Dados do Banco Central sobre a performance de bancos brasileiros em maio corroboram perspectivas positivas para o resultado do Bradesco no segundo trimestre, avaliaram analistas em relatórios enviados a clientes nesta quinta-feira.

O Bradesco, que passa por uma reestruturação após queda no lucro em 2023, ano marcado por piora na rentabilidade e aumento da inadimplência, teve em maio lucro líquido de R$ 1,567 bilhão, conforme os números do BC relatados pelos analistas.

A carteira de crédito naquele mês somou R$ 645,069 bilhões, de acordo com os dados, que não refletem necessariamente os números oficiais que serão consolidados nos balanços das instituições.

Na visão da equipe do Safra, os números dão suporte a um cenário melhor para o Bradesco no segundo trimestre. “No geral, os números foram positivos para o Bradesco em todas as frentes: lucro, volumes de crédito e qualidade dos ativos.”

Usando o portfólio de crédito nas categorias mais arriscadas (E a H) como proxy, Daniel Vaz e equipe avaliaram que o Bradesco teve melhora marginal após os dados ruins de abril, o que pode indicar melhor qualidade de ativos no período de abril a junho.

Os bancos classificam as operações de crédito em ordem crescente de risco, começando em nível AA e continuando para A, B, C, D, E, F, G e H. No caso do Bradesco, o percentual de empréstimos na categora E-H caiu a 9% em maio, ante 9,6% em abril.

De acordo com analistas do Citi, os números implicam um lucro líquido R$ 4,537 bilhões no segundo trimestre, acima das suas previsões, de R$ 4,518 bilhões. A equipe do Safra também destacou que o resultado ficaria acima de sua estimativa.

Tal desempenho representaria uma melhora frente ao primeiro trimestre, quando o lucro líquido recorrente do banco somou R$ 4,21 bilhões.

O Bradesco reportará seu balanço na próxima segunda-feira, antes da abertura do mercado. Projeções compiladas pelo LSEG apontam um lucro de R$ 4,373 bilhões.

Na B3, no final da manhã, as ações preferenciais do banco avançavam 1,45%, enquanto o Ibovespa subia 0,51%.

ITAÚ E BB

Quanto a Itaú Unibanco (BOV:ITUB4) e Banco do Brasil (BOV:BBAS3), que também reportam resultados na próxima semana, dias 6 e 7, respectivamente, os analistas avaliaram que os números ficaram em linha com as previsões.

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Conforme os dados do BC relatados pelas equipes do Safra e do Citi, o lucro líquido do Itaú em maio somou R$ 3,361 bilhões, o que deve significar um lucro de R$ 9,985 bilhões no período de abril a junho.

O BB, por sua vez, apurou um lucro líquido de R$ 3,475 bilhões, que deve se traduzir em um lucro de R$ 9,453 bilhões, de acordo com os números.

Por volta de 11h50, os papéis preferenciais do Itaú tinham queda de 0,55%, enquanto as ações ordinárias do BB registravam variação negativa de 0,04%.

Ainda entre as principais instituições, as units do Santander Brasil (BOV:SANB11), que já reportou seu desempenho trimestral, com lucro líquido recorrente de R$ 3,33 bilhões, eram negociadas em alta de 2,34%.

Mesmo com os números sinalizando um cenário de melhora para o Bradesco, os analistas do BTG Pactual reiteraram sua preferência pelos papéis de Itaú e BB.

“Nossa visão sobre o Bradesco é mais construtiva… mas ainda acreditemos que sua recuperação será desafiadora e gradual”, afirmaram em relatório, reiterando a recomendação “neutra” para os papéis.

Informações Infomoney
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