A Allos teve lucro líquido de R$ 105,3 milhões no terceiro
trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 10,5 milhões há um ano. Os
números são pro forma para desconsiderar as participações em 11
shoppings que a companhia vendeu nos últimos 12 meses.
A empresa, que opera em 46 shopping centers na região,
totalizando 2,08 milhões de metros quadrados de área bruta locável
(ABL) e prestando serviços para outros 11 empreendimentos, alcançou
R$ 650,5 milhões na receita líquida no 3T24, representando um
aumento de 10,9% em relação ao ano anterior, enquanto no acumulado
dos primeiros nove meses de 2024 (9M24), o crescimento foi de 8,5%
, totalizando R$ 1,9 bilhão.
O balanço da Allos aponta que o lucro operacional da empresa
também mostrou robustez, com o Lucro Operacional Líquido (NOI)
crescendo 7,2% no trimestre e 7,6% no acumulado do ano, mantendo a
margem NOI em 92,8%. No mercado financeiro, o NOI representa a
receita gerada pelas operações principais de uma companhia (como
aluguéis de propriedades) após a dedução de custos operacionais,
mas sem considerar despesas com juros, impostos, depreciação e
amortização.
O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e
amortização), que subiu 9,8% no trimestre e 8,1% nos nove primeiros
meses do ano, refletiu uma leve queda na margem para 73,1%, uma
redução marginal em comparação ao ano passado, indicando um nível
de impacto nos custos, mas ainda com um desempenho sólido.
Para a diretora financeira e relações com investidores da Allos,
Daniella Guanabara, o que causou a queda no Ebitda da empresa foi o
impacto do índice Índice Geral de Preços (IGP) nas receitas de
aluguel. “Devido ao IGP ter se desligado negativo, o aluguel não
contribuiu para o crescimento até agora. No entanto, essa situação
tende a mudar, pois o IGP está apresentando resultados mais
positivos a cada mês. Com essa recuperação gradual, esperamos que
os aluguéis comecem a ter um impacto maior nas receitas, o que deve
ajudar a diluir custos e despesas, fortalecendo o desempenho da
companhia”, explica.
FFO cresce 32,4% no ano
Outro destaque no balanço da Allos foi o forte aumento do Fundo
de Operações (FFO), que cresceu 27,7% no trimestre e 32,4% no
acumulado do ano, diminuindo uma geração de caixa mais robusta e
saudável, com margem FFO de 47,8%. Esse desempenho, combinado com o
crescimento de 37,2% do FFO por ação, favorece os investidores e
reforça a solidez financeira da empresa, segundo a companhia. O FFO
mede a capacidade de uma empresa gerar caixa a partir de suas
operações principais, excluindo ganhos e perdas que não estejam
diretamente relacionadas a essas atividades, como vendas de ativos
ou reavaliações de propriedades.
No âmbito operacional, a Allos também registrou expansão nas
vendas totais, que subiram 6,5% no 3T24 em valor de participação e
6,1% nos nove primeiros meses do ano. As vendas por metro quadrado
aumentaram, sinalizando uma utilização mais eficiente dos espaços e
uma demanda crescente. Além disso, a taxa de movimentação dos
empreendimentos da Allos avançou para 96,4%, caindo uma recuperação
de 76 pontos-base (bps) em comparação ao 3T23. O custo de ocupação,
uma medida do percentual de vendas destinado às despesas de espaço,
caiu para 10,4%.
Em indicadores de vendas e aluguel nas mesmas lojas, a Allos
registrou uma alta de 6,2% nas vendas nas mesmas lojas (SSS),
comparado a 3,5% no ano anterior, enquanto o crescimento do aluguel
nas mesmas lojas (SSR) foi mais moderado, com alta de 4,2%. Esse
aumento mais contido no SSR, diz o balanço financeiro, sugere um
equilíbrio na política de aluguel para reter locatários e
fortalecer as ocupações. A redução da inadimplência líquida foi de
-0,5% no período.
Estratégia: o que impulsionou o resultado
A estratégia da empresa foca em shoppings que lideram suas áreas
de influência, sejam em cidades inteiras ou em bairros que
funcionam como minicidades, como a Mooca em São Paulo ou a Tijuca
no Rio de Janeiro, onde o shopping local possui monopólio
absoluto.
Ao InfoMoney, a diretora financeira e relações com investidores
da Allos, Daniella Guanabara, diz que o resultado do terceiro
trimestre demonstra uma trajetória positiva e consistente, e avalia
que a empresa teve crescimento expressivo em diversas linhas de
negócios, incluindo mídia e estacionamento.
Guanabara pontua que, apesar do cenário de aluguéis
desafiadores, devido ao Índice Geral de Preços (IGP) acumulado
negativo, a empresa conseguiu capturar sinergias de fusão,
contribuindo positivamente para o desempenho. “Ao desinvestir em
compras menores e reinvestir recursos na recompensa de ações, a
empresa reduz o número de ações no mercado, elevando o lucro por
ação e o dividendo distribuído, beneficiando os acionistas. Sem nos
comprometer com prazos, temos uma meta de até R$ 1 bilhão em
desinvestimentos”, afirma.
Segundo ela, as vendas no trimestre, impulsionadas pela melhoria
no varejo, favoreceram os setores de joias, cosméticos e âncoras,
contribuindo para um crescimento potente. A diretora financeira
ainda observa que o segmento de mídia também se destacou, com um
crescimento de quase 30% na receita.
Os resultados da Allos (BOV:ALOS3)
referente suas operações do terceiro trimestre de 2024 foram
divulgados no dia 14/11/2024.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão, Reuters
ALLOS ON (BOV:ALOS3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Out 2024 até Nov 2024
ALLOS ON (BOV:ALOS3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Nov 2023 até Nov 2024