencial de
valorização e rendimentos de dividendos apertados nos próximos dois
anos devido à alta alavancagem.
Alupar
Apesar de aplaudir a forte execução da Alupar (BOV:ALUP11) e sua
disciplina de capital superior, banco mantém recomendação neutra e
preço-alvo de R$ 30, sob a justificativa da ação oferece IRR
implícito mais alto, mas rendimentos de dividendos mais baixos em
comparação com os pares Isa e Taesa.
Auren Energia (BOV:AURE3)
Para Auren, o JPMorgan mantém avaliação equivalente à compra e
preço-alvo de R$ 15,50, com base em taxas de alavancagem saudáveis,
receitas indexadas à inflação e baixo risco de reprecificação de
contratos no curto prazo.
“A empresa fornece geração de fluxo de caixa (FCF) forte e
previsível, desde que as condições de hidrologia sejam normais”,
destaca.
Analistas acrescentam que a progressão do pipeline de projetos e
a boa disciplina de investimento devem levar a uma compressão do
IRR implícito do patrimônio.
Cemig (CMIG4)
A Cemig (BOV:CMIG3) (BOV:CMIG4) também tem recomendação
equivalente à compra reiterada, com preço-alvo de R$ 12, uma vez
que está entregando melhorias operacionais no negócio de
distribuição, crescendo no segmento de geração e alcançando
simplificação corporativa por meio da venda de ativos.
O JPMorgan comenta que a ação está negociando a múltiplos
atraentes e oferecendo um potencial de alta convincente, mesmo
desconsiderando a privatização, justificando a classificação de
compra.
Copasa
Já para Copasa (BOV:CSMG3), principal fornecedora de serviços de
água e esgoto em Minas Gerais, a recomendação segue neutra com
preço-alvo de R$ 20. Após uma reestruturação em 2019 para
eficiência e competitividade, a Copasa tem potencial limitado de
valorização, com estimativas de Ebitda/lucro por ação já acima do
consenso. Apesar do potencial limitado, a Copasa oferece altos
rendimentos de dividendos (9% entre 2024 e 2026 com payout de 50%).
No entanto, riscos como federalização e privatização justificam uma
classificação neutra.
CPFL Energia
“A gestão financeira disciplinada e a governança da CPFL Energia
(BOV:CPFE3) fazem dela uma história de crescimento estável no setor
de utilities”, diz JPMorgan. Apesar do crescimento sólido e altos
rendimentos de dividendos, a avaliação é menos atraente devido ao
desempenho superior, levando a uma classificação neutra.
Eletrobras
O JPMorgan mantém recomendação overweight para Eletrobras
(BOV:ELET3) (BOV:ELET6), pois a ação está subvalorizada em
comparação com utilities integradas, oferecendo um upside
significativo. Além disso, segundo o banco, após a privatização,
são esperados ganhos operacionais e financeiros significativos.
Eneva
Apesar da Eneva (BOV:ENEV3) oferecer fluxos de caixa previsíveis
através de PPAs de longo prazo, o JPMorgan mantém avaliação neutra,
devido ao baixo despacho térmico e aquisições recentes que
aumentaram a alavancagem e os riscos operacionais.
Engie Brasil
Para Engie (BOV:EGIE3), o banco mantém classificação equivalente
à venda e preço-alvo de R$ 43,50, graças a sua alta alavancagem,
juntamente com um TIR (taxa interna de retorno) implícita apertada,
limitando o potencial de valorização.
Equatorial
A Equatorial (BOV:EQTL3), conhecida por seu crescimento através
de aquisições e recuperação de ativos em dificuldades, “mostra
desempenho sólido e fluxos de caixa diversificados”, coemntam
analistas. No entanto, a alta alavancagem e a avaliação menos
atraente em comparação com pares resultam em uma classificação
neutra do JPMorgan e preço-alvo de R$ 35.
ISA CTEEP (BOV:TRPL3) (BOV:TRPL4)
O JPMorgan mantém classificação equivalente à venda e preço-alvo
de R$ 25, pois a ação da empresa negocia com uma TIR apertada e
falta de catalisadores positivos, além de riscos de queda de
recebíveis RBSE e passivos de pensão.
Light
A Light (BOV:LIGT3) enfrenta desafios significativos devido às
altas perdas comerciais (mais de 50%) e à alavancagem financeira, o
que justifica a classificação de venda. “Os principais riscos
incluem pressão contínua das perdas de eletricidade, a disputa
tributária do PIS/COFINS e as condições macroeconômicas”, explica o
JPMorgan.
Neoenergia
O JPMorgan mantém recomendação de compra para ação da Neoenergia
(BOV:NEOE3) e preço-alvo de R$ 26, devido ao seu forte segmento de
distribuição e diversificação em transmissão. Apesar do desempenho
inferior nos últimos dois anos, agora oferece avaliações relativas
atrativas.
Sanepar (BOV:SAPR11)
Apesar de superar o racionamento em 2021 e obter um aumento
tarifário de 8,5%, as incertezas regulatórias e a falta de
melhorias operacionais o JPMorgan mantém uma classificação neutra e
preço-alvo de R$ 30,50.
Serena Energia
O JPMorgan tem recomendação equivalente à compra para Serena
(BOV:SRNA3) e preço-alvo de R$ 13, pois a ação da companhia oferece
uma valorização atraente em comparação com outras empresas
semelhantes no segmento, risco de alta com o desenvolvimento de
projetos nos EUA e alta sensibilidade à desalavancagem
financeira.
Taesa
A Taesa (BOV:TAEE11), administrada de forma privada, é uma das
ações mais defensivas e de baixo beta em nosso universo de
cobertura, mas essas qualidades são justamente valorizadas pelo
mercado, na visão do JPMorgan.
Para o banco, a ação oferece alta previsibilidade de lucros e
dividendos acima da média. No entanto, devido à sua avaliação
premium, ela proporciona um dos menores retornos estimados em sua
cobertura. Dessa forma, atribui à Taesa uma classificação
underweight e preço-alvo de R$ 31.
Informações Infomoney
ENERGISA (BOV:ENGI11)
Gráfico Histórico do Ativo
De Out 2024 até Nov 2024
ENERGISA (BOV:ENGI11)
Gráfico Histórico do Ativo
De Nov 2023 até Nov 2024