A JBS teve lucro líquido de R$ 3,84 bilhões no terceiro
trimestre de 2024, alta de 571% (ou 6,7 vezes) na comparação com o
mesmo período de 2023, quando lucrou R$ 572,7 milhões. A projeção
do consenso LSEG era de lucro de R$ 3,73 bilhões.
A companhia registrou uma receita líquida recorde de R$ 110,5
bilhões no 3T24, crescimento de 21% ante o 3º trimestre de 2023. Em
dólares, a receita líquida somou 19,9 bilhões, também recorde.
No período, cerca de 74% das vendas globais da JBS foram
realizadas nos mercados domésticos em que a companhia atua e 26%
por meio de exportações.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações
(Ebitda) de R$ 11,94 bilhões no período, avanço anual de 120,7%,
com margem consolidada de 10,8% – quase 5 pontos percentuais a mais
em relação ao 3º trimestre de 2023. A projeção LSEG era de um
Ebitda de R$ 10,1 bilhões.
“Com exceção da JBS Beef North America, que enfrenta um ciclo do
gado desafiador, todas as unidades de negócio mostraram evolução na
comparação com o mesmo período do ano passado, com destaque para
Seara, Pilgrim’s e JBS Brasil. Esse resultado reforça a fortaleza
da plataforma global diversificada”, afirmou a companhia no release
de resultados.
No 3T24, o fluxo de caixa das atividades operacionais foi de R$
10,3 bilhões, versus uma geração de caixa operacional de R$ 6,3
bilhões no 3T23. A JBS aponta que a evolução é explicada pela
melhora na performance operacional em praticamente todas as
unidades de negócios. O fluxo de caixa livre, após adição de ativo
imobilizado, juros pagos e recebidos, e arrendamento mercantil foi
positivo em R$ 5,5 bilhões, uma
melhora de 88% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A alavancagem caiu de 2,77 vezes para 2T24 para 2,15 vezes em
dólar no 3T24, enquanto a dívida líquida foi reduzida em US$ 1
bilhão, para US$ 13,7 bilhões, puxado pela geração de caixa do
trimestre. A geração de caixa livre foi de R$ 2,94 bilhões no 3T23
para R$ 5,5 bilhões no 3T24.
A geração de caixa foi parcialmente impactada por: (i) capex
(investimentos) no montante de US$ 321 milhões; (ii) pagamento de
juros no valor de US$ 295 milhões; (iii) US$ 154 milhões de ativo
biológico; (iv) US$ 103 milhões de arrendamento mercantil; e (v)
US$ 101 milhões de pagamento de impostos.
Resultados por segmento
No 3T24, a Seara registrou receita líquida de R$ 12,2 bilhões,
um crescimento de 19% na comparação anual, explicado principalmente
pelos maiores preços no período. As vendas no mercado doméstico,
que responderam por 45% da receita da unidade no 3T24, totalizaram
R$5,5 bilhões, 9% superior ao 3T23, resultado principalmente do
aumento dos preços em relação ao 3T23.
Já a JBS Brasil registrou uma receita líquida de R$ 18 bilhões
(+25% anualmente), cujo crescimento é reflexo dos maiores volumes
vendidos, principalmente no mercado internacional.
No mercado externo, a receita líquida de carne bovina in natura
cresceu 34% ano a ano no 3T24, como resultado do crescimento de 20%
do volume vendido no período. “Além da forte demanda internacional,
a diversificação geográfica se mostrou importante no mercado
externo, ampliando a venda para importantes regiões, como Oriente
Médio, Estados Unidos, Filipinas, entre outros”, ressalta a
companhia.
Na divisão da JBS Beef North America, em IFRS e reais, a receita
líquida no 3T24 foi de R$ 35 bilhões, um aumento de 21% em relação
ao 3T23, com um Ebitda ajustado de R$ 650,7 milhões e uma margem
Ebitda de 1,9% (os resultados incluem o impacto da depreciação de
14% do câmbio médio).
No trimestre, as margens da carne bovina na América do Norte
continuaram pressionadas pelo ciclo pecuário, apesar de uma forte
demanda no período. De acordo com os dados divulgados pelo USDA, os
preços do boi gordo permaneceram em patamares elevados no 3T24.
Desse modo, como o preço do gado representa aproximadamente 85% do
custo do produto vendido, a rentabilidade ficou pressionada no
período.
Os resultados da JBS (BOV:JBSS3)
referente suas operações do terceiro trimestre de 2024 foram
divulgados no dia 14/11/2024.
Teleconferência
A JBS, líder global na produção de carnes, com a maior parte de
suas operações nos Estados Unidos, está vendo uma demanda para as
carnes bovina, suína e de frango “muito forte” no país
norte-americano, disse o presidente da JBS USA, Wesley Batista
Filho, nesta quinta-feira.
Segundo ele, essa situação ajuda a companhia a lidar com margens
apertadas no segmento de carne bovina, já que os EUA estão em um
momento de menor oferta de gado, o que reduz a disponibilidade e
encarece o boi.
Também falando em teleconferência de resultados trimestrais, o
presidente global da JBS, Gilberto Tomazoni, afirmou que a demanda
“forte” por carne de frango e preços de grãos bem equilibrados
indicam continuidade de ciclo positivo para esse setor.
Ele ressaltou que não espera “grandes surpresas” nos custos dos
grãos, já que o clima tem favorecido as safras de soja e milho.
Tomazoni considerou ainda que a procura externa sustentada pela
carne bovina do Brasil permite melhorias de preços no mercado
externo em contexto de recente alta no custo do boi brasileiro.
A JBS reportou na quarta-feira lucro líquido de 3,84 bilhões de
reais no terceiro trimestre, aumento de mais de seis vezes na
comparação com o mesmo período do ano passado, com impulso dos
negócios de aves e suínos no Brasil e nos Estados Unidos, entre
outros fatores.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão, Reuters
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