Santander mantém recomendação neutra para Petrobras, sustentada por três razões principais
16 Julho 2024 - 12:30PM
ADVFN News
O Santander manteve recomendação neutra para Petrobras, com novo
preço-alvo para o final de 2025 de R$ 43 para ação ordinária (ON),
sustentada por três razões principais.
Ao contrário do esperado, o banco não cita as recentes mudanças
na gestão como um dos motivos de sua cautela.
Primeiro, analistas pontuam que a estatal está passando pelo
período mais desafiador de seu plano estratégico 2024-2028, o que,
juntamente com outros desembolsos pontuais de caixa, deve aproximar
a posição de caixa do seu nível de referência e deixar pouco espaço
para dividendos extraordinários em 2025, deixando assim as ações
sendo negociadas a um dividend yield (dividendo sobre valor da
ação) de 9% para 2025.
Ou seja, eles avaliam que existe o risco da Petrobras
(BOV:PETR3) (BOV:PETR4) ultrapassar o teto de dívida bruta de US$
65 bilhões, o que impactaria a política de dividendos baseada no
fluxo de caixa livre (FCF), a menos que a gestão de passivos seja
implementada e a dívida financeira seja reduzida.
Segundo estimativas, os passivos de arrendamento devem atingir
aproximadamente US$ 41 bilhões até o final de 2025, exigindo,
portanto, que a dívida financeira seja mantida abaixo de US$ 24
bilhões. A redução da dívida financeira, combinada com outros
desembolsos de caixa (ou seja, dividendos extraordinários,
liquidações fiscais e possíveis fusões e aquisições), pode levar a
posição de caixa para US$ 9 a 10 bilhões, próximo ao nível de
referência de US$ 8 bilhões.
Além disso, o segundo ponto é de que, apesar de um perfil de
produção lucrativo, o Santander vê a Petrobras ficando atrás dos
pares em termos de crescimento e reposição de reservas nos próximos
anos.
Para os analistas, a produção no ano até agora tem sido instável
devido à manutenção em campos-chave, resultando em uma produção
doméstica de petróleo de 2,2 milhões de barris de petróleo por dia
(bpd) no 1T24, contra 2,4 milhões bpd no 4T23). Embora se espere
que a produção melhore no segundo semestre para atingir o ponto
médio da orientação (2,2 milhões bpd), a desaceleração do IBAMA/ANP
limita a visibilidade sobre o ritmo e a magnitude da
recuperação.
O banco espera que a produção de 2025 e 2026 cresça em média 6%,
mas vê uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 5 anos de
4%, que está abaixo da média de 8% dos pares. Assim, a reposição de
reservas é fundamental, na avaliação do Santander, particularmente
devido aos atrasos no licenciamento ambiental para a Margem
Equatorial, que pode representar 15% a 30% da capitalização de
mercado.
O terceiro ponto que a equipe de research do banco menciona a
avaliação justa da Petrobras, com as ações sendo negociadas
atualmente a 20% rendimento de fluxo de caixa (FCFY) e 3,3 vezes
Valor da Firma (EV)/lucro antes de juros, impostos, depreciações e
amortizações (Ebitda) estimado para 2025.
Nesse sentido, o banco avalia que os retornos de caixa da
Petrobras (ou seja, rendimento de dividendos + recompra de ações)
não são tão atraentes em comparação com seus pares globais como
eram no passado recente.
Além disso, embora a Petrobras ofereça um rendimento mais alto
do que as grandes empresas globais, o Santander acredita que isso
deve ser ajustado por taxas locais, especialmente em um período de
incerteza em relação à inflação e questões sobre os níveis de taxa
neutra e riscos específicos da empresa, incluindo ser controlada
pelo governo.
Como resultado, o banco espera que a Petrobras provavelmente
continuará sendo negociada a um prêmio de avaliação em relação às
grandes empresas globais (ou seja, rendimentos mais altos) e
destaca que, de fato, as grandes empresas globais estão atualmente
sendo negociadas com um rendimento de dividendos estimado de 11%
para 2025, o que coloca a estatal em um território de avaliação
justa.
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